Nutrição que evita o acúmulo de placa de gordura nas artérias

O acúmulo de gordura dentro dos vasos (aterosclerose) é uma das causas das doenças cardíacas. Estes depósitos de gordura dificultam a passagem de sangue pelos vasos, aumentando o risco de infartos, derrame e morte súbita. Dentre as causas deste acúmulo de gordura estão o excesso de colesterol, a pressão alta, o diabetes, o tabagismo, a obesidade, a falta de atividade física, a inflamação, o excesso de radicais livres, a predisposição genética, o envelhecimento e anormalidades na metilação.

A metilação (união de CH3) de genes protetores (como ESR1 e ESR2) contra a aterosclerose pode contribuir para o risco cardíaco. A suplementação excessiva de compostos como ácido fólico e metionina (tanto durante a gestação quanto durante outras fases da vida) podem gerar hipermetilação e aumento do risco de doenças. Por outro lado, indivíduos com variações genéticas importantes podem necessitar de suplementos específicos para que consigam proteger genes importantes. O ideal é que tudo seja individualizado e para conhecermos os genes exames nutrigenéticos são solicitados.

A nutrição possui um papel chave na prevenção das doenças cardiovasculares pela modulação da metilação, inflamação, estresse oxidativo etc. Neste vídeo falo de aspectos importantes da nutrição para a saúde cardiovascular com alimentos fáceis de incluir no cardápio:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Atrofia de múltiplos sistemas e EGCG

A atrofia de múltiplos sistemas é uma doença neurodegenerativa progressiva e rara caracterizada pela agregação da proteína α-sinucleína em neurônios e oligodendrócitos. Os pacientes diagnosticados com a doença experimentam alterações do sistema nervoso autônomo e sintomas como parkinsonismo predominante (rigidez, tremores, lentidão) ou ataxia cerebelar (desequilíbrio, incoordenação motora, caminhar e fala como se o paciente estivesse embrigado).

A sobrevida após o diagnóstico é de 3 a 10 anos. Atualmente não há medicação capaz de atrasar a progressão da doença. Mas um estudo publicado em 2019 mostrou que a suplementação do polifenol epigalocatequina galato (EGCG) extraído do chá verde modula a formação de oligômeros de α-sinucleína, reduzindo sua neurotoxicidade. No estudo 47 pacientes receberam o EGCG e 45 receberam um placebo (manitol).

Os participantes receberam uma cápsula de gelatina (contendo 400 mg de epigalocatequina galato ou manitol) por via oral uma vez ao dia durante 4 semanas, depois uma cápsula duas vezes ao dia durante 4 semanas (800 mg) e, em seguida, uma cápsula três vezes (1.200 mg) ao dia durante 40 semanas. Após 48 semanas, todos os pacientes foram submetidos a um período de wash-out de 4 semanas (Levin, 2019).

O desfecho foi a alteração na pontuação do exame motor da Escala Unificada de Avaliação de Atrofia de Sistemas Múltiplos. O chá verde não conseguiu reverter os problemas motores dos pacientes. Contudo, foi observada uma menor perda de volume cerebral no grupo que recebeu o EGCG (atrofia de 3,4% x 7,3% no grupo que recebeu o placebo). Talvez o grupo de pacientes já estivesse grave demais para mostrar efeito clínico significativo.

De qualquer forma, se você é um paciente com parkinson, parkisonismo ou ataxia utilize EGCG ou consuma chá verde. Mas atenção: alguns pacientes apresentaram toxicidade hepática. Não recomenda-se na vida real doses de EGCG superiores a 900 mg/dia.

O que é EGCG?

A epigalocatequina-3-galato, ou EGCG, é um composto vegetal encontrado naturalmente na planta Camelia sinensis que dá origem a chá verde, branco, oolong e preto.

Dados de animais e celulares sugerem que 2,8% do EGCG consumido atravessa a barreira hematoencefálica humana após 30 min. Efeitos potencialmente benéficos do EGCG incluem a quelação de ferro, redução da inflamação e eliminação de radicais livres.

Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Para que servem os exames genéticos no esporte?

Muitos fatores afetam a performance atlética, incluindo fatores genéticos aditivos, que combinados influenciam o metabolismo de nutrientes e de todas as vias relacionadas ao exercício. Variações na sequência de DNA em genes relevantes têm sido associadas com capacidade de resistência, desempenho muscular, maior ou menor susceptibilidade a lesões, composição corporal e até aptidão psicológica.

O conhecimento das vantagens e barreiras conferidas pelas variações genômicas torna possível uma abordagem mais personalizada e precisa. Existem três aspectos principais onde o estudo da genética auxilia de maneira direta a performance esportiva:

• Determinação da modalidade: variações no genes ACTN3, por exemplo, estão associados a aptidão para exercícios de força ou de resistência.

• Nutrição do atleta: a nutrigenética permite a avaliação de genes que impactam no metabolismo de nutrientes, na absorção e uso de vitaminas e minerais. Pessoas com uma tendência genética à deficiência podem necessitar suplementação diferenciada para que consigam alcançar maior performance.

• Monitoramento de lesões:
existem variantes genéticas associadas à uma maior predisposição à lesões. Com essa informação o preparo do atleta também passa a ser individualizado, com o objetivo de prevenir a ocorrência dessas lesões.

Falo mais sobre estes aspectos neste vídeo:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/