Insultos ambientais durante os períodos mais sensíveis do desenvolvimento do cérebro têm consequências de longo prazo na função cerebral, aumentando o risco de dificuldades de aprendizagem a transtornos psiquiátricos complexos, como a depressão, o autismo e a esquizofrenia.
Transtornos psiquiátricos impactam a vida de famílias e aumentam o risco de baixa empregabilidade e renda, caso sintomas não sejam tratados adequadamente. Na esquizofrenia medicamentos antipsicóticos nem sempre conseguem melhorar cognição e anormalidades comportamentais. Também não existem terapias farmacológicas eficazes para transtornos do espectro do autismo (TEA) e deficiências intelectuais relacionadas.
Análises transcriptômicas sugerem que genes associados a transtornos psiquiátricos são altamente expressos durante o desenvolvimento. Além disso, fatores de risco ambientais, como hipóxia e infecção materna, são eventos de início da vida que alteram o neurodesenvolvimento. Existem janelas críticas para o desenvolvimento do cérebro.
A disbiose intestinal, por exemplo, é muito comum e aumenta a inflamação e o estresse oxidativo em todo o corpo, inclusive no cérebro. Desta forma, gestantes devem cuidar da saúde intestinal. Quando ocorrem alterações na diversidade da microorganismos no intestino, essa disbiose intestinal acarreta em consequências a seu hospedeiro, a partir do aumento da permeabilidade da barreira de muco presente no intestino a agentes patogênicos.
A microbiota do recém nascido também deve ser cuidada. Ela começa a desenvolver-se já no início da vida, a partir da translocação de bactérias da própria mãe, por meio da composição da microbiota intestinal e uma possível infecção vaginal na mesma. Mães e bebês podem beneficiar-se do uso de bactérias probióticas como forma de modulação não apenas da saúde intestinal mas também da saúde cerebral.