As práticas integrativas e complementares e a mudança do paradigma da saúde

No ocidente o modelo de saúde sempre foi muito centrado na figura do médico. Muitas pessoas adiam, adiam, adiam os problemas e quando não aguentam mais aparecem no hospital. Pode ser que descubram um câncer em estágio avançadíssimo e de difícil tratamento. Por isso, precisamos rever os paradigmas sobre os cuidados em saúde. Estamos ficando melhores na prevenção precoce. Muitas pessoas fazem exames anuais, buscam profissionais qualificados, marcam consultas quando surge uma alteração qualquer como uma dor de cabeça.

O que precisamos focar agora são nos dois primeiros níveis da pirâmide. A prevenção, como os programas de governo (vacinação, palestras nos postos de saúde), programas de prevenção de acidente no trabalho, promoção da saúde nas escolas e assim por diante. E finalmente chegamos ao nível mais importante, na base da pirâmide. Neste nível estão nossos auto-cuidados, a forma com que vivemos nossa vida para que possamos manter nossa saúde física, emocional, mental e espiritual. Você tem rotinas diárias neste aspecto: por exemplo, escova os dentes e toma banho diariamente. Aqui neste nível também deveria entrar o movimento, a alimentação adequada, a higiene do sono e assim por diante. O Ayurveda foca bastante nesta primeira área, que é a base.

Mudança de paradigma.jpg

Por exemplo, em tempos de coronavírus muitas pessoas estão evitando exporem-se a multidões ou passar tempo em lugares fechados, desnecessariamente. Atividade física é fundamental e faz parte da base da pirâmide mas se não quiser ir para a rua ou academia pratique yoga em casa. Pesquisas sugerem que o yoga pode ser uma maneira útil de melhorar o sistema imunológico e diminuir a inflamação no corpo. O estresse psicológico pode afetar muitos sistemas do corpo,  enfraquecendo o sistema imunológico e aumentando a inflamação crônica. Falkenberg, Eising e Peters (2018) revisaram 15 ensaios clínicos aleatorizados e descobriram que a prática de yoga reduz a produção de substâncias inflamatórias como a citocina IL-1beta. Também aumenta substâncias com efeitos antiinflamatórios como a IL-10.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags ,