Atrofia de múltiplos sistemas e EGCG

A atrofia de múltiplos sistemas é uma doença neurodegenerativa progressiva e rara caracterizada pela agregação da proteína α-sinucleína em neurônios e oligodendrócitos. Os pacientes diagnosticados com a doença experimentam alterações do sistema nervoso autônomo e sintomas como parkinsonismo predominante (rigidez, tremores, lentidão) ou ataxia cerebelar (desequilíbrio, incoordenação motora, caminhar e fala como se o paciente estivesse embrigado).

A sobrevida após o diagnóstico é de 3 a 10 anos. Atualmente não há medicação capaz de atrasar a progressão da doença. Mas um estudo publicado em 2019 mostrou que a suplementação do polifenol epigalocatequina galato (EGCG) extraído do chá verde modula a formação de oligômeros de α-sinucleína, reduzindo sua neurotoxicidade. No estudo 47 pacientes receberam o EGCG e 45 receberam um placebo (manitol).

Os participantes receberam uma cápsula de gelatina (contendo 400 mg de epigalocatequina galato ou manitol) por via oral uma vez ao dia durante 4 semanas, depois uma cápsula duas vezes ao dia durante 4 semanas (800 mg) e, em seguida, uma cápsula três vezes (1.200 mg) ao dia durante 40 semanas. Após 48 semanas, todos os pacientes foram submetidos a um período de wash-out de 4 semanas (Levin, 2019).

O desfecho foi a alteração na pontuação do exame motor da Escala Unificada de Avaliação de Atrofia de Sistemas Múltiplos. O chá verde não conseguiu reverter os problemas motores dos pacientes. Contudo, foi observada uma menor perda de volume cerebral no grupo que recebeu o EGCG (atrofia de 3,4% x 7,3% no grupo que recebeu o placebo). Talvez o grupo de pacientes já estivesse grave demais para mostrar efeito clínico significativo.

De qualquer forma, se você é um paciente com parkinson, parkisonismo ou ataxia utilize EGCG ou consuma chá verde. Mas atenção: alguns pacientes apresentaram toxicidade hepática. Não recomenda-se na vida real doses de EGCG superiores a 900 mg/dia.

O que é EGCG?

A epigalocatequina-3-galato, ou EGCG, é um composto vegetal encontrado naturalmente na planta Camelia sinensis que dá origem a chá verde, branco, oolong e preto.

Dados de animais e celulares sugerem que 2,8% do EGCG consumido atravessa a barreira hematoencefálica humana após 30 min. Efeitos potencialmente benéficos do EGCG incluem a quelação de ferro, redução da inflamação e eliminação de radicais livres.

Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags ,

Para que servem os exames genéticos no esporte?

Muitos fatores afetam a performance atlética, incluindo fatores genéticos aditivos, que combinados influenciam o metabolismo de nutrientes e de todas as vias relacionadas ao exercício. Variações na sequência de DNA em genes relevantes têm sido associadas com capacidade de resistência, desempenho muscular, maior ou menor susceptibilidade a lesões, composição corporal e até aptidão psicológica.

O conhecimento das vantagens e barreiras conferidas pelas variações genômicas torna possível uma abordagem mais personalizada e precisa. Existem três aspectos principais onde o estudo da genética auxilia de maneira direta a performance esportiva:

• Determinação da modalidade: variações no genes ACTN3, por exemplo, estão associados a aptidão para exercícios de força ou de resistência.

• Nutrição do atleta: a nutrigenética permite a avaliação de genes que impactam no metabolismo de nutrientes, na absorção e uso de vitaminas e minerais. Pessoas com uma tendência genética à deficiência podem necessitar suplementação diferenciada para que consigam alcançar maior performance.

• Monitoramento de lesões:
existem variantes genéticas associadas à uma maior predisposição à lesões. Com essa informação o preparo do atleta também passa a ser individualizado, com o objetivo de prevenir a ocorrência dessas lesões.

Falo mais sobre estes aspectos neste vídeo:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Meu teste genético para SARS-CoV-2 | Suscetibilidade ao COVID-19

COVID-19 é o nome, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada pelo coronavírus SARS-COV-2. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, tendo sido confirmados casos em outros países.

Os sintomas mais frequentes associados à infeção pelo COVID-19 são aqueles que já conhecemos: febre, tosse, dificuldade respiratória, perda total ou parcial do olfato e perturbação do paladar. Em casos mais graves, pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte.

Qual é o período de contágio?

O período de contágio (tempo decorrido entre a exposição ao vírus e o aparecimento de sintomas) é atualmente considerado de 14 dias. Mas quais são as chances de sermos infectados pelo coronavírus e, se infectados, há risco de complicações? É o que avalia o painel da FullDNA.

No meu caso, meu resultado mostrou uma menor expressão de TMPRSS2. Contudo, isto não faz com que não possam existir complicações com a exposição a uma carga viral alta. Eu tenho arritmias, tenho avô e primo que faleceram jovens de morte súbita. E meu teste mostrou esta propensão:

Screen Shot 2020-12-13 at 2.34.06 PM.png

Testes como o da FullDNA nos ajudam a entender a importância de medidas preventivas, nos ajudam a fortalecer nosso propósito de cuidarmos cada vez melhor de nossa saúde e daqueles que amamos. Este ano é de lives no natal, ano novo e de agradecermos por tudo o que temos de bom na vida e pela saúde dos nossos entes queridos e da nossa comunidade.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/