Avaliação e suplementação de niacina (vitamina B3)

A niacina (também conhecida como vitamina B3) existe em diferentes formas químicas, e pode apresentar-se tanto em forma ácida quanto em forma amida, dependendo da estrutura funcional presente.

1. Forma ácida da niacina: Ácido nicotínico

Descoberto em 1867, como produto da oxidação da nicotina (ainda não se conhecia sua função nutricional até essa época).

  • Nome químico: Ácido nicotínico

  • Fórmula molecular: C₆H₅NO₂

  • Estrutura funcional: Grupo ácido carboxílico (-COOH) ligado ao anel piridina.

  • Propriedades: Comportamento ácido (pKa ~ 4.8), solúvel em água, atua como vitamina B3 ativa.

  • Uso: Forma comum em suplementos vitamínicos e alimentos fortificados.

🔹 Exemplo de estrutura:

2. Forma amida da niacina: Nicotinamida (ou niacinamida)

Descoberta em 1935, como componente da NADP (nicotinamida adenina nucleotídeo fosfato).

  • Nome químico: Nicotinamida

  • Fórmula molecular: C₆H₆N₂O

  • Estrutura funcional: Grupo amida (-CONH₂) em vez do ácido carboxílico.

  • Propriedades: Menos ácida que o ácido nicotínico, também solúvel em água, e igualmente eficaz como vitamina B3.

  • Uso: Comum em suplementos e cosméticos, menos propensa a causar rubor (flushing) em altas doses.

🔹 Diferença principal: o grupo -COOH (ácido) é substituído por -CONH₂ (amida)

Função biológica

Vimos que a niacina é o termo genérico para a nicotinamida (Nam) e ácido nicotínico (NA). Tanto o ácido nicotínico quanto a nicotinamida são precursores do NAD⁺, NADP⁺ e NADH, coenzimas essenciais em reações metabólicas (oxirredução). Ou seja, reações de produção de energia e regulação do metabolismo.

Quantidades significativas de niacina são encontradas em muitos alimentos como carne de gado, aves, peixes, amendoim, levedura de cerveja. A deficiência inicia-se com fraqueza muscular, indigestão e erupções cutâneas. A deficiência grave leva à pelagra, doença caracterizada por dermatite, demência e diarreia.

Neste vídeo falo sobre a avaliação e suplementação da niacina:

Errata: ao invés de hecanicotinato de inositol leia hexanicotinato de inositol, que também pode ser chamada de hexaniacinato de inositol, hexanicotinato de meso-inositol, inositol niacinato, inositol hexanicotinato. Esta forma não causa vermelhidão na pele e é a melhor forma de suplementação, por exemplo, para diabéticos (cerca de 2g/dia). Isto porque alguns estudos mostram que o uso de doses farmacológicas de niacina pode retardar a disfunção das células beta pancreáticas e o avanço do diabetes.

Em geral a toxicidade da niacina é baixa. Contudo, altas doses aumentam a liberação de histamina, associado a alergias, problemas de pele e até asma. Altas doses também podem ser tóxicas para o fígado. Por isso, o uso de megadoses de vitaminas deve ser cuidadosamente monitorado.

Precisa de ajuda na sua suplementação? Marque aqui sua consulta de nutrição online

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Como avaliar e suplementar vitaminas?

Acompanhe a nova série de vídeos no YouTube, começando pelo complexo B:

VITAMINA B1 - TIAMINA

A tiamina desempenha um papel importante no metabolismo de carboidratos e na função neural. Está presente em alimentos como grãos integrais e levedura de cerveja. Pode ser destruída pelo calor, oxidação, radiação. No vídeo falo sobre a avaliação e suplementação desta vitamina:

VITAMINA B2 - RIBOFLAVINA

A riboflavina é essencial para o metabolismo dos carboidratos, aminoácidos e lipídios e assegura a proteção antioxidante. Realiza essas funções como as coenzimas flavina adenina dinucleotídeo (FAD) e flavina adenina mononucleotídeo (FMN). A deficiência de riboflavina manifesta-se após vários meses de privação. No vídeo falo sobre a avaliação e suplementação:

NÃO PERCA OS PRÓXIMOS VÍDEOS
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

EGCG e disfunção tireoidiana

Com a pandemia e a elevação do estresse atendi mais pacientes que desenvolveram doenças autoimunes, dentre elas as tireoidites. A tireóide começa a sofrer bem antes de falhar definitivamente. Existe uma fase pré-clínica da doença que pode ser tratada, muitas vezes sem a necessidade de medicação. Mas é importante estar atento a sinais e sintomas e fazer anualmente seus exames de rotina.

  • Hipofuncionamento da tireóide é acompanhado de sonolência, cansaço, ganho de peso, alterações de humor, piora da memória, ressecamento da pele, prisão de ventre, queda de cabelo, sensação de frio, alteração na libido, elevação do colesterol.

  • Funcionamento exagerado da tireóide pode ser acompanhado de agitação, impaciência, queda de cabelo, unhas frágeis, perda de pelo, olhos saltados, impaciência, sintomas depressivos.

Para que serve a glândula tireóide?

A glândula tireoide tem como função produzir os hormônios T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina) que são importantes para o funcionamento de todo o organismo. Por exemplo, ajuda a regular batimentos cardíacos, peristaltismo intestinal e também as funções cognitivas. Também age em ossos, músculos e até nas glândulas sexuais, podendo alterar o ciclo menstrual e a ovulação nas mulheres. As secreções de T4 e T3 são controladas pela liberação de TSH (hormônio tireoestimulante), produzido pela hipófise anterior e avaliação destes hormônios é importante para o diagnóstico de qualquer alteração.

Tratamento da disfunção tireoidiana

A tireóide depende de alguns nutrientes para seu bom funcionamento e é afetada pela carência de nutrientes como selênio, zinco, iodo. A função da tireóide também pode ser prejudicada pelo consumo excessivo de suplementos a base de plantas, como o EGCG do chá verde. Por isso, a prescrição de suplementos deve ser feita de forma criteriosa e sempre acompanhada adequadamente. Doses de EGCG seguras para adultos com tendência a disfunção tireoidiana giram em torno de 338 mg (o equivalente a 900 ml de chá).

O EGCG também pode atrapalhar o uso da vitamina B9 e pode alterar enzimas hepáticas. Assim, é fundamental o acompanhamento dos níveis vitamínicos, dos valores de TSH, T3 e T4 livres, TGO e TGP, minimamente.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/