Alimentação consciente para crianças

Crianças pequenas possuem uma sabedoria interior para se alimentar. Elas não sabem o que é carboidrato, proteína, lipídio ou caloria. Gluten? Nunca ouviram falar. Mas elas sabem o quanto comer, sabem também quando parar de comer. Simplesmente seguem as orientações do próprio corpo. Choram quando estão com fome, rejeitam comidas que não agradam. Já adultos deixam de comer mesmos estando com fome, seja porque estão sem tempo, sejam porque querem emagrecer. Por outro lado, adultos também comem sem fome e comem até sem gostar do que estão comendo, simplesmente para não "fazer desfeita"...

O problema é que as crianças imitam os adultos e com o passar do tempo comem doces até ficar com dor de barriga, rejeitam os mesmos alimentos que os pais não comem (como frutas e verduras), desenvolvem preferências baseadas no aprendizado familiar. Muita mãe me liga desesperado: "meu filho não quer comer hoje". Em geral, não há motivo para se descabelar. Ele comerá bem amanhã e no final da semana tudo dará certo. Empurrar comida nas crianças é o primeiro passo para que deixem de comer em resposta à fome. Aos 5 anos, crianças que são subornadas à mesa ("se não almoçar tudo, não vai poder brincar, assistir tv, comer a sobremesa etc...") devoram tudo, mesmo sem necessidade.

Mas os pais podem comer de forma mais consciente, a família pode comer de forma mais consciente e pode ensinar técnicas de alimentação consciente para crianças de todas as idades:

(1)   Faça pelo menos uma refeição por dia com seus filhos, à mesa, de forma descontraída e alegre. Ansiedade e alimentação não são uma boa combinação. Comer de forma relaxada e tranquila são ótimas combinações.

(2)   Deixe as crianças ajudarem na escolha e preparo dos alimentos. Converse sobre o alimento escolhido. De onde ele veio, onde foi plantado, quem o trouxe até o supermercado, como chegou até vocês. Qual é a importância da água, da chuva, do sol, do ar nisso tudo? 

(3)   Experimente coisas novas usando todos os sentidos. Qual é o formato do brócolis, como o que ele se parece, qual é a sensação dessa mini-árvore em nossas mãos, qual é a sua cor, seu cheiro, seu sabor. A experimentação permite a descoberta de um grande mundo de possibilidades.

(4)   Explique o benefício de determinados alimentos para a saúde.

(5)   Evite falar em calorias e em dietas. Meninas expostas a este mundo possuem um maior risco de desenvolvimento de desordens alimentares precocemente. Não seja tão rígido, principalmente em festas e ocasiões especiais.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dietas ricas em fibras protegem contra infecções

Nosso trato digestório é colonizado por trilhões de bactérias boas que protegem nosso organismo contra microorganismos causadores de doenças e melhoram nossa imunidade. As mesmas digerem as fibras dos alimentos e produzem substâncias antiinflamatórias. Quando a dieta é pobre em fibras as bactérias passam então a consumir a camada de muco que protege o epitélio intestinal. Com isso, partes de bactérias e toxinas aumentam o risco de infecção e inflamação do organismo.

Em um artigo recém publicado na revista Cell, um grupo de pesquisadores mostram o impacto das dietas pobres em fibras no intestino de camundongos. Os mesmos foram mantidos com o intestino estéril (sem bactérias). Aos 14 dias microorganismos que normalmente crescem no intestino humano foram transplantados para os animais. Como os cientistas conhecem o comportamento de tais bactérias foi possível a avaliação da atividade das mesmas ao longo do tempo.

Utilizando técnicas genéticas avançadas os pesquisadores determinaram os tipos de bactérias ativas em diferentes condições e o impacto da dieta com diferentes quantidades de fibras na saúde do hospeiro. Alguns camundongos também foram colonizados com Escherichia coli, bactéria que causa infecções, irritação, inflamação e diarreia em humanos. Nos animais, a camada de muco se manteve espessa nos animais que tiveram uma dieta rica em fibras vindas de cereais integrais e plantas. Quando a dieta continha pouca fibra a camada de muco diminuiu significativamente, como mostrado na figura a seguir.

A suplementação de fibras prebióticas não aliviou o processo. Ou seja, suplementos não substituem uma alimentação saudável! Os pesquisadores também observaram que a colonização bacteriana também mudou nos animais que receberam dieta pobre em fibra, com maior prevalência de microorganismos que produzem enzimas que digerem glicoproteínas presentes na camada de muco. Com a redução do muco a inflamação da mucosa aumentou. 

Abaixo cito algumas marcas de fibras prebióticas. Antes do uso converse com seu nutricionista ou médico sobre a melhor opção par seu caso:

- Muke: inulina e frutooligossacarídeos (fos) e galactooligossacarídeos (gos) e goma guar (cyamoposis tetragonolobus)

- FiberFor - Fibra de Trigo, Frutooligossacaríos (FOS) e Inulina.

- FiberMais - Goma Guar Parcialmente Hidrolisada e Inulina.

- Fiber Balance - gomar guar parcialmente hidrolisada SUNFIBER e inulina

- Mix de fibras catarinense - inulina e polidextrose

- FOS maxinutri - frutooligossacarídeos (fos)

- Nesh fibras - inulina e goma guar

Artigo: Mahesh S. Desai et al. A Dietary Fiber-Deprived Gut Microbiota Degrades the Colonic Mucus Barrier and Enhances Pathogen Susceptibility. Cell, November 2016 DOI: 10.1016/j.cell.2016.10.043

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

E-book gratuito: nutrição no ganho de massa magra

Quando falamos em massa magra muita gente pensa em caras grandes e sarados da academia. Sim, eles possuem muita massa magra. Mas mesmo eu e você, mesmo os magrelos, mesmo as crianças e os idosos também possuem muita massa magra. E ela tem uma importância enorme em nossa vida, na manutenção da saúde e do bem estar geral. Alguns fatores contribuem para a manutenção da massa magra durante a vida como a genética, a produção hormonal, a prática de exercícios físicos e a alimentação adequada. No eBook gratuito falo mais sobre este assunto:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/