Efeito da meditação e do yoga no cérebro

Recebemos mais de 16 milhões de bits de informação por dia, 500 mil por minuto. Tudo o que se passa à nossa volta nos comunica algo. É impossível captar tudo. O cérebro então filtra o que é mais importante. Uma mulher grávida vê carrinhos de bebê para todo lado (está filtrando isso). Pessoas não grávidas podem nem perceber os carrinhos de bebê, concentrando-se em outras coisas do ambiente. Esse sistema de filtragem é conhecido como Sistema de Ativação Reticular (SAR). Este sistema é composto por um conjunto de neurônios que vai filtrando aquilo com que devemos trabalhar. Deixa na memória de trabalho (MT) as tarefas mentais do momento (leitura, aritmética, resolução de problemas. Quem não consegue filtrar o que é mais relevante sobrecarrega a memória de trabalho.

Por isso, estas pessoas devem decidir conscientemente no que focar. Devem estabelecer metas, falar sobre elas, escrevê-las, lê-las e focando em sua concretização durante o dia. Pessoas que têm dificuldade em focar podem precisar fazer um trabalho, entram na internet para pesquisar mas perdem-se ali dentro. O ideal então é fazer uma meditação à noite, pensar nas tarefas principais do dia seguinte e escrevê-las (poderá usar também uma agenda ou um alarme). No dia seguinte, ao acordar, leia a lista de tarefas e comece pelo que é mais importante. Distraiu-se, não lembra o que tinha que fazer? Leia novamente a lista e continue assim até completar sua tarefa. Existem também suplementos que ajudam a focar melhor. Discuto isso durante as consultas e também em meu curso online Psiconutrição.

Meditação e memória de trabalho

Outra forma de ativar o SAR e reduzir a sobrecarga da memória de trabalho é pela meditação. Para treinar o sistema de ativação reticular e a performance no trabalho práticas como meditação e yoga são indicadas. Embora a maioria das pessoas experimente atenção plena apenas por períodos muito curtos, a capacidade de concentrar-se pode ser aprimorada com treinamento adequado. As práticas não precisam ser complexas. O simples ato de fechar os olhos e prestar atenção na respiração já tem um grande efeito no cérebro. Pesquisas mostram que a meditação aumenta o fluxo sanguíneo no córtex pré-fronta e lobos parietais. A meditação também reduz a oscilação de ondas mentais no lobo frontal. Assim, as práticas meditativas contribuem para a regulação da atenção, maior consciência corporal, regulação da emoção e consolidação da memória.

Yoga e o cérebro

O yoga é uma filosofia milenar que inclui técnicas respiratórias, meditativas, corporais, dentre outras. Pesquisas mostram que a prática de yoga estimula a neuroplasticidade, a mudança do cérebro, ao ganho de novas conexões. Existem evidências de que a prática regular reduz o risco de problemas cognitivos, atrofia cerebral, condições psiquiátricas (como depressão) e ajuda a tratar a hiperatividade e déficit de atenção, tão comuns em nossa sociedade.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Epigenética mitocondrial na síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21)

As mitocôndrias são organelas citoplasmáticas que desempenham um papel central na geração de energia e em vários outros mecanismos envolvidos no equilíbrio do organismo. A mitocôndria possui seu próprio genoma (DNA mitocondrial), que é regulado por mecanismos epigenéticos (nesse caso a ciência é a mitoepigenética).

Variações genéticas (como ocorre na trissomia do cromossomo 21) ou alterações epigenéticas podem influenciar o funcionamento mitocondrial, alterar a capacidade de metilação do DNA e acelerar o desenvolvimento de diversas doenças (como o hipotireoidismo e a doença de Alzheimer).

Pessoas com síndrome de Down apresentam maiores concentrações de piruvato, succinato, fumarato, lactato e formato (Caracausi et al., 2018). O aumento destes compostos sugere alterações no funcionamento mitocondrial. A superexpressão do gene Hsa21 NRIP1 parece ser uma das causas da disfunção das mitocôndrias na síndrome de Down (SD), prejudicando a capacidade de produção energética das células. Outra causa da disfunção mitocondrial (no cérebro) é o acúmulo de proteína beta amilóide. A correção parcial do problema depende do adequado consumo de nutrientes. D

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Epigenética e apneia do sono na síndrome de Down

Pessoas com síndrome de Down são mais suscetíveis à apneia obstrutiva do sono do que o restante da população. Enquanto na população típica a frequência de apneia é de 2%, na síndrome de Down pode atingir entre 50% e 80% das pessoas.

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Isso pode ocorrer por diferentes motivos como maior adiposidade visceral, síndrome metabólica, inflamação, frouxidão dos músculos da garganta; aumento do tamanho das amígdalas e adenoides; e menor passagem de ar pelas vias aéreas superiores.

Outra hipótese é que mulheres grávidas que estão inflamadas ou que tenham uma quantidade grande de radicais livres circulantes prejudiquem a regulação epigenética da criança. Com isso, o risco de apneia também pode aumentar, principalmente se falta oxigênio para o feto em alguns momentos. A inflamação pode ocorrer por infecção, por disbiose intestinal. O estresse oxidativo aumentado também, além de ser frequentemente resultado de uma dieta pobre em substâncias antioxidantes, contato com toxinas, estresse. Com isso, a metilação de genes críticos para o bom funcionamento da faringe, músculos da garganta e controle ventilatório pode ser modificada, causando prejuízos à respiração (Chen et al., 2019).

Por isso, a prevenção é o primeiro passo e começa antes da mulher engravidar, preparando-se bem para a gestação, não deixando nutrientes faltarem. O acompanhamento pré-natal adequado também é fundamental, tanto com médico, quanto com nutricionista.

Para quem já sofre com a apneia

Se a passagem de ar na parte de trás da garganta é deficiente ou está bloqueada durante algum momento da noite, a criança ronca e acorda pela dificuldade de respirar. O processo perpetua a inflamação, está associado à maior disfunção cognitiva e risco aumentado de diabetes.

O tratamento é importante pois crianças que não dormem ficam mais sonolentas durante o dia, apresentam mais dificuldades escolares, mudanças de comportamento e prejuízos na memória. Se a criança tem o sono agitado é aconselhável colocar uma grade protetora ao lado da cama para que ela não caia no chão.

O médico do paciente indicará tratamentos que podem incluir uso de aparelhos para melhorar o fluxo de oxigênio durante o sono, cirurgia de amígdalas e/ou adenóides, reposicionamento corporal na hora de dormir, elevação da cabeceira da cama. O excesso de peso agrava a apneia do sono. Por isto, modificações na dieta também podem ser necessárias.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/