Dietas ricas em fibras protegem contra infecções

Nosso trato digestório é colonizado por trilhões de bactérias boas que protegem nosso organismo contra microorganismos causadores de doenças e melhoram nossa imunidade. As mesmas digerem as fibras dos alimentos e produzem substâncias antiinflamatórias. Quando a dieta é pobre em fibras as bactérias passam então a consumir a camada de muco que protege o epitélio intestinal. Com isso, partes de bactérias e toxinas aumentam o risco de infecção e inflamação do organismo.

Em um artigo recém publicado na revista Cell, um grupo de pesquisadores mostram o impacto das dietas pobres em fibras no intestino de camundongos. Os mesmos foram mantidos com o intestino estéril (sem bactérias). Aos 14 dias microorganismos que normalmente crescem no intestino humano foram transplantados para os animais. Como os cientistas conhecem o comportamento de tais bactérias foi possível a avaliação da atividade das mesmas ao longo do tempo.

Utilizando técnicas genéticas avançadas os pesquisadores determinaram os tipos de bactérias ativas em diferentes condições e o impacto da dieta com diferentes quantidades de fibras na saúde do hospeiro. Alguns camundongos também foram colonizados com Escherichia coli, bactéria que causa infecções, irritação, inflamação e diarreia em humanos. Nos animais, a camada de muco se manteve espessa nos animais que tiveram uma dieta rica em fibras vindas de cereais integrais e plantas. Quando a dieta continha pouca fibra a camada de muco diminuiu significativamente, como mostrado na figura a seguir.

A suplementação de fibras prebióticas não aliviou o processo. Ou seja, suplementos não substituem uma alimentação saudável! Os pesquisadores também observaram que a colonização bacteriana também mudou nos animais que receberam dieta pobre em fibra, com maior prevalência de microorganismos que produzem enzimas que digerem glicoproteínas presentes na camada de muco. Com a redução do muco a inflamação da mucosa aumentou. 

Abaixo cito algumas marcas de fibras prebióticas. Antes do uso converse com seu nutricionista ou médico sobre a melhor opção par seu caso:

- Muke: inulina e frutooligossacarídeos (fos) e galactooligossacarídeos (gos) e goma guar (cyamoposis tetragonolobus)

- FiberFor - Fibra de Trigo, Frutooligossacaríos (FOS) e Inulina.

- FiberMais - Goma Guar Parcialmente Hidrolisada e Inulina.

- Fiber Balance - gomar guar parcialmente hidrolisada SUNFIBER e inulina

- Mix de fibras catarinense - inulina e polidextrose

- FOS maxinutri - frutooligossacarídeos (fos)

- Nesh fibras - inulina e goma guar

Artigo: Mahesh S. Desai et al. A Dietary Fiber-Deprived Gut Microbiota Degrades the Colonic Mucus Barrier and Enhances Pathogen Susceptibility. Cell, November 2016 DOI: 10.1016/j.cell.2016.10.043

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

E-book gratuito: nutrição no ganho de massa magra

Quando falamos em massa magra muita gente pensa em caras grandes e sarados da academia. Sim, eles possuem muita massa magra. Mas mesmo eu e você, mesmo os magrelos, mesmo as crianças e os idosos também possuem muita massa magra. E ela tem uma importância enorme em nossa vida, na manutenção da saúde e do bem estar geral. Alguns fatores contribuem para a manutenção da massa magra durante a vida como a genética, a produção hormonal, a prática de exercícios físicos e a alimentação adequada. No eBook gratuito falo mais sobre este assunto:

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Meninas que consomem mais frutas na adolescência possuem um menor risco de câncer de mama na fase adulta

Dois estudos publicados este ano mostram a importância dos bons hábitos alimentares ao longo da vida. O primeiro artigo mostra que o consumo de frutas na adolescência está associado a um risco 25% menor de câncer de mama. Já o consumo de sucos não teve o mesmo efeito positivo na redução da incidência da doença. Um dos motivos é o menor teor de fibras nos sucos em relação às frutas. As fibras melhoram o funcionamento a intestinal, tratam a disbiose (desequilíbrio entre bactérias boas e ruins no trato digestório) e reduzem a inflamação do organismo.

O segundo artigo mostrou que o aumento no consumo de álcool aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama em aproximadamente 30%. Apesar do consumo de álcool em pequena quantidade poder ter algum efeito protetor cardíaco, mulheres com histórico familiar de câncer de mama devem ser cautelosas.

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Conheça mais sobre soja, tomate, berinjela, brócolis, mel, açafrão, chá verde, maçã, mirtilo, açaí, dentre tantos outros alimentos. Conversaremos também sobre nutrientes e não nutrientes que podem ser destacados nos rótulos dos alimentos por seu potencial benefício à saúde, incluindo ácidos graxos, carotenóides, fibras e probióticos.

Referências:

  1. Maryam S Farvid, Wendy Y Chen, Karin B Michels, Eunyoung Cho, Walter C Willett, A Heather Eliassen. Fruit and vegetable consumption in adolescence and early adulthood and risk of breast cancer: population based cohort studyBMJ, 2016; i2343 DOI: 10.1136/bmj.i2343
  2. Marie K Dam, Ulla A Hvidtfeldt, Anne Tjønneland, Kim Overvad, Morten Grønbæk, Janne S Tolstrup. Five year change in alcohol intake and risk of breast cancer and coronary heart disease among postmenopausal women: prospective cohort studyBMJ, 2016; i2314 DOI: 10.1136/bmj.i2314
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/