Um cogumelo popular entre os cientistas, mas não tanto para o público em geral, é o Hieracium erinaceus (Lyon´s mane). Este fungo bonitinho tem vários benefícios nootrópicos, ou seja, benéficos para o cérebro. Por isso, tem sido pesquisado em relação à prevenção e tratamento da doença de Alzheimer
O Lyon´s maine (juba de leão) é mais comumente encontrado na América do Norte, Europa e Ásia. É de cor branca, tem sabor agradável, crescendo principalmente entre o final do verão e outono.
Este cogumelo contêm vários metabólitos bioativos, incluindo polissacarídeos, terpenóides, esteróis com ações antiinflamatórias e estimuladoras de neurônios.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa crônica que geralmente começa lenta e piora gradualmente com o tempo. Estudos pré-clínicos (in vitro e em animais) mostram que a juba de leão pode retardar a progressão do Alzheimer e da demência por aumentar os níveis do fator de crescimento do nervo e melhorar a memória de curto prazo (Mori et al., 2011).
Mori e colaboradores dividiram camundongos em 2 grupos. Ambos foram injetados com fragmentos da proteína β amilóide induzindo placas semelhantes a Alzheimer. Um grupo de camundongos recebeu dieta suplementada com Lion´s maine por 23 dias e o outro grupo recebeu a mesma dieta mas sem o suplemento. O que observou-se foi que os camundongos suplementados apresentavam melhor capacidade de memória espacial. Além disso, foram melhor no Teste de Reconhecimento de Objeto Novo. Este teste determina o quão bem os animais podem se lembrar se um objeto. Normalmente, os ratos passam mais tempo com objetos desconhecidos por causa do efeito de novidade, assim como os ratos com déficit de memória quando se esquecem do objeto. Os ratos que receberam a dieta de juba de leão tiveram uma taxa de discriminação significativamente maior do que os ratos com dieta normal (Mori et al., 2011).
Um estudo semelhante usou modelos de camundongos APPswe / PS1dE9 - modelos de camundongos predispostos a desenvolver placas como Alzheimer naturalmente. Os que receberam a dieta suplementada com o Lion´s maine tiveram diminuição da produção de proteína beta-amilóide (AB), que está implicada na fisiopatologia da criação de placas no cérebro de pacientes com Alzheimer . A justificativa é dada por uma ação indireta da síntese do fator de cresimento de nervos (Tsai-Teng et al., 2015).
Em um ensaio clínico com humanos, mais especificamente indivíduos com deficiência cognitiva leve, o cogumelo mostrou melhorar as funções cognitivas. Os pacientes idosos que tomaram 250 mg de juba de leão três vezes ao dia durante um mês, mostraram posteriormente melhorias em tarefas específicas relacionadas à memória espacial de curto prazo e memória de reconhecimento visual (Mori et al., 2009).
Parece que o extrato de juba de leão também pode ajudar a regenerar as células cerebrais e melhorar o funcionamento da região CA3 do hipocampo, parte relevante do cérebro para o processamento de memórias e respostas emocionais (Brandalise et al., 2017; Nkodo, 2019; Ryu et al., 2018).
Onde comprar e como usar?
O lion´s maine pode ser usado na comida (sabor agradável) mas para quem está em países quentes o mais fácil será encontrar como suplementos. Pode ser usado adicionado ao café, ao chá, a shakes, a sucos…
Na Espanha e nos Estados Unidos é encontrado também em cápsulas.
O mix de cogumelo em pó que eu uso na Europa é o da empresa four sigmatic.