Por que fechar escolas e faculdades? Crianças e jovens estão ameaçados pelo coronavírus?

image.jpeg

Muitas escolas e faculdades pelo mundo suspenderam as aulas. Por que? O novo coronavírus é um tipo de microorganismo que se espalha com facilidade. No momento o número de infectados ao redor do mundo aproxima-se de 100.000. Análises genéticas identificaram que o vírus possui em sua camada externa uma pequena proteína que se liga a receptores de membranas humanos. Entendendo o mecanismo de transmissão é que uma droga poderá ser criada para seu combate.

Estima-se que até 50% da população mundial entrará em contato com o vírus. Contudo, a maior parte das pessoas não desenvolverá nenhum sintoma. Crianças e jovens saudáveis são bastante resistentes, o que é ótimo. Por outro lado, por não terem sintomas e parecerem normais acabam sendo vetores, transmitindo o vírus para pessoas mais vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas.

O fechamento de escolas e faculdades visa estabilizar então a transmissão. Isto porque se muitas pessoas desenvolvem a forma séria da doença ao mesmo tempo o sistema de saúde não dá conta (não existem leitos, UTI, nem respiradores em número suficiente) e muitos idosos acabam falecendo. O fechamento de instituições evita então que muitas pessoas peguem a doença simultaneamente, para que o sistema de saúde consiga dar conta do recado e mais pessoas com sintomas graves possam ser salvas.

Na França o presidente Macron pediu que as famílias não visitem os parentes mais idosos ou pessoas doentes. É um momento difícil, porém importante, segundo ele. Pessoas com mais de 80 anos devem reduzir drasticamente suas atividades e contato externo. Devem estocar alguns alimentos (não por pânico), mas apenas para evitar terem que sair toda hora às compras.

Pessoas mais jovens mas que possuem doenças crônicas, como AIDS, câncer, problemas pulmonares, cardiovasculares, diabetes descompensado, problemas renais, doenças autoimunes etc, devem fazer o mesmo, especialmente se tiverem mais que 60 anos.

Quem tiver sintomas como febre, tosse, dificuldade respiratória deve ligar para o número 192 (Brasil) ou para o número 808 24 24 24 (Portugal). Aproveite o tempo em casa para descansar, relaxar, ler e aprender coisas novas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

As práticas integrativas e complementares e a mudança do paradigma da saúde

No ocidente o modelo de saúde sempre foi muito centrado na figura do médico. Muitas pessoas adiam, adiam, adiam os problemas e quando não aguentam mais aparecem no hospital. Pode ser que descubram um câncer em estágio avançadíssimo e de difícil tratamento. Por isso, precisamos rever os paradigmas sobre os cuidados em saúde. Estamos ficando melhores na prevenção precoce. Muitas pessoas fazem exames anuais, buscam profissionais qualificados, marcam consultas quando surge uma alteração qualquer como uma dor de cabeça.

O que precisamos focar agora são nos dois primeiros níveis da pirâmide. A prevenção, como os programas de governo (vacinação, palestras nos postos de saúde), programas de prevenção de acidente no trabalho, promoção da saúde nas escolas e assim por diante. E finalmente chegamos ao nível mais importante, na base da pirâmide. Neste nível estão nossos auto-cuidados, a forma com que vivemos nossa vida para que possamos manter nossa saúde física, emocional, mental e espiritual. Você tem rotinas diárias neste aspecto: por exemplo, escova os dentes e toma banho diariamente. Aqui neste nível também deveria entrar o movimento, a alimentação adequada, a higiene do sono e assim por diante. O Ayurveda foca bastante nesta primeira área, que é a base.

Mudança de paradigma.jpg

Por exemplo, em tempos de coronavírus muitas pessoas estão evitando exporem-se a multidões ou passar tempo em lugares fechados, desnecessariamente. Atividade física é fundamental e faz parte da base da pirâmide mas se não quiser ir para a rua ou academia pratique yoga em casa. Pesquisas sugerem que o yoga pode ser uma maneira útil de melhorar o sistema imunológico e diminuir a inflamação no corpo. O estresse psicológico pode afetar muitos sistemas do corpo,  enfraquecendo o sistema imunológico e aumentando a inflamação crônica. Falkenberg, Eising e Peters (2018) revisaram 15 ensaios clínicos aleatorizados e descobriram que a prática de yoga reduz a produção de substâncias inflamatórias como a citocina IL-1beta. Também aumenta substâncias com efeitos antiinflamatórios como a IL-10.

FORMAÇÃO DE INSTRUTORES DE YOGA
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags ,

Existem alimentos proibidos durante a amamentação?

