Entre 30 e 50% de toda vitamina B9 consumida é usada pela mitocôndria

O folato (vitamina B9) é uma vitamina hidrossolúvel, presente em alimentos como vegetais verde escuros, feijões e banana. É essencial para a formação de glóbulos vermelhos e brancos na medula óssea. Também participa no organismo humano de muitas reações enzimáticas, no metabolismo de aminoácidos e nucleotídeos.

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Nucleotídeos (adenina, guanina, citosina, uracil e timina) são os blocos construtores dos ácidos nucléicos, do DNA e do RNA.

O folato fornece grupos metil (CH3) para a síntese de várias substâncias, para a metilação do DNA e na prevenção da incorporação de uracil no DNA. A deficiência de folato resulta na biossíntese prejudicada de DNA e RNA, reduzindo assim a divisão celular e prejudicando o reparo de tecidos. A explicação mais plausível para o efeito de baixo folato no rompimento dos cromossomos é a excessiva incorporação de uracil no DNA, uma lesão mutagênica que leva a quebras no DNA.

Estudos que a deficiência de folato e / ou vitamina B12 e a homocisteína plasmática elevada (um indicador metabólico da deficiência de folato) estão significativamente correlacionadas com o aumento da formação de micronúcleos e a redução do comprimento dos telômeros. A redução do comprimento dos telômeros aumenta o risco de câncer e acelera o envelhecimento. Quando falta B9 e/ou B12 a primeira coisa que sofre é a memória, pois falta acetilcolina.

Todas estas reações no corpo só acontecem se as mitocôndrias estiverem funcionando adequadamente. Estas organelas são as usinas energéticas das células e seu funcionamento é potencializado na presença de compostos como folato e outras vitaminas do complexo B, ácido ascórbico, tocoferol, zinco, selênio, carnitina e ácido lipóico (Kucharská, 2008; Wesselink et al., 2019).

Estudos de intervenção em humanos mostram que a hipometilação do DNA, quebras de cromossomos, incorporação de uracilos e formação de micronúcleos são minimizadas quando a concentração de folato nos eritrócitos é maior que 700 nmol/L e a formação de micronúcleos é minimizada quando a concentração plasmática de vitamina B12 é maior que 300 pmol/L e homocisteína plasmática é menor que 7.5 μmol/L. Essas concentrações são atingíveis em níveis de ingestão iguais ou superiores à ingestão diária recomendada de folato (isto é, > 400 μg/dia) e vitamina B12 (isto é, > 2 μg/dia), dependendo da capacidade do indivíduo de absorver e metabolizar essas vitaminas, que podem variar devido a fatores genéticos e diferenças epigenéticas (Fenech, 2012). Quando a pessoa é homozigota para MTHFR (este teste genético é muito importante em várias condições de saúde) a suplementação de folato pode precisar aumentar para 1.000 μg/dia para adultos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

QI de crianças com síndrome de Down

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O Quociente de inteligência (QI) é um valor obtido por meio de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas (inteligência) das pessoas. Expressão o nível de habilidade de um indivíduo num determinado momento em relação ao padrão (ou normas) comuns à idade.

As variações da inteligência possuem uma base genética, mas sofrem influência do contexto sócio-econômico, de estímulos diversos e da alimentação. O resultados do teste de QI de uma criança com síndrome de Down deve ser analisado com cautela. Primeiro porque estes testes não são confiáveis antes dos 7 anos de idade. Segundo, os testes de QI tendem a subestimar as competências de indivíduos com síndrome de Down, principalmente quando tem dificuldades na fala, o que dificulta a resposta a perguntas. Ademais, pontuações mais baixas não impedem que um indivíduo com síndrome de Down desenvolva competências de vida, não impede que possam cuidar de si próprios.

Por isso, utilize com prudência as informações de testes de inteligência. Ter baixa expectativa resulta em baixo estímulo, e claro, baixo desempenho. A intervenção precoce, os cuidados médicos e de saúde, o acesso à educação de qualidade, o amor, a aceitação social, a alimentação saudável associada à suplementação adequada geram contribuem para a aprendizagem em níveis cada vez mais elevados.

Há déficit cognitivo na Síndrome de Down? Sim! Mas em que medida o mesmo afetará o aprendizado e a vida? A resposta varia de pessoa para pessoa. Alguns indivíduos com Síndrome de Down fazem novas aquisições de forma mais lenta do que crianças típicas, outras tem mais dificuldade em manterem-se concentradas por longos períodos. A memória pode não ser tão boa; podem existir também mais dificuldades em aplicar o aprendido em diferentes contextos. Assim, não tenho como dizer se uma criança com síndrome de Down será capaz de ler, fazer contas ou se chegará à faculdade pois existe uma ampla variação de competências entre as pessoas. Mas isso também existe entre as pessoas típicos. Aprendi a ler e escrever mas não aprendi a tocar violão. Existem diferenças individuais em nosso desenvolvimento social, emocional, psicológico, motor, linguístico...

Sem problemas, ao invés de nos preocuparmos com o que não sabemos podemos focar no que temos de melhor, em nossas competências únicas. No caso da pessoa com síndrome de Down é muito importante lembrar que a aprendizagem pode ser muito afetada por doenças, problemas auditivos e/ou visuais ou algum transtorno do espectro autista. Desta forma, o acompanhamento é fundamental para que o apoio chegue o quanto antes.

Por fim, a nutrição adequada não pode ser negligenciada. O desenvolvimento do cérebro depende de uma série de nutrientes incluindo fosfolipídios, ácidos graxos, colina, zinco, vitaminas B5, B6, B9, B12, aminoácidos como taurina, além de antioxidantes para proteção do tecido nervoso.

