Ômega-3 melhora as habilidades de leitura em crianças

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Um estudo publicado em setembro por pesquisadores da Universidade de Oxford mostrou que crianças inglesas com idades entre sete a nove anos tinham baixos níveis de ácidos graxos ômega-3 no sangue.  Além disso, aquelas crianças com menores níveis do tipo de ômega-3 DHA se concentravam menos na escola e tinham menor capacidade de leitura.

Os ácidos graxos ômega- 3 são encontrados em peixes, mariscos e algumas algas , sendo essenciais para a estrutura e função do cérebro, bem como para a saúde do coração e do sistema imunológico.

Outros trabalhos, publicados anteriormente pelos mesmos pesquisadores , mostraram que a suplementação dietética com ômega -3 rico em DHA melhorou tanto a capacidade de leitura, quanto o comportamento das crianças. É bom lembrar que o peixe na Inglaterra possui maiores teores de ômega-3 do que o nosso. Por isto, nosso consumo precisa ser de pelo menos 3 vezes por semana para que as necessidades do organismo sejam atendidas. Assim, se o seu filho não gosta de peixes considere marcar uma consulta com seu nutricionista para conversar sobre a suplementação de ômega-3.

Artigo completo aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Existe vício em açúcar?

Por que a maioria das pessoas gosta tanto de açúcar? As explicações são múltiplas: o sabor é agradável, carboidratos tendem a estimular a liberação de serotonina, hormônio associado ao bem-estar, e de endorfinas, substâncias relaxantes.

Estudos neurológicos, como o de Avena, Rada e Hoebel (2008) mostram também modificações na expressão de genes e na produção de neurotransmissores como a dopamina, após o consumo de açúcar. A dopamina é um neurotransmissor que ajuda a controlar o movimento, a motivação e as emoções. O aumento da dopamina faz a pessoa ficar mais alerta e empolgada. Vários medicamentos e drogas aumentam dopamina como cafeína, metanfetamina, MDMA (ecstasy ou Molly), opiáceos, álcool, nicotina, anfetaminas e cocaína. O consumo de substâncias que aumentam dopamina nos centros de recompensa do cérebro gera prazer e empolgação.

Contudo, a elevação de dopamina substâncias como cocaína é muito superior à que acontece após o consumo de alimentos contendo açúcar ou cafeína. Mesmo assim, podem existir sintomas de abstinência na retirada destes alimentos da dieta, como irritabilidade, cansaço, desmotivação, dores de cabeça, náuseas. Mas o termo vício é controverso. A definição de vício de muitos órgãos é uso descontrolado (ou “compulsivo”) de uma substância, mesmo quando ela causa consequências negativas para a pessoa que a usa. Isso acontece com o açúcar? Para muitos, sim. Existem muitos estudos ligando o consumo de açúcar e outros carboidratos simples com vários problemas de saúde.

Além disso, o prazer gerado pelos doces some rápido, o que gera a vontade de consumir mais açúcar ou mais carboidratos (lembre: alimentos como pão, pizza, macarrão, bolos, bolachas serão digeridos e transformados em glicose, com o mesmo efeito sobre o cérebro) a fim de manter as sensações de bem-estar. Além disso, a chegada de glicose à corrente sanguínea estimula a produção de insulina pelo pâncreas. Este hormônio é o responsável pela entrada de glicose nas células. Estas poderão utilizar este nutriente para gerar energia (ATP). Contudo, se a própria célula não estiver precisando de energia a glicose será armazenada na forma de gordura.

Carboidratos não são ruins, porém o consumo dos ocidentais é exagerado levando também a uma produção exagerada de insulina. Carboidratos e insulina em excesso acabam prejudicando o funcionamento do próprio pâncreas, das membranas e receptores das células, aumentando o risco de intolerância à glicose e diabetes. Outros problemas como obesidade, hipertensão, gota, dislipidemias, esteatose hepática, disfunção mitocondrial e doenças cardiovasculares também tem sido associados a um alto consumo de açúcar.

O gosto por açúcar está associado à nossa capacidade de sobrevivência mas também é um comportamento aprendido. Quantas crianças não são recompensadas por serem "boazinhas" com balas, chocolates, sorvete, refrigerantes, biscoitos recheados e idas ao McDonald's? A guloseima que deveria estar presente apenas em dias especiais acaba virando a rotina em casa, nas escolas, no trabalho, nos passeios... Para conseguir manter um peso saudável, acabar com a compulsão e reduzir o risco de doenças os carboidratos simples precisam ser evitados.

