Retirou glúten e o intestino piorou?

Somos todos diferentes, genéticamente diferentes. As dietas sem glúten são muito populares e beneficiam, de fato, muitas pessoas. A redução do consumo de pães, bolos, biscoitos, massas pode contribuir para o emagrecimento. Em pessoas com sensibilidade ao glúten a redução do consumo desta proteína ajuda a controlar inflamação e até dores. Pessoas com doenças celíaca precisam excluir totalmente esta proteína para garantir uma boa qualidade de vida e recuperar a barreira intestinal.

Porém, não é todo mundo que precisa excluir glúten. Estudos com pessoas longevas da dieta mediterrânica apontam um alto consumo de pães e massa (porém mais caseiros, com reduzidíssimo consumo de alimentos industrializados). Alimentos feitos com farinha integral contribuem para um bom aporte de fibras na dieta e a retirada total destes alimentos pode, em determinadas pessoas, piorar a composição da microbiota intestinal. Estudos mostram uma redução de bactérias benéficas intestinais como Bifidobactéria e Roseburia, e aumento das concentrações de bactérias patogênicas como Escherichia coli e Enterobacteriaceae.

Como consequência da diminuição das bactérias benéficas, ocorre também diminuição da produção de ácidos graxos de cadeia curta, como butirato e propionato. Estas substâncias são importantes para a manutenção da barreira intestinal, para o peristaltismo, para preservação da imunidade e também para o adequado metabolismo do fígado.

Exames genéticos identificam a suscetibilidade à doença celíaca ou graus aumentados de intolerância ao glúten. Mas, se você não apresenta problema com trigo, centeio, cevada, se a sua digestão não sofre com estes alimentos não haveria porque ser tão rígido com sua dieta.

As proteínas específicas encontrada no trigo, centeio e cevada (prolaminas) são tóxicas para celíacos. Existem também pessoas alérgicas a prolaminas específicas, gliadina (trigo), secalina (centeio) e hordeína (cevada). Na digestão normal, esses longos filamentos de proteína são decompostos por enzimas digestivas. Quem não tolera proteínas como a alfa gliadina ativam mais células do sistema imune e desenvolvem mais sintomas alérgicos, sendo que celíacos respondem mais severamente.

O fato é, não há ninguém para conhecer melhor seu corpo do que você mesmo. Exames genéticos ajudam e faço a solicitação durante consultas. Mas você precisa avaliar como sente-se. Seu intestino melhora ou piora quando exclui o glúten da dieta? E sua pele? Seu humor? Sua memória, seu sono? Você fica mais ou menos inchado? Tudo isso é importante e contribui para a decisão final acerca da melhor dieta para seu caso.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Genômica nutricional e vegetarianismo | Genes importantes a serem avaliados em pessoas com dietas a base de plantas

Cada reação bioquímica de nosso corpo depende de nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos, aminoácidos, ácidos graxos). Carboidratos, aminoácidos e ácidos graxos possuem função energética e estrutural, enquanto a maioria das vitaminas e minerais possui alguma função reguladora. Com exceção da vitamina D estes micronutrientes não podem ser produzidas no corpo humano em quantidade suficiente. Por isso, a dieta precisa ser bem variada, com alimentos de muitos grupos.

A deficiência de vitamina A pode levar à cegueira noturna. Veganos não obtém vitamina A da dieta mas pró-vitaminas, carotenóides que podem ser transformados em vitamina A se o indivíduo tiver genética para isso. A vitamina D pode ser produzida em maior ou menor quantidade na sua pele, dependendo da sua genética. Você pode ter mais ou menos receptores para absorção dos nutrientes, pode conseguir usar ou não nutrientes vindos da dieta. Cada pessoa é diferente. Existem vegetarianos que nunca desenvolverão deficiências nutricionais, assim como existem aqueles que adotam uma dieta adequada, balanceada mas vivem com sintomas de carências. Neste vídeo discuto os genes que mais impactam o estado nutricional das pessoas que limitam o consumo de alimentos de origem animal:

Agende sua consulta. Conheça sua genética e ajuste sua dieta e suplementação para que tenha saúde por toda a vida. Seja um vegetariano/vegano sem deficiências nutricionais.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Nutrição que evita o acúmulo de placa de gordura nas artérias

O acúmulo de gordura dentro dos vasos (aterosclerose) é uma das causas das doenças cardíacas. Estes depósitos de gordura dificultam a passagem de sangue pelos vasos, aumentando o risco de infartos, derrame e morte súbita. Dentre as causas deste acúmulo de gordura estão o excesso de colesterol, a pressão alta, o diabetes, o tabagismo, a obesidade, a falta de atividade física, a inflamação, o excesso de radicais livres, a predisposição genética, o envelhecimento e anormalidades na metilação.

A metilação (união de CH3) de genes protetores (como ESR1 e ESR2) contra a aterosclerose pode contribuir para o risco cardíaco. A suplementação excessiva de compostos como ácido fólico e metionina (tanto durante a gestação quanto durante outras fases da vida) podem gerar hipermetilação e aumento do risco de doenças. Por outro lado, indivíduos com variações genéticas importantes podem necessitar de suplementos específicos para que consigam proteger genes importantes. O ideal é que tudo seja individualizado e para conhecermos os genes exames nutrigenéticos são solicitados.

A nutrição possui um papel chave na prevenção das doenças cardiovasculares pela modulação da metilação, inflamação, estresse oxidativo etc. Neste vídeo falo de aspectos importantes da nutrição para a saúde cardiovascular com alimentos fáceis de incluir no cardápio:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags