Alterações na metilação e tratamento do TDAH no adulto

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é considerado um distúrbio da auto-regulação, que gera deficiências nas áreas de atenção, motivação, excitação e afeto. Sem tratamento, pessoas com TDAH apresentam mais dificuldades na escola, no mundo do trabalho e nos relacionamentos. Por isso, o risco de evasão escolar, incidentes disciplinares repetitos, perda de emprego, dificuldade de gerenciamento do tempo e dinheiro, divórcios, abuso de substâncias e depressão aumentam.

Muitos, mesmo sem tratamento, acabam aprendendo a lidar com as questões da vida e desenvolvem habilidades para lidar com as dificuldades, mas com muita sobrecarga de seus recursos cognitivos, o que gera mais ansiedade, frustração ou irritabilidade.

As características anatômicas do cérebro não costumam diferir entre pessoas com e sem TDAH. Contudo, polimorfismos genéticos podem existir, prejudicando a metilação e modificando o desempenho cerebral.

Estudos epigenéticos apontaram para níveis mais baixos de metilação do DNA nos genes DRD4 e 5-HTT, os quais foram associados a escores mais altos de TDAH (Mahadevan, Kandasamy & Benegal, 2019).

Muitas intervenções podem ser utilizadas para o tratamento do TDAH como medicação, terapia cognitivo comportamental, yoga, meditação, dieta antiinflamatória, suplementação nutricional. Quanto a este último aspecto opções de tratamento incluem ômega-3, acetilcolina, B9, B12, B6, colina (Bekdash, 2018), selênio, EGCG, curcumina, picnogenol, ginkgo biloba e passiflora incarnata (Verlaet et al., 2018). Atenção: EGCG não deve ser utilizado por quem tem alteração de COMT na forma lenta. Por isso, sempre consulte-se com nutricionista para que a melhor decisão seja tomada para seu caso.

Não fique sem tratamento. Nossa equipe de nutricionista e psicóloga podem lhe ajudar com muitas estratégias para que consiga navegar melhor pela vida. Agende sua consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Coronavírus e as iniquidades sociais

Há algumas semanas ninguém imaginava a crise global em que estaríamos metidos hoje. Governos do mundo todo estão convocando as pessoas a passarem mais tempo em casa, não só para não pegarem a doença, mas principalmente para não transmitirem o vírus.

No Brasil, o número de kits para testes é baixo. Isso significa que apenas pacientes em estado grave serão testados. Ou seja, pessoas assintomáticas ou com poucos sintomas não farão o teste, ficarão na dúvida se estão infectadas e poderão entrar em contato com pessoas muito vulneráveis (pacientes com câncer, HIV, doenças autoimunes, síndrome de Down, indivíduos com doenças crônicas, idosos - especialmente aqueles acima de 80 anos).

Pessoas que não podem exercer a profissão a partir de casa, como policiais, bombeiros, profissionais hospitalares, domésticas, cuidadores, entregadores de comida, além de moradores de rua, estão também entre os mais vulneráveis à infecção pelo coronavírus. As infecções são como um teste para as iniquidades sociais. Onde a população de rua irá lavar as mãos? Terão dinheiro para comprar álcool? Receberão apoio adequado?

O vírus nos mostra que estamos todos, no mundo inteiro, conectados. O que acontece em um lado influencia o que acontece no outro. Precisamos ser mais solidários, parar de olhar apenas para o próprio umbigo. Precisamos também confiar nos especialistas e seguir orientações, ficando em casa, quando for possível.

Sei que distância social é bastante desafiadora para algumas pessoas. Mas só funciona se todos participarem. Para cada pessoa com diagnóstico positivo, existem pelo menos outras cinco a 10 não identificadas e os indivíduos assintomáticos podem ser responsáveis ​​por quase 80% de todos os novos casos. Se você pode ficar em casa, aproveite o momento para fazer tudo o que sempre adia na sua casa. Arrumações, faxinas, pequenos reparos.

Se não ficarmos em casa as iniquidades se agravarão, dentro do Brasil e entre este e outros países. Quanto mais tempo levarmos para controlar a doença, mais tempo estaremos com a circulação restrita. Mais tempo serviços não essenciais permanecerão fechados, empresas falirão, pessoas perderão o emprego, o consumo cairá e os mais pobres (pessoas e países) serão os que demorarão mais a se recuperar.

Você também pode aproveitar para melhorar suas habilidades culinárias, cozinhar alimentos caseiros e mais saudáveis. Pode aproveitar para conversar por vídeo com aquele amigo que mora longe, pode ler aquele livro deixado na prateleira há meses, pode fazer um curso online. Pode escrever um livro (sabia que o clássico decameron foi escrito por Bocaccio em seu isolamento durante a peste negra que assolou a Europa entre 1346 e 1353?). Pode também aproveitar para consumir menos, comprar menos coisas, enfrentando essa tempestade financeira que chegou junto com o coronavírus.

O que mais podemos fazer para ajudar?

Não compartilhe notícias falsas, não contribua para o pânico geral. Libere seus funcionários, sua faxineira, diarista, seu professor de yoga. Faça aulas online, continue pagando aqueles que estão em condições mais desfavorecidas (depois vocês podem decidir como será a reposição de horas, se for o caso).

Você pode doar comida, álcool, papel higiênico, sabonete, detergente, água sanitária (lixívia) para instituições que cuidam de pessoas mais vulneráveis. Pode mandar dinheiro. Pode adotar um animal de estimação. Canis e abrigos em todo o mundo já estão lutando com o aumento de animais abandonados e com a redução da procura, o que significa mais eutanásia (mais animais sacrificados).

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Nós adotamos o cafeína há quase duas semanas e está sendo uma gostosura ter um filhotinho em casa. Além disso, um bebê ocupa todo nosso tempo ocioso. Confesso, é muito cocô e xixi para limpar. :)

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Melhores cepas probióticas para melhoria da imunidade

Eliminar patógenos invasores, como o coronavírus, lavando bem as mãos, mantendo a auto-tolerância para evitar a auto-imunidade, é fundamental para a saúde do corpo. O trato gastrointestinal de todos os mamíferos (GI) abriga uma comunidade enorme e complexa de bactérias boas. Essa comunidade microbiana intestinal evoluiu nos humanos por milênios e oferece benefícios à saúde de várias maneiras:

  • Fabricando enzimas que contribuem para a digestão dos alimentos;

  • Produzindo vitaminas e ácidos graxos de cadeia curta;

  • Desintoxicando;

  • Competindo com patógenos;

  • Regulando o sistema imune.

Assim, alterações nessas comunidades microbianas intestinais podem causar desregulação imunológica e maior risco de doenças. De fato, o intestino pode ser considerado o maior órgão imune do corpo, já que cerca de 70-80% das células imunes estão localizadas justamente neste órgão, especificamente, dentro do revestimento interno dos intestinos, em uma única camada de células conhecida como epitélio.

Como os intestinos são longos e o revestimento é altamente dobrado, o epitélio intestinal representa a maior e mais importante interface do corpo com o mundo exterior. Ao atuar como uma barreira física e ao hospedar muitas células e tecidos imunológicos do corpo, o epitélio intestinal faz parte da primeira linha de defesa contra substâncias e microorganismos potencialmente prejudiciais.

Uma microbiota saudável - caracterizada por uma variedade diversificada e bem equilibrada de bons microorganismos - pode proteger diretamente contra patógenos intestinais. Além disso, é necessária uma microbiota intestinal saudável para o desenvolvimento de um sistema imunológico resiliente e que funcione bem. Isto acontece durante toda a vida.

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Pessoas com o intestino mal funcionante, disbiose, doenças inflamatórias intestinais, que tomaram antibióticos, que possuem doenças crônicas ou fazem uso de muitos medicamentos podem precisar repor bactérias probióticas regularmente, por meio de suplementos adequados.

Melhores cepas probióticas para imunomodulação

Existem inúmeras possibilidades na suplementação de probióticos. Algumas cepas bacterianas são ideais para controle de alergias, outras para redução da inflamação, outras para melhoria da digestão, e assim por diante. Para melhoria da imunidade, estudos mostram que as melhores cepas atualmente conhecidas são:

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  • Bifidobacterium bifidum

  • Bifidobacterium brevis

  • Bifidobacterium infantis

  • Bifidobacterium lactis

  • Bifidobacterium longum

  • Lactobacillus bulgaricus

  • Lactobacillus casei

  • Lactobacillus delbrueckii sub bulgaricus

  • Lactobacillus helveticus

  • Lactobacillus johnsonii

  • Lactobacillus paracasei

  • Lactobacillus plantarum

  • Lactobacillus reuteri

  • Lactobacillus rhamnosus

  • Lactobacillus salivarius

  • Streptococcus thermophilus

Para pessoas mais frágeis o rodízio de cepas probióticas pode ser feito a cada três meses. Em caso de dúvidas, agende uma consultoria.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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