Tradução livre da letra do vídeo: "o padeiro contratou Simone e todo mundo viu que ela poderia fazer o trabalho. O advogado foi à padaria e viu Simone trabalhando. Contratou John porque o padeiro contratou Simone. O dentista foi ao advogado e viu John trabalhando. O dentista contratou Sophia porque o advogado contratou John, porque o padeiro contratou Simone. O fazendeiro foi ao dentista e viu Sophia trabalhando. Contratou Kate porque o dentista contratou Sophia, porque o advogado contratou JOhn porque o padeiro contratou Simone. O barbeiro foi à feira e viu Kate trabalhando. Contratou Paul porque o fazendeiro contratou Kate, porque o dentista contratou Sophia, porque o advogado contratou John, porque o padeiro contratou Simone. O padeiro foi ao barbeiro e viu Paul trabalhando. Ele não tinha ideia, mas foi graças ao seu primeiro movimento que o barbeiro que tudo aconteceu...”

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Isolamento social e transtornos alimentares

Neste momento de incertezas e isolamento social é normal nos sentirmos sobrecarregados. A pandemia mundial do COVID-19 forçou discussões sobre higiene, fortalecimento da imunidade, trabalho remoto, justiça social e outros assuntos muito relevantes. Neste momento de isolamento flutuações de humor são normais mas temos que tentar manter a sanidade, a calma e nossas atividades essenciais. Mas claro, com tanto tempo em casa (já estou há mais de 40 dias) é normal que nos sintamos mais tristes, entediados, com o foco e a concentração variáveis. Mas é sinal de alerta se estiver ficando muito negativo, muito cansado, com dores, tendo muitas flutuações de peso ou descontrole em relação à comida ou álcool.

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Se as notícias estão agravando sua angústia, desligar-se um pouco da mídia será uma ótima ideia. Mas, mesmo com essa estratégia ainda tenho recebido muitos emails de pessoas que sofrem de transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar e que estão enfrentando muitos desafios neste momento. Pode ser difícil ficar sozinho. Para estas pessoas seria interessante ir para a casa de um familiar onde possa encontrar apoio. Se não puder mantenha-se conectado com as pessoas que ama. Ligue, faça videoconferências, crie grupos no whatsapp para a família.

Para quem era viciado por exercício, o fechamento das academias, ginásios e parques pode ser incrivelmente angustiante. Mas exercícios de intensidade baixa a moderada e yoga podem ser feitos em casa. Professores de yoga também podem ensinar exercícios de respiração, relaxamento e meditação que ajudarão a lidar com a ansiedade e o estresse. Um estudo publicado no International Journal of Yoga mostrou que o yoga é uma maneira promissora de reduzir os sintomas dos transtorno alimentares, gerando benefícios mesmo meses depois da prática. Doze semanas de prática reduzem a compulsão alimentar, aumentam a auto-estima e contribuem para uma imagem corporal mais positiva (

Além disso, faça atividades que ama. Ouça músicas otimistas, cante, dance na sala, alongue-se, leia, aprenda um instrumento com vídeos do youtube ou a desenhar. Pessoas com comportamentos obsessivo-compulsivos ou com depressão a terapia é fundamental (pode ser feita online).

Em relação à alimentação será importante planejar, pensar sobre o que irá comer, aprender a preparar refeições satisfatórias (que confortem e ao mesmo tempo sejam gostosas e nutritivas), aprender a avaliar sinais de fome e saciedade, aprender técnicas e práticas de compaixão, aprender a lidar com o medo de ter alimento estocado em casa. Aceitar os próprios sentimentos é tão importante. É normal sentir tudo o que está sentindo no momento.

Para algumas pessoas também será importante limitar a verificação do corpo, no espelho e na balança. Em minhas consultorias trabalhamos os estigmas relacionados ao peso e à autoimagem. Aprendemos a comer de forma intuitiva. Se você teve uma alimentação restritiva pode ser que precisemos suplementar uma série de vitaminas e minerais para que sua imunidade não fique comprometida. Discutiremos isso durante o tratamento.

Quem tem ortorexia (só consome uma alimentação considerada “limpa”) pode estar nervoso também, já que não podemos, em várias partes do mundo, ir ao supermercado toda hora. Precisamos ter alguns alimentos enlatados (como sardinhas ou atum, legumes), vegetais e outros alimentos congelados. E isso não fará sua dieta desmoronar. O momento pode ser uma oportunidade para trabalharmos a necessidade de controlar tudo a todo tempo, de selecionar apenas alimentos supostamente saudáveis ou com determinadas características.

O tratamento integrativo proposto por minha equipe inclui sessões semanais de psicoterapia, acompanhamento quinzenal com nutricionista na abordagem comportamental s e práticas semanais de yoga. Você aprenderá muito inclusive sobre o uso de óleos essenciais, que ajudam a controlar a ansiedade e a compulsão. Talvez o momento de isolamento seja a oportunidade perfeita para iniciar. Tudo é feito online e o plano de 3 meses pode ser pago em até 12 vezes sem juros. Para iniciar clique:

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Muitos fatores podem tornar difícil o controle metabólico, como sedentarismo, distúrbios dos sono, estresse, ansiedade, isolamento, tédio, falta de suporte social, baixa exposição solar, dentre tantos fatores que afetam a saúde. Não é fácil conciliar tantos fatores que afetam o consumo alimentar, o equilíbrio energético e metabólico.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/