Ervas e condimentos aliviam a enxaqueca

A enxaqueca é resultado de um desequilíbrio bioquímico no cérebro. Suas causas envolvem fatores genéticos, doenças, estilo de vida desregrado ou carências nutricionais. A enxaqueca pode aparecer sozinha ou vir acompanhada de náuseas, irritabilidade, alterações de humor, ansiedade, vômitos, aversão à claridade ou barulhos.  

De pendendo da avaliação médica o tratamento pode envolver o uso de antiinflamatórios, analgésicos e antidepressivos. Melhorias na qualidade de vida também são fundamentais. Descanso, sono, dieta adequada e atividade física fazem parte do tratamento. Ervas e condimentos com propriedades antiinflamatórias também mostram-se importantes coadjuvantes no tratamento.

Receba a newsletter semanal. Dra. Andreia Torres é nutricionista, mestre em nutrição, doutora em psicologia clínica, especialista em yoga.

O gengibre, por exemplo, possui um alto poder antiinflamatório, com um baixo custo. Pode ser usado em chás junto com maracujá, melissa ou angélica. O açafrão, por sua vez, é fonte de curcumina, que possui ação antiinflamatória e antioxidante. Por fim, o Gingko biloba tem sido prescrito por médicos por aliviar a pressão intracraniana.

Nutricionistas podem prescrever fitoterápicos como na associação de tintura de alecrim, tintura de melissa, tintura de dente-de-leão (20 ml/cada), 60 gotas, 2 a 4 vezes ao dia. 

Óleos essenciais também podem ser utilizados para o combate à enxaqueca. Os mais indicados são erva-príncipe (cymbopogon citratus), também conhecida como lemongrass, manjericão, hortelã-pimenta, lavanda, camomila, gerânio e rosa. Aprenda a utilizar os óleos essenciais em meu curso online.

DISBIOSE INTESTINAL É OUTRA CAUSA DE ENXAQUECA

Quando a digestão não funciona bem podem surgir sintomas gastrointestinais (cólicas, gases, diarreia, constipação etc), mas também podem surgir questões fora do trato digestório. Muitas pessoas queixam-se de dores de cabeça ou mesmo enxaquecas sem explicação. Pois a causa pode estar na disbiose intestinal. O desequilíbrio da microbiota gera mais inflamação e maior permeabilidade intestinal. Esta combinação aumenta a ativação do eixo intestino-cérebro (Arzani et al., 2020).

Agora, por que é que a pessoa está com disbiose já é outra história. Pode ser pelo uso de medicamentos (antibióticos, antidepressivos, anticoncepcionais, antiinflamatórios). Pode ser por fatores emocionais que desregulam o pH intestinal (estresse, ansiedade, depresssão). Pode ser por dieta pobre em fibras ou por alto consumo de alimentos ultraprocessados ou bebidas alcoólicas. Pode ser por doença celíaca não diagnosticada, por doença inflamatória intestinal não tratada, por intolerância (como glúten, histaminas ou lactose) ou alergia alimentar (como proteínas do leite).

Hipometabolismo glicolítico cerebral e enxaqueca

Evidências crescentes também sugerem que a enxaqueca pode ser o resultado de um comprometimento do metabolismo cerebral da glicose. Vários estudos relataram disfunção mitocondrial cerebral, comprometimento do metabolismo cerebral da glicose e redução do volume da substância cinzenta em áreas cerebrais específicas de pacientes com enxaqueca. Além disso, a resistência periférica à insulina, uma condição demonstrada em vários estudos, pode estender-se ao cérebro, levando à resistência cerebral à insulina.

Pessoas com enxaqueca podem ter desregulação dos receptores de insulina, tanto nos astrócitos quanto nos neurônios, desencadeando uma redução na captação de glicose e na síntese de glicogênio, principalmente durante alta demanda metabólica (Moro et al., 2022)

A resistência cerebral à insulina pode ser definida como a incapacidade das células cerebrais (neurónios e células gliais) em responder à insulina. A gravidade e o impacto das crises de enxaqueca são maiores em pacientes com resistência à insulina do que naqueles sem resistência à insulina (Ali et al., 2022).

Na resistência cerebral à insulina, a isoforma IR-B do receptor de insulina pode ser regulada negativamente, desencadeando uma alteração do metabolismo da glicose nos neurônios e astrócitos. O lactato é um combustível alternativo para o cérebro e é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica. O lactato também pode ser gerado pelo piruvato nos astrócitos. Contudo, pouquíssima energia é produzida a partir de lactato.

Portanto, quando a demanda de energia cerebral não é satisfeita, seja pela resistência insulínica, seja por hipoglicemia pós-prandial, o cérebro passa a tentar usar mais corpos cetônicos. Por exemplo, pacientes com deficiência de GLUT1 são tratados de enxaquecas com dietas (Klepper et al., 2020). Aprenda mais sobre esta temática em https://t21.video.

PRECISA DE AJUDA? MARQUE AQUI SUA CONSULTA ONLINE.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Livre-se daquela dieta doida

Mais e mais pessoas adotam uma abordagem de qualidade de vida não relacionada à contagem de calorias. Isso não significa o abandono da saúde, pelo contrário. Pesquisadores apontam que pessoas que comem de forma intuitiva, prestando atenção às sensações corporais apresentam uma relação mais positiva com o próprio corpo. Além disso, a prevalência de distúrbios alimentares também cai, assim como a depressão. Isso tudo contribui para uma melhor relação com a vida, o que gera maiores cuidados com a própria saúde e também com o meio ambiente. 