Muitas mulheres restringem alimentos durante o período de aleitamento, incluindo café, alimentos gelados, alimentos crus, alimentos condimentados (Jeong et al., 2017), laticínios… Mas o que faz sentido e o que não faz? Existem muitos mitos envolvendo a amamentação. Por exemplo, o de que a mulher não poderia comer alho. Porém, um estudo com 153 mães mostrou que não há diferença em termos de cólicas entre as mães que consomem e as mães que não consomem alho diariamente. Em outro experimento, as mães consumiram suplementos de alho e ainda assim não houve diferenças em termos de cólicas e irritabilidade entre os bebês destas mulheres e os das mulheres que receberam um placebo (Mennella JA & Beauchamp GK, 1993).

Uma das dúvidas comuns é em relação a cafeína. Será que irá agitar o bebê? Estudos mostram que com a ingestão típica, as quantidades de cafeína no leite não são suficientes para afetar o bebê. Alguns especialistas acham que um limite de ingestão materna de 300 mg por dia (cerca de 2 a 3 xícaras de café) pode ser um nível seguro de ingestão. No entanto, recém-nascidos pré-termo e mais jovens metabolizam a cafeína muito lentamente o que prejudicaria o sono e causaria irritabilidade. Mães que tomam chá preto, erva-mate, chá verde, refrigerantes a base de cola e bebidas com cacau também devem estar atentas às alterações de comportamento dos bebês. A cafeína também pode gerar tremores, contrações musculares e menor ganho de peso.

O chocolate contém cacau, fonte de cafeína e também teobromina. As duas substâncias podem irritar o bebê. Embora a baixa ingestão de chocolate (especialmente se tiver pouco leite e açúcar) não seja problemática, quantidades grandes (a partir de 250g) podem afetar o bebê, gerando irritabilidade, nervosismo, choro incontrolável, sucção excessiva e dificuldades para dormir.

Algumas mulheres percebem também que ao consumirem alimentos potencialmente alergênicos, contendo leite de vaca (leite, queijo, iogurte, pão de queijo, requeijão etc) o bebê chora mais. Outras mães relatam o mesmo com o consumo de clara de ovos, castanhas, amendoim. Mas isso é bastante individual. Se for necessária a exclusão de qualquer grupo alimentar é importante que um nutricionista seja consultado para que a mulher e o bebê não desenvolvam carências nutricionais.

Bebês com deficiência de glicose-6-Fosfato desidrogenase (G6PD). A deficiência de G6PD é um defeito genético ligado ao cromossomo X. É mais comum em pessoas negras e pode resultar em destruição das hemácias (células vermelhas do sangue, que carregam oxigênio). Para evitar o problema é necessário o fortalecimento da imunidade para controle de infecções, evitar medicamentos que desencadeiam o problema e alimentos como as favas. As mesmas contém os compostos vicina e convicina que são metabolizados em divicina e isouramil, potentes agentes oxidantes. Muitos casos de hemólise e subsequente palidez e icterícia foram relatados em crianças amamentadas após a ingestão de fava pela mãe (alimento mais comum nos países banhados pelo mediterrâneo e do oriente médio).

Mães que tiveram envenenamento pelo consumo de alimentos exóticos também podem passar as toxinas para o bebê pelo leite materno. É o caso de alguns cogumelos tóxicos e carne de tartaruga marinha contaminada. Contudo, a passagem de toxinas de origem alimentar para o leite materno é pouco documentada e mais dados clínicos publicados sobre esses eventos raros seriam bem-vindos (Anderson, 2018).

Em relação ao álcool existem vários problemas. Mães que bebem não devem compartilhar a cama com seus bebês, pois seus reflexos naturais serão afetados. A mãe também pode entrar em sono profundo e virar-se sobre o bebê. Mas a verdade é que o consumo não costuma ser indicado. O álcool em excesso pode causar no bebê sonolência, sono profundo (não acorda para mamar e fica fraco, não ganha peso). Há também possibilidade de diminuição do reflexo de ejeção do leite na mãe.

O álcool é transferido prontamente para o leite humano em baixa quantidade, mas em função do nível de álcool no sangue materno. Alguns estudos sugeriram atraso psicomotor em bebês de mulheres que bebem 2 ou mais doses de álcool ao dia. Por isso, se beber ocasionalmente, evite amamentar durante e por 2-3 horas após o consumo de álcool. Mulheres que bebem ainda mais devem esperar mais. O alcoolismo é uma situação que contra-indica a amamentação.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/