Envelhecimento e neuroplasticidade

O envelhecimento é a consequência da passagem do tempo. Representa, do ponto de vista psíquico, maior sabedoria e compreensão acerca dos próprios valores e do sentido da vida. Ao mesmo tempo, é acompanhado de maior vulnerabilidade orgânica. A visão piora, os joelhos podem ranger.

A peça de Shakespeare As You Like It (como você gosta) cita as sete eras do homem. Nela, o mundo é visto como um palco em que assumimos muitos papeis. Começamos como crianças, passamos pela escola, desempenhamos vários papéis enquanto adultos (pais, filhos, profissionais, amigos etc). Mas estes papeis vão diminuindo à medida que envelhecemos e, finalmente, tropeçamos no palco em uma "segunda infantilidade e mero esquecimento ". Neste retrato deprimente da trajetória da vida, um pico de realização na idade adulta é rapidamente seguido por uma cascata de perda.

Mas nas últimas décadas a expectativa de vida aumentou. O declínio da memória não precisa ser associado à lesão estrutural do cérebro. Afinal, o sistema nervoso possui propriedades que podem diminuir o impacto do envelhecimento como a neuroplasticidade, que é a habilidade dos neurônios maduros desenvolverem e formarem novas conexões.

Os dendritos no cérebro aumentam em número e comprimento na terceira fase da vida. O que isso significa? Pense nas células cerebrais como árvores e nos dendritos como seus ramos. Já os neurotransmissores são os macacos. Quanto mais ramificações as árvores têm, mais fácil é para os macacos pularem de um galho para outro. Do mesmo modo, se os neurônios possuem mais dendritos, eles formam mais pontos de contato, chamados de sinapses e aumentar o número de sinapses melhora a comunicação entre as células.

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Com o passar da idade, também usamos os dois hemisférios do cérebro de forma mais eficiente. A capacidade de integrar a inteligência cognitiva e emocional se expande, e junto com ela, a capacidade de encontrarmos soluções para os problemas. 

O sistema límbico (a área do cérebro que produz e regula a resposta emocional) fica mais calma e, por isto, fica mais fácil focar no que é positivo na vida. Há muito o que podemos fazer para preservar e realçar nossa vitalidade. 

O corpo também pode ser cuidado. Assim, Idosos saudáveis podem inclusive, se desejarem, dar aulas de yoga mesmo com mais de 90 anos de vida. A professora Tao Porchon-Lynch, por exemplo, começou a ensinar yoga após os 40 anos, permanecendo ainda hoje (vídeo abaixo).

96-year-old Holds The World Record For Oldest Yoga Teacher SUBSCRIBE: http://bit.ly/Oc61Hj Despite being close to 100, a yoga teacher is still inspiring students who are a quarter of her age. Tao Porchon Lynch has been practicing yoga for more than 70 years and at the tender age of 96 she shows no signs of slowing down.

O envelhecimento bem sucedido exige esforço. O Yoga e o Ayurveda fornecem ferramentas práticas para iniciarmos nossa jornada, de onde estivermos, com a condição física e idade que tivermos. Podemos usar nossos anos restantes para cumprir nossos objetivos, para aprofundar a nossa consciência acerca de nossa vida interior, renunciando ao que não nos acrescenta ou ao mundo. Aprenda o que precisar, faça o que precisar.

GANHE MASSA MAGRA
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Má digestão: você produz enzimas adequadamente?

Muita gente toma leite e passa mal, come pão e passa mal, come castanhas ou soja e passa mal. Mas nem sempre a culpa é do alimento e sim da incapacidade do trato digestório em processá-lo. As enzimas digestivas são produzidas na boca, no estômago, no pâncreas e no intestino. Sem a produção adequada de enzimas, mesmo alimentos saudáveis acabam causando mal estar.

Sintomas da má digestão

  • Hemorróidas

  • Úlceras

  • Síndrome do cólon irritável

  • Cólicas e dores abdominais

  • Dor de cabeça

  • Irritabilidade

  • Sonolência

  • Alterações do humor

  • Náuseas

  • Vômitos

  • Regurgitação

  • Diarreia

  • Prisão de ventre

  • Gases

  • Dor de estômago

  • Inflamação do intestino

Muitas pessoas sofrem com a redução na produção enzimática. Apesar desta redução ser mais comum entre idosos, já começa a ocorrer a partir dos 20 anos. Por isto, a dieta deve ser adequada e rica em alimentos crus, como frutas e verduras. Alimentos crus contém grande quantidade de enzimas naturais, contudo as mesmas são perdidas se o alimento é cozido, fervido, assado, frito... Quando o fornecimento de enzimas digestivas pela dieta é pobre o corpo precisa trabalhar mais e  nem sempre é bem sucedido.