A proposta de deixar de lado a contagem de calorias surgiu ao se observar que as dietas geravam mais problemas do que soluções, como o aumento do risco de osteoporose, da insatisfação corporal, elevação do cortisol (hormônio do estresse), ansiedade e compulsão alimentar. Além disso, pesquisadores defendem a proposta visto que nem toda a pessoa acima do peso possui uma saúde ruim. Além disso, dietas tradicionais costumam ser inflexíveis, rígidas, perfeccionistas, indutoras de culpa, punidoras. 

Propostas que pregam o comer consciente deixam de lado não só a contagem de calorias e a pesagem dos alimentos, mas também deixam de lado a frequente tomada de medidas do corpo e de suas partes. As técnicas de alimentação consciente são mais gentis e vão aumentando, gradativamente, a capacidade da pessoa em selecionar alimentos adequados, em qualidade e quantidade, de forma intuitiva e prazerosa. O paradigma da "não dieta" é, portanto, flexível, alegre, natural, calmo, prazeroso, satisfatório e promotor de um estilo de vida saudável, não restritivo.

O conceito de racionalidade nutricional, proposto por Viana e colaboradores (2017) refere-se às práticas alimentares constantemente atentas ao equilíbrio de nutrientes, em detrimento do prazer de comer e dos valores com que a alimentação marca o convívio social a ele associado. Tais práticas alimentares sinalizam preocupações centradas no “consumo de alimentos limpos” e com a “alimentação balanceada”. Os aspectos nutricionais são mais valorizados do que os socioculturais da comida. Só que o ato de comer é repleto de significados, que vamos internalizando desde a infância. O estresse e a falta de prazer associados à alimentação também são adoecedores.

PRECISA DE AJUDA? MARQUE AQUI SUA CONSULTA ONLINE:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags

Estes ladrões estão roubando sua energia?

Você tem mil coisas a fazer mas está sempre sem energia? Cansaço, dificuldade de concentração, dores, insatisfação, irritabilidade, insônia podem ser comuns mas nada disso é normal. Melhorias no estilo de vida em geral restabelecem a vitalidade. Veja abaixo quais destes ladrões podem estar roubando sua energia:

composiçãocigarro.jpg
  • Álcool - beber demais reduz a absorção de vitaminas do complexo B, as quais são fundamentais para a produção de energia. O álcool também provoca inchaço e ganho de peso o que reduz a disposição; 
  • Consumo excessivo de gorduras saturadas e trans - geram lipotoxicidade e inflamação celular;  
  • Fumo - o cigarro é um grande ladrão de energia pois entope o corpo de toxinas de difícil eliminação. Compostos como nicotina, acroleína, benzeno, níquel, arsênico, chumbo, cianeto e formaldeído alteram o funcionamento dos órgãos e aumentam o risco de câncer. Converse com seu médico sobre as melhores estratégias farmacológicas para que você consiga parar de fumar. Tintura de endro e chá de nobélia também reduzem a necessidade pelo tabaco e podem ser prescritos por seu nutricionista.

Receba a newsletter semanal. Dra. Andreia Torres é nutricionista, mestre em nutrição, doutora em psicologia clínica, especialista em yoga.

  • Café - muita gente pensa que a cafeína vai aumentar a energia. Contudo, em excesso a cafeína aumenta a ansiedade pois estressa a glândula adrenal. Se estiver consumindo em excesso reduza substituindo as xícaras de café por chás de ervas.
  • Excesso de peso - quanto maior é a massa corporal mais esforço o corpo precisará fazer para se movimentar. Calorias acumuladas não necessariamente te darão maior energia.
  • Sal - o consumo excessivo altera o mecanismo de produção de aldosterona, facilita o acúmulo de líquidos e dificulta a saída de toxinas pela linfa.
  • Açúcar e carboidratos simples - em excesso aumenta a agitação e a agressividade.
  • Má digestão - o bom funcionamento do trato digestório é fundamental para a saúde como um todo. Sem boa digestão absorvemos menos nutrientes e há maior produção de toxinas no intestino. Algumas ervas melhoram a digestão: alecrim (antioxidante, protege parede estomacal), macela, erva-doce, camomila, aniz, menta/hortelã, gengibre (excelente adaptógeno), picão ou salsaparrilha (detox de fígado). 
  • Ansiedade - o mundo está doido mas precisamos de estratégias para aliviar o estresse. Atividade física, risadas com os amigos, uma boa noite de sono e uma dieta balanceada ajudam a reduzir o estresse. Você sabia, por exemplo, que a alface contém lactocina, ansiolítico (relaxante) natural? Evite também dietas muito restritas em carboidratos. Os mesmos são fundamentais para o cérebro. Consuma durante o dia alimentos como batata doce, mingau de chia, banana com pasta de amendoim sem açúcar). 
  • Gente chata e inconveniente - quer viver bem? Simplifique sua vida afastando-se de tudo e todos que te colocam pra baixo. 
  • Depressão. Esta doença rouba mesmo a energia. E é grave! Por isto, procure tratamento rápido. O mesmo envolve: psicoterapia, tratamento psiquiátrico, atividade física e melhoria da alimentação. Dentre os suplementos adaptógenos interessantes para a melhoria do quadro estão o cacau (rico em treobomina), gengibre, Hypericum, kava kava e passiflora. 
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/