Sal, pressão alta e imunidade

É sabido que muito sal pode levar à pressão alta em pessoas a ele sensíveis, o que aumenta o risco de alguém sofrer um ataque cardíaco ou derrame. Mas este estudo é o primeiro a provar que o consumo excessivo de sal enfraquece significativamente o sistema imunológico.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo de não mais que 5 gramas de sal por dia (cerca de uma colher de chá). O problema é que o sal também está presente em grande quantidade em alimentos processados, como molho de tomate, pizza, salgadinhos, bolachas, pães, sopas instantâneas, embutidos, etc. Por isso, a maior parte das pessoas acaba consumindo não 5 mas entre 10 e 15g de sal ao dia.

Existem sim as pessoas resistentes ao sal (comem muito e a pressão continua normal). Contudo, acredita-se que 60% das pessoas com pressão alta sejam sensíveis ao sal. Nossos corpos dependem do sódio para manter o volume normal de sangue, transmitir impulsos nervosos, contrair fibras musculares e outras funções vitais, portanto, a capacidade de reter esse nutriente acaba sendo uma vantagem para a sobrevivência. Contudo, à medida que os humanos evoluíam, as doenças infecciosas (que costumam causar a perda de sódio por diarréia e vômito) deixaram de existir e passamos a comer alimentos mais processados, fazendo com que as doenças hipertensivas aumentassem muito. Existem vários genes que fazem com que uma pessoa seja mais ou menos sensível ao sal. Um desses genes é o klotho.

Além do gene klotho outros genes influenciam a sensibilidade ao sal como os genes ACE, AGT, AGTR1, CYP11B2, SGK1, HSD11B2, CYP3A5, NPPA, dentre outros (Sanada, Jones, & Jose, 2014).

AVALIAÇÃO NUTRIGENÉTICA DE PACIENTE “A” - SENSIBILIDADE AO SAL

AVALIAÇÃO NUTRIGENÉTICA DE PACIENTE “A” - SENSIBILIDADE AO SAL

Excesso de sal também pode prejudicar a imunidade

À medida que a pandemia de coronavírus varre o mundo, todos fazemos o possível para cuidar de nós mesmos - e de nosso sistema imunológico. E, de acordo com uma nova pesquisa do Hospital Universitário de Bonn, na Alemanha, um fator importante a considerar é a ingestão de sal. Pesquisas mostram que animais de laboratório alimentados com dietas ricas em sal acabam tendo mais infecções bacterias graves. Em humanos acontece o mesmo. Após apenas uma semana de sal extra, as amostras de sangue revelam redução nas células imunes. Muito sal gera acúmulo de glicocorticóides, hormônios que reduzem os granulócitos, dificultando o combate eficiente às bactérias.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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EXAMES MODERNOS DETECTAM RISCO DE ALZHEIMER

O Alzheimer é uma doença crônica neurodegenerativa que inicia-se lentamente, progredindo por décadas antes que o diagnóstico seja feito. Pode afetar vários aspectos da vida diária tendo como sinais e sintomas como falhas na memória, dificuldade de concentração, planejamento ou resolução de problemas, mudanças de humor, esquecimentos, problemas na linguagem ou vocabulário, dificuldade de localização ou baixa motivação para atividades anteriormente apreciadas.

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As causas da doença são complexas e incluem genética, traumas cranianos, assim como fatores de risco tais quais depressão, hipertensão, obesidade, diabetes, epilepsia, dieta inflamatória, disrtúrbios do sono, tabagismo, alto consumo de álcool e má circulação devido a problemas cardiovasculares (Edwards III et al., 2019). O estresse mal administrado é outro fator de risco para a doença de Alzheimer (Caruso et al. ,2019).

Como atualmente não existe cura para a doença e o diagnóstico ocorre tardiamente (por volta dos 80 anos) os sintomas já podem ser muito sérios e irrecuperáveis. Pessoas em estágios avançados podem esquecer como fazer tarefas simples, como escovar os dentes, pentear os cabelos, usar adequadamente o banheiro, andar, comer. Podem ficar mais ansiosos ou agressivos, ter mais insônia e queda da imunidade, podem apresentar incontinência, retraimento social, aumento da agitação em vários momentos do dia ou comportamentos impróprios.

O que se espera é que os fatores de risco possam ser conhecidos de forma mais precoce e que o diagnóstico aconteça décadas antes de sintomas graves, para que as oportunidades de tratamento sejam maiores. Hoje, os exames genéticos e as tentativas de detecção de marcadores sanguíneos destacam-se.

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EXAMES GENÉTICOS

Várias empresas hoje oferecem ao consumidor a oportunidade de avaliação de polimorfismos (alterações) genéticos associados ao maior risco de Alzheimer. Entre os genes que podem ser avaliados destacam-se APOE, APP, PSEN1, PSEN2, DYRK1A, MAPT.

EXAME GENÉTICO DE PACIENTE “A”. AS CORES REPRESENTAM AS ALTERAÇÕES (VERMELHO = MAIOR RISCO; LARANJA = RISCO MÉDIO; VERDE = MENOR RISCO).

EXAME GENÉTICO DE PACIENTE “A”. AS CORES REPRESENTAM AS ALTERAÇÕES (VERMELHO = MAIOR RISCO; LARANJA = RISCO MÉDIO; VERDE = MENOR RISCO).

Os exames genéticos possuem caráter preditivo, servindo para nortear ações de prevenção que devem ser implementadas ao longo da vida, como adoção de dieta antiinflamatória e de baixo índice glicêmico, com características cetogênicas, acompanhadas de jejum e atividade física, assim como controle do estresse com yoga e meditação.

MARCADORES SANGUÍNEOS

A doença de Alzheimer pode surgir quando quantidades anormais da proteína tau se acumulam dentro das células nervosas, formando emaranhados que bloqueiam a comunicação dos neurônios. Cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, descobriram que altos níveis da proteína p-tau217 no sangue correlacionam-se a mudanças semelhantes ao Alzheimer no tecido cerebral do paciente após a morte. Naqueles que estavam geneticamente sob risco de contrair a doença, os níveis de p-tau217 começaram a subir 20 anos antes de apresentarem declínio cognitivo.

A identificação precoce da proteína possibilita tratamento eficaz que deve ser iniciado antes que os sintomas se desenvolvam. Os cientistas de Lund analisaram mais de 1.400 pessoas, algumas das quais com mal de Alzheimer. Depois de analisar diferentes biomarcadores no sangue e fluido espinhal, bem como tomografia por emissão de pósitrons (PET), eles descobriram que o p-tau217 distinguia a doença de Alzheimer de outras doenças neurodegenerativas com até 98% de precisão (Palmqvist et al., 2020).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Benefícios da melatonina na síndrome de Down e nos transtornos do neurodesenvolvimento

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A melatonina é uma hormônio liberado em grande medida pela glândula pineal. Possui diversas funções como o controle do ritmo, atividade antioxidante, anti-envelhecimento, antiproliferativas e imunomoduladora.

Recentemente, pesquisadores mostraram que a melatonina também pode ser sintetizada por células C da tireoide e que o uso de suplemento de melatonina aumenta a tireoglobulina em nível de RNAm. A tireoglobulina é usada na produção dos hormônios triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (T4) (Garcia-Marin et al., 2015).

Outro local de produção de melatonina é o intestino. Aliás, a concentração de melatonina no intestino é 400 vezes maior do que a da glândula pineal. Regula a motilidade do sistema digestivo, tendo também funções imunomodulatórias locais (Chen et al., 2011). Estudos apontam que o uso oral de melatonina reduz a permeabilidade intestinal, com vários efeitos benéficos para a saúde (Anderson, & Maes, 2015; Eliasson, 2014Kim et al., 2020).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/