O que é o padrão alimentar atlântico

Sou brasileira, nascida no Rio de Janeiro, mas nunca morei na beira da praia. Meus pais mudaram-se para Brasília quando eu tinha apenas 2 meses. De carioca só mesmo minha certidão de nascimento. Mas vivo em uma cidade litorânea de Portugal, Porto, desde 2018. A dieta em Portugal, banhada pelo oceano atlântico, possui semelhanças e diferenças em relação à dieta no Brasil, país banhado pelo mesmo oceano. Saiba mais:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

SIBO e hipocloridria

Muitas pessoas pensam que todos os problemas do estômago devem-se à alta produção de ácido clorídrico. Contudo, na verdade, na maior parte das vezes o que acontece é justamente o contrário. Uma baixa produção de ácido clorídrico, provocando grandes dificuldades digestivas.

Pessoas com hipocloridria (baixa acidez estomacal) ou acloridria (falta de acidez estomacal) não digerem bem proteínas, sentem mais desconforto após refeições volumosas, mais gases e dor abdominal. A hipocloridria pode ser induzida por medicação (uso constante de antiácidos) ou pode ser simplesmente uma consequência do processo de envelhecimento.

A baixa acidez aumenta o risco de contrairmos parasitoses, desenvolvermos sensibilidades alimentares (pela dificuldade de digestão de proteínas) e desenvolvermos um supercrescimento bacteriano na região do intestino delgado (SIBO).

O supercrescimento bacteriano gera uma inflamação crônica e aumenta o risco de hipotireoidismo, fadiga crônica e até depressão (geralmente por falta de vitamina B12). Uma das opções de tratamento é o uso da betaína anidra (betaína HCl ou trimetilglicina) e da enzima pepsina. Tanto a betaína HCl quanto a pepsina são componentes naturais do suco gástrico, com a função de tornar os nutrientes e aminoácidos dos alimentos mais biodisponíveis. Também são importantes para a absorção adequada de proteínas, cálcio, vitamina B12 e ferro. A versão ácida da betaína (betaína HCl) atua como um acidificador do estômago e auxiliar digestivo.

Em uma pesquisa pacientes com tireoidite de Hashimoto começaram a suplementar betaína HCl e pepsina e relataram vários benefícios. Cerca de 50 a 70% das pessoas com Hashimoto provavelmente apresentam deficiência de ácido estomacal e relatam níveis de energia melhorados (58%), dor reduzida (40%) e melhora do humor (35%). Um quarto das pessoas sentiu que este suplemento também os ajudou a perder peso. A trimetilglicina (betaína) também pode ser útil para quebrar a homocisteína, que tem sido associada à inflamação. Além disso, ele pode aumentar a quantidade de SAMe, uma substância que ocorre naturalmente com propriedades que aumentam o humor e aliviam a dor.

Quem deve evitar a betaína com pepsina? Pessoas que têm histórico de úlcera péptica ou gastrite, ou que tomam antiinflamatórios não esteroidais (ácido acetilsalicílico, ibuprofeno, naxopreno, diclofenaco, dipirona, nimesulida etc) ou outros medicamentos que aumentem o risco de úlcera

Maneiras alternativas de melhorar a acidez estomacal e a digestão

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Garantir um ambiente ácido estomacal é importantíssimo para a boa digestão. O uso de uma colher de chá de vinagre de maçã em um copo de água fria ou o suco de um limão em um copo de água quente pode apoiar a digestão em alguns casos de baixo ácido estomacal. A beterraba também é uma fonte rica de betaína. Se você tem a mutação do gene MTHFR, a beterraba é especialmente boa para você, pois seu conteúdo de betaína pode quebrar a homocisteína, molécula que tende a estar elevada nesta condição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Selênio, o mineral anti-envelhecimento

O selênio é um mineral antienvelhecimento. Faz parte de proteínas que protegem as células contra a ação de espécies reativas de oxigênio (ROS;). A glutationa peroxidase, por exemplo, é uma das mais importantes enzimas antioxidantes, sendo dependente de selênio.

Este mineral também é fundamental para a regulação do metabolismo. A tiorredoxina redutase (TR), junto com a tiorredoxina, forma um sistema antioxidante com múltiplas funções, incluindo a regulação redox de fatores de transcrição e fornecimento de equivalentes redutores para a síntese do material genético, na forma de ácido desoxirribonucléico (DNA). A TR também tem a função de reduzir a ubiquinona-10 para regenerar o antioxidante ubiquinol-10. Esta é uma reação importante na prevenção da peroxidação (perda de elétrons) de lipídios.

Outra enzima é a selenofosfato sintetase 2 (SPS2) que também desempenha um papel importante doador de Se. Esses efeitos antioxidantes e outras ações significam que uma das principais atividades de muitas selenoproteínas será reduzir os danos ao DNA, seja diretamente por meio da interação com os radicais livres, ou mais indiretamente, por meio do aumento da capacidade de reparo do DNA celular.

Fora isso o selênio desempenha várias outras funções:

É importante dizer que o selênio não atua de forma independente, mas sim em conjunto com outros micronutrientes, incluindo zinco, folato, vitaminas D, E, B2, B6 e B12 (Ferguson & Karunasinghe, 2011).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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