Dicas para reduzir os efeitos negativos do açúcar no corpo

  1. Substitua alimentos com alto índice glicêmico por opções com baixo índice e carga glicêmicas. Aprenda mais aqui.

  2. No café da manhã substitua seu pão branco por frutas de baixo índice glicêmico (melão, morango, kiwi, ameixa, tangerina, abacate, maçã, amoras) com aveia ou quinoa em flocos. Evite sucos artificiais, sucos em embalagens ou caixas tetra pak ou sucos naturais concentrados. O suco ideal para o café da manhã é o suco verde (ex: limão com couve).

  3. No lanche da manhã troque a barrinha de cereal por castanhas.

  4. No almoço abuse dos vegetais folhosos e outros vegetais com baixo índice glicêmico, como tomate, beringela, abobrinha, pimentão, cebola, chuchu... Substitua o arroz branco pela variedade integral ou por batata doce. Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, soja) são boas opções de fibras, proteínas e ferro. Opte por carnes magras, com menor teor de gordura saturada. Abuse das ervas e temperos naturais.

  5. No lanche da tarde consuma frutas de baixo índice glicêmico, nozes, castanhas, queijos ou iogurte sem açúcar.

  6. À noite, repita o almoço, faça uma sopa de legumes ou uma omelete acompanhada de queijo e salada.

  7. Em uma ou duas semanas, sua compulsão por carboidratos terá diminuído sensivelmente.

  8. E aqueles seus outros alimentos favoritos? Onde fica a banana, o mamão, a manga, o suco de laranja, o suco de uva integral...? Sempre antes da atividade física!

Outras dicas para redução da compulsão por doces ou carboidratos:

- Não passe muito tempo sem se alimentar;

- Não passe fome. Repita os alimentos sugeridos, se for necessário. Procure também na internet listas de alimentos de baixo índice glicêmico;

- Mantenha-se hidratado pois a desidratação aumenta a vontade de ingestão de alimentos;

- Durma bem. O cansaço aumenta a produção de cortisol, hormônio associado à compulsão e ao estoque de gordura;

- Não tenha guloseimas em casa;

- Leia o rótulo dos alimentos industrializados. Evite aqueles cuja lista de ingredientes seja recheada com alimentos açucarados. Estes podem vir discriminados como: açúcar, xarope de milho, frutose, dextrose, sacarose, melaço, mel, maltodextrina...

- Deficiências de nutrientes também levam à desequilíbrios hormonais e compulsão. Converse com o seu nutricionista sobre a necessidade de suplementação de vitamina D, cromo, vitamina B3, magnésio e ômega-3;

- Faça exercício. A prática de atividade física leva a um aumento na produção de endorfinas, combatendo a ansiedade;

- Chás de ervas amargas reduzem a vontade de consumo de doces. Aposte em artermísia, carqueja, boldo, macela e chá verde.

- Observe-se. Você está comendo por fome ou por hábito?

Curso online: meditação e yoga no tratamento da compulsão alimentar

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Nutrição de mulheres e crianças em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento

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A prestigiada revista científica Lancet lançou nova série sobre a nutrição materna e infantil. A iniciativa é fundamental uma vez que mais de 3 milhões de crianças morrem a cada ano de desnutrição. A série apresenta um novo quadro para a prevenção e tratamento que considera fatores como a segurança alimentar, as condições sociais , o financiamento e o gerenciamento dos problemas envolvidos.

Crianças desnutridas são mais suscetíveis a doenças infecciosas, estudam menos e possuem habilidades cognitivas inferiores. Como resultado, a desnutrição pode dificultar significativamente o crescimento econômico de um país.

A série também dá importância à nutrição materna. Mulheres desnutridas são mais propensas a morrerem durante a gravidez , darem à luz prematuramente ,  terem bebês prematuros ou muito pequenos para a idade gestacional. Além disso, crianças que nascem pequenas ou com baixo peso possuem maior risco de desenvolverem doenças crônicas posteriormente, como diabetes e síndrome metabólica (Bhutta, 2013).

Na mesma série, o pesquisador brasileiro César Victora aponta, juntamente com colaboradores de diversos países, intervenções comprovadas para o combate da mortalidade materno-infantil, desnutrição e obesidade em países em desenvolvimento e desenvolvidos: adoção do aleitamento materno, enriquecimento dos alimentos, garantia do acesso a alimento seguro, controle de doenças, sanitização da água, avaliação de políticas públicas, captação de investimentos, suplementação nutricional, dentre outros.

A série é de leitura obrigatória para os gestores da área de saúde pública.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/