Má digestão: você produz enzimas adequadamente?

Muita gente toma leite e passa mal, come pão e passa mal, come castanhas ou soja e passa mal. Mas nem sempre a culpa é do alimento e sim da incapacidade do trato digestório em processá-lo. As enzimas digestivas são produzidas na boca, no estômago, no pâncreas e no intestino. Sem a produção adequada de enzimas, mesmo alimentos saudáveis acabam causando mal estar. São sintomas da má digestão:

  • Hemorróidas

  • Úlceras

  • Síndrome do cólon irritável

  • Cólicas e dores abdominais

  • Dor de cabeça

  • Irritabilidade

  • Sonolência

  • Alterações do humor

  • Náuseas

  • Vômitos

  • Regurgitação

  • Diarreia

  • Prisão de ventre

  • Gases

  • Dor de estômago

  • Inflamação do intestino

Muitas pessoas sofrem com a redução na produção enzimática. Apesar desta redução ser mais comum entre idosos, já começa a ocorrer a partir dos 20 anos. Por isto, a dieta deve ser adequada e rica em alimentos crus, como frutas e verduras. Alimentos crus contém grande quantidade de enzimas naturais, contudo as mesmas são perdidas se o alimento é cozido, fervido, assado, frito... Quando o fornecimento de enzimas digestivas pela dieta é pobre o corpo precisa trabalhar mais e  nem sempre é bem sucedido.

Durante o estresse o corpo libera adrenalina, hormônio que reduz a produção de ácido clorídrico, que é importante para a digestão de proteínas e para a ativação de enzimas. O estresse também aumenta a secreção do hormônio cortisol. O mesmo afeta o pH intestinal desequilibrando a microbiota (flora intestinal). Bactérias boas (probióticas) localizadas no intestino são capazes de produzir enzimas como a lactase, necessária à digestão do açúcar do leite. Quanto maior é a liberação de cortisol maior é a morte dos probióticos prejudicando a digestão e agravando os sintomas apresentados anteriormente.

Para melhorar sua digestão aprenda a controlar o estresse, dormindo mais, praticando atividade física, meditando, fazendo yoga. Na hora da refeição, sente-se à mesa, em um local calmo e mastigue lentamente. Se você não tiver queimação, gastrite ou úlcera, tome 15 minutos antes das refeições principais meio limão espremido em 100 ml de água. Assim, você estimulará a secreção biliar e pancreática. O uso de vinagre na salada também melhora a digestão, criando um ambiente temporariamente ácido, similar ao do estômago.

Receba a newsletter semanal. Dra. Andreia Torres é nutricionista, mestre em nutrição, doutora em psicologia clínica, especialista em yoga.

De acordo com o Ayurveda, o consumo adequado de alimentos amargos é importante para a digestão. Vegetais como rúcula, chicória, almeirão, endívia e escarola devem ser incluídos em seu prato. O amargor menos pronunciado do pimentão, brócolis, salsão, acelga, berinjela, espinafre e abobrinha também podem ajudar. Assim como o uso de ervas tais quais coentro, cominho, endro, alcaçuz, ruibarbo, alecrim, açafrão, sálvia, estragão, equinácia, erva de São João.

De acordo com o Dr. Deepak Chopra o sabor amargo reduz o apetite, acalma. Além disso, os fitoquímicos contidos nestes alimentos combatem o envelhecimento precoce e reduzem o risco de câncer. Saiba mais no curso de formação em práticas integrativas e complementares.

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USO DE ENZIMAS DIGESTIVAS

Enzimas digestivas não são todas iguais:

- Lactase quando há intolerância a lactose e a pessoa resolve, de vez em quando, consumir algo que tenha derivados de leite. O uso da lactase previne distenção abdominal, gases, diarreias, dores de cabeça que ocorrem em indivíduos que não conseguem digerir o açúcar do leite (lactose).

- DPP-IV: a enzima dipeptidil peptidase 4 é usada por indivíduos sensíveis ao glúten, mas que, em ocasiões especiais, comem uma pizza ou algo em uma festa ou viagem. Ajuda a reduzir desconfortos associados ao consumo de glúten, mas não resolve o problema de celíacos e pessoas alérgicas a trigo, que devem manter dieta sem glúten/trigo.

- Bromelina e papaína: enzimas que ajudam indivíduos que produzem pouco ácido clorídrico. A hipocloridria atrasa a digestão de proteínas, gera empachamento, distenção abdominal, arrotos e estas enzimas reduzem estes desconfortos.

- Pancreatina e lipase: enzimas utilizadas por indivíduos que retiraram a vesícula biliar ou que não conseguem digerir bem alimentos gordurosos. Evitam diarreia associada ao consumo de gordura. Observação: a maioria das pessoas que retiram a vesícula adaptam-se e não precisam utilizar enzimas por longos períodos de tempo.

- Alfa-galactosidade: ajuda a digerir alimentos ricos em fibras fermentáveis (FODMAPs), evitando os gases e barulhos abdominais (borborigmo) após o consumo de feijão, alho, cebola, brócolis...

- Diamina oxidase (DAO): enzima usada para quebrar a histamina, enzima produzida pelo sistema imune e que está associada a desconforto e distenção abdominal com o consumo de alimentos como frutas cítricas, mamão, morango, abacaxi, berinjela, amendoim, tomate, espinafre, soja, lentilha, chá verde, chocolate e cacau. Mais sobre o tema em: https://www.youtube.com/watch?v=WuKCRq4us5Q

As enzimas pode ser tomadas juntas ou separadas. A prescrição depende do quadro clínico, gatilhos e doenças de base.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/