A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa rara não contagiosa, que evolui de forma progressiva. Nesta doença, os neurônios motores que conduzem a informação do cérebro aos músculos (passando pela medula espinhal) morrem prematuramente. Como consequência, os músculos vão ficando mais fracos dificultando o caminhar, o falar, o andar, dentre outros movimentos. A doença começa a dar sinais em uma única parte do corpo, espalhando-se rapidamente para a maioria dos músculos, incluindo o diafragma, aumentando o risco de morte por insuficiência respiratória. São também comuns os prejuízos cognitivos e de humor.
Causas da ELA
Existem causas genéticas (mutações de mais de 25 genes) e ambientais. Em 10% dos pacientes são identificadas mutações, mas em 90% dos casos a causa é desconhecida. Dentre as duas principais teorias:
Contato com a neurotoxina β-N-metilamino-L-alanine (BMAA) presente na água, ar, certos alimentos (sementes de trigo - Triticum aestivum) e cianobactérias de certas regiões do mundo (Li et al., 2024). Esta toxina é incorporada em proteínas e toma o lugar do aminoácido serina. Por isso, a suplementação de L-serina em altas doses (15g até 2 vezes ao dia) é recomendada (Bradley et al., 2017).
Contato com o vírus HERV-K que causa neurotoxicidade e neurodegeneração (Steiner et al., 2022). Quando o vírus é encontrado o tratamento é o uso de antiretrovirais (como aqueles usados no tratamento de pacientes com HIV).
Alterações metabólicas, incluindo desequilíbrios lipídicos, desregulação do metabolismo glicolítico cerebral e disbiose intestinal são contribuintes fundamentais para o início e progressão da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Essas mudanças pioram a carência energética, aumentam a produção de radicais livres e alimentam a neuroinflamação.
A disfunção gastrointestinal e a disbiose intestinal pioram tudo, pois desregulam a imunidade, comprometem a integridade da barreira intestinal e alteram a sinalização do eixo intestino-microbiota-cérebro, acelerando a neurodegeneração (Cuffaro et al., 2024).
Estratégias terapêuticas e preventivas focadas na nutrição oferecem oportunidades promissoras para abordar esses mecanismos fisiopatológicos interconectados. Dietas enriquecidas com antioxidantes, ácidos graxos ômega-3 e compostos anti-inflamatórios mostraram potencial na redução do estresse oxidativo e da inflamação sistêmica.
É importante estimular a biogenêse mitocondrial com moléculas que ativem a via AMPK-SIRT1 (vimos no modulo de neuroinflamação), porque o efeito global será interessante nestes pacientes.
Abordagens direcionadas à microbiota, incluindo probióticos, prebióticos, pós-bióticos e transplante de microbiota fecal, surgem como ferramentas inovadoras para restaurar o equilíbrio microbiano, fortalecer a integridade intestinal e otimizar a função do eixo intestino-microbiota-cérebro.
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