Esclerose lateral amiotrófica e nutrição

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ALA) é uma doença neurológica degenerativa rara, não contagiosa, que evolui de forma progressiva. Nesta doença, os neurónios motores que conduzem a informação do cérebro aos músculos (passando pela medula espinhal) morrem prematuramente. Como consequência, os músculos vão ficando mais fracos dificultando o caminhar, o falar, o andar, dentre outros movimentos.

Os primeiros sintomas surgem geralmente entre os 40 e os 75 anos, sendo mais comum em homens brancos. Não se conhece a causa da doença que provavelmente é resultado da combinação de fatores genéticos e ambientais.

O tratamento requer a participação de equipes multidisciplinares englobando médicos, farmacêuticos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas e, em alguns casos, assistentes sociais, para a adaptação da assistência às necessidades individuais dos pacientes.

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A esclerose lateral amiotrófica (ELA) tem uma patogênese complexa em que observa-se dano mitocondrial e dificuldade de produção de energia na forma de ATP, neuroinflamação, excesso de glutamato e estresse oxidativo aumentado. A dieta e a suplementação deve atacar precocemente todas estas áreas para evitar a aceleração da doença.

Observa-se na ALA um acúmulo da enzima Superóxido Dismutase (SOD-1) mutada no citoplasma das células, o que gera aumento do estresse oxidativo, inflamação, desequilíbrio da homeostase do cálcio e apoptose de neurônios. A nutrição pode contribuir com o tratamento com o uso de antioxidantes (vitamina C, vitamina E) que não estimulem SOD-1 e nrf2, com substâncias antiinflamatórias (como ômega-3, curcumina, resveratrol e EGCG), magnésio e vitamina D (para equilibrio da homeostase do cálcio) e theanina do chá verde que inibe neurotransmissão glutamatérgica (responsável pela citoxicidade neuronal).

Outra teoria para a ELA é o contato com a neurotoxina β-N-metilamino-L-alanine (BMAA) presente na água, ar, certos alimentos (sementes de trigo - Triticum aestivum) e cianobactérias de certas regiões do mundo (Li et al., 2024). Esta toxina é incorporada em proteínas e toma o lugar do aminoácido serina. Por isso, a suplementação de L-serina em altas doses (15g até 2 vezes ao dia) é recomendada (Bradley et al., 2017).

Para pacientes com dificuldade de deglutição alterações na consistência podem ser necessárias, assim como a terapia enteral em casos mais graves. O gasto energético pode estar aumentado. Por isso, recomenda-se acompanhamento nutricional para evitar perda de peso e agravamento da perda muscular.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/