Reprogramação genética com dieta cetogênica

Herdamos genes do pai e da mãe e com o passar do tempo estes genes podem comportar-se acelerando o envelhecimento e aumentando o risco de doenças. Contudo, um estilo de vida saudável pode melhorar a expressão de genes protetores e silenciar a expressão de genes associados à riscos à saúde.

Uma das estratégias é o jejum intermitente. Outra estratégia é a adoção da dieta cetogênica por alguns períodos do ano. A mesma funciona a partir do baixo consumo de carboidratos, concomitante à elevação do consumo de boas fontes de gordura (como azeite, peixes gordos, sementes, castanhas, abacate e coco). Estudos vêm mostrando que esta estratégia está associada à reprogramação genética e equilíbrio do nível de glicose sanguíneo. Dentre uma de suas consequências, a modulação do gene PPAR, envolvido em todas as funções metabólicas, principalmente as associadas à comportamentos compulsivos.

Os efeitos terapêuticos da dieta cetogênica dependem da qualidade da microbiota intestinal. Uma dieta cetogênica de bacon, carne e manteiga reduz a diversidade da microbiota intestinal, o que influencia negativamente a saúde.

Já uma dieta cetogênica feita da forma certa, rica em fibras e fitoquímicos melhora a riqueza e diversidade da microbiota. Isto, associado à redução da glicemia, gera mudanças epigenéticas, na forma como seus genes comportam-se. Com isso, há reprogração metabólica, garantindo flexibilidade mitocondrial e gerando os efeitos positivos (cetoterapêuticos) incluindo menor risco de neurodegeneração.

DIETA CETOGÊNICA PASSO A PASSO (para leigos).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Prevenção de transtornos psiquiátricos começa na gestação

Insultos ambientais durante os períodos mais sensíveis do desenvolvimento do cérebro têm consequências de longo prazo na função cerebral, aumentando o risco de dificuldades de aprendizagem a transtornos psiquiátricos complexos, como a depressão, o autismo e a esquizofrenia.

Transtornos psiquiátricos impactam a vida de famílias e aumentam o risco de baixa empregabilidade e renda, caso sintomas não sejam tratados adequadamente. Na esquizofrenia medicamentos antipsicóticos nem sempre conseguem melhorar cognição e anormalidades comportamentais. Também não existem terapias farmacológicas eficazes para transtornos do espectro do autismo (TEA) e deficiências intelectuais relacionadas.

Análises transcriptômicas sugerem que genes associados a transtornos psiquiátricos são altamente expressos durante o desenvolvimento. Além disso, fatores de risco ambientais, como hipóxia e infecção materna, são eventos de início da vida que alteram o neurodesenvolvimento. Existem janelas críticas para o desenvolvimento do cérebro.

A disbiose intestinal, por exemplo, é muito comum e aumenta a inflamação e o estresse oxidativo em todo o corpo, inclusive no cérebro. Desta forma, gestantes devem cuidar da saúde intestinal. Quando ocorrem alterações na diversidade da microorganismos no intestino, essa disbiose intestinal acarreta em consequências a seu hospedeiro, a partir do aumento da permeabilidade da barreira de muco presente no intestino a agentes patogênicos.

A microbiota do recém nascido também deve ser cuidada. Ela começa a desenvolver-se já no início da vida, a partir da translocação de bactérias da própria mãe, por meio da composição da microbiota intestinal e uma possível infecção vaginal na mesma. Mães e bebês podem beneficiar-se do uso de bactérias probióticas como forma de modulação não apenas da saúde intestinal mas também da saúde cerebral.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Crononutrição e envelhecimento do cérebro

Sabia que o leite materno possui diferentes composições ao longo do dia? Pois é, nosso metabolismo todo varia de acordo com que as horas vão passando. E qualquer reação metabólica depende de nutrientes. É por isso que o estudo da nutrição vem ganhando cada vez mais espaço. É como se dentro de cada órgão tivéssemos um relógio, que controla a secreção de hormônios, a produção de enzimas, anticorpos ou qualquer outra proteína.

No período matutino genes como BMAL1 e CLOCK estão mais expressos, enquanto que no período noturno PER e CRY estão mais ativos. Quando dormimos e nos alimentamos bem tudo se alinha mas quando as horas de sono estão comprometidas, quando o organismo está inflamado ou o intestino deixa de funcionar instala-se a cronodisrupção. A mesma está associada a maior risco de síndrome metabólica, diabetes, problemas cardiovasculares e até maior risco de demência. Por exemplo, à noite temos menor tolerância à glicose e maior tendência à inflamação. Por isso, tantas pessoas beneficiam-se de jejuns de 12 a 16 horas.

O relógio epigenético também poderia nos informar sobre a rapidez com que envelhecemos e como somos propensos a doenças da velhice. Envelhecemos em velocidades diferentes. Cientistas da Universidade de Exeter analisaram amostras do cérebro humano de pessoas falecidas entre o primeiro ano de vida até 108 anos de idade, identificando 347 locais de metilação do DNA que predizem a idade do córtex humano, quando usados de forma combinada (por isso a importância de estudos genômicos de larga escala). Os genes metilados, correlacionados com o envelhecimento, foram batizados de “relógios epigenéticos”. A equipe está trabalhando agora em amostras do cérebro de pacientes que faleceram com diagnóstico de doença de Alzheimer e tentando identificar como diferentes níveis de metilação afetam a neurodegeneração, demência e outros fenótipos (Shireby et al., 2020).

Se pudermos prever com mais precisão o envelhecimento do cérebro e desvendar as causas subjacentes dessa condição altamente complexa, teremos a maior oportunidade de desenvolver tratamentos eficazes que podem retardar sua progressão. O envelhecimento cerebral também é marcado pelo encurtamento dos telômeros, que pode ser minimizado com um estilo de vida apropriado:

Nutrigenômica é “o estudo das interações bidirecionais entre genes e dieta”. O estudo da epigenética abrange todos os processos que induzem alterações hereditárias na expressão gênica sem uma alteração na sequência de nucleotídeos do DNA. Os principais mecanismos epigenéticos são metilação do DNA (DNAm), modificação de histonas e RNA não codificante, assuntos tratados neste curso. A desregulação epigenética é muito observada com o processo de envelhecimento. Existem evidências de que o ambiente no início da vida em geral e a nutrição em particular podem induzir alterações de longo prazo na metilação do DNA, resultando em uma suscetibilidade alterada a uma variedade de doenças associadas ao envelhecimento. Filhos de mães que sofreram desnutrição na gestação são menos metilados.

A estabilidade genômica também depende de nutrientes como folato, B2, B6, B12, colina e betaína. A metilação do DNA mede o efeito cumulativo de um sistema de manutenção epigenética. Modificações ambientais podem alterar a metilação do DNA ao longo da vida. Exames genéticos mostram vulnerabilidades a serem corrigidas para maior longevidade e qualidade de processamento cerebral ao longo de toda a vida.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/