Durante o estresse o corpo libera adrenalina, hormônio que reduz a produção de ácido clorídrico, que é importante para a digestão de proteínas e para a ativação de enzimas. O estresse também aumenta a secreção do hormônio cortisol. O mesmo afeta o pH intestinal desequilibrando a microbiota (flora intestinal). Bactérias boas (probióticas) localizadas no intestino são capazes de produzir enzimas como a lactase, necessária à digestão do açúcar do leite. Quanto maior é a liberação de cortisol maior é a morte dos probióticos prejudicando a digestão e agravando os sintomas apresentados anteriormente.

Para melhorar sua digestão aprenda a controlar o estresse, dormindo mais, praticando atividade física, meditando, fazendo yoga. Na hora da refeição, sente-se à mesa, em um local calmo e mastigue lentamente. Se você não tiver queimação, gastrite ou úlcera, tome 15 minutos antes das refeições principais meio limão espremido em 100 ml de água. Assim, você estimulará a secreção biliar e pancreática. O uso de vinagre na salada também melhora a digestão, criando um ambiente temporariamente ácido, similar ao do estômago.

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DICAS DO AYURVEDA

De acordo com o Ayurveda, o consumo adequado de alimentos amargos é importante para a digestão. Vegetais como rúcula, chicória, almeirão, endívia e escarola devem ser incluídos em seu prato. O amargor menos pronunciado do pimentão, brócolis, salsão, acelga, berinjela, espinafre e abobrinha também podem ajudar. Assim como o uso de ervas tais quais coentro, cominho, endro, alcaçuz, ruibarbo, alecrim, açafrão, sálvia, estragão, equinácia, erva de São João.

De acordo com o Dr. Deepak Chopra o sabor amargo reduz o apetite, acalma. Além disso, os fitoquímicos contidos nestes alimentos combatem o envelhecimento precoce e reduzem o risco de câncer. Saiba mais no curso de formação em práticas integrativas e complementares.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Mitos sobre a atenção plena

A atenção plena é frequentemente mal interpretada. Muita gente a considera uma prática difícil, em que é necessário um grande esforço mental de concentração. Mas na verdade, o pensamento é utilizado apenas para iniciar a prática. Por exemplo: "verifique como está sua postura/respiração/pensamentos/sentimentos etc". O foco em algo também é utilizado para que o praticante possa retornar à prática quando a mente inevitavelmente começa a divagar durante o dia. Contudo, depois de seguir as instruções é que a atenção plena realmente começa. Com o tempo, o praticante fica mais ancorando no corpo e em cada atividade realizada durante o dia.

Outro concepção errônea é a de que a atenção plena significa fazer tudo de forma muito lenta. A velocidade com que fazemos algo não é a questão. Podemos fazer algo de forma lenta mas sem prestar atenção e podemos fazer algo rapidamente, prestando mais atenção. Claro, para a maioria das pessoas, diminuir o ritmo é benéfico. Isto porque muita gente passa o dia correndo de um lado para o outro, dividindo-se entre 1.001 atividades. Por isso, parar, respirar, descansar, diminuir o ritmo acaba beneficiando muita gente.

Muita gente também pensa que para praticar a atenção plena precisamos estar sentados, de olhos fechados. Você pode escolher a atividade à qual colocará toda a sua atenção. Pode ser enquanto come, enquanto escova os dentes, enquanto caminha, enquanto toma banho, enquanto ouve uma pessoa, enquanto lê, enquanto pratica yoga. O ideal é prestar atenção a cada atividade do dia, mas isso é um desafio para a vida toda. De qualquer forma, você pode começar já, optando por fazer uma coisa de cada vez. Se está lendo este texto, não leia o que está escrito na mensagem do WhatsApp e assim por diante.

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Por fim, mindfulness ou atenção plena não acaba com todos os problemas da vida. O trânsito vai continuar existindo, as pessoas vão continuar brigando sobre política e futebol, você ainda terá que pagar imposto. O que pode mudar é sua forma de lidar com tudo isso. Muitos praticantes dizem que fazem menos tempestade em copo d'água, têm menos pensamentos negativos, apreciam mais as pequenas coisas, aceitam mais as diferentes opiniões e entendem mais o sofrimento alheio. Para quem está buscando o autoaperfeiçoamento é um dos possíveis caminhos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/