Atendo muitas mulheres na faixa dos 40-60 anos. Estão super determinadas a chegar e passar pela menopausa com saúde, vitalidade, saúde, energia e beleza também! Mas boa memória, bom humor, disposição não vêm de graça. Alguns fatores como inflamação intestinal, sensibilidade ao glúten, tireoidite de Hashimoto, resistência insulínica, estresse oxidativo aumentado aceleram o envelhecimento e pioram a qualidade de vida da mulher.
A recuperação e manutenção da saúde e do bem-estar, são um processo. Mas, vale a pena pois benefícios ao corpo, geram benefícios para a mente. Essa é uma questão importante de compreendermos: o cérebro da mulher é diferente do cérebro do homem.
Sabia que dois em cada três pacientes com Alzheimer são mulheres? Mais preocupante ainda, as mulheres na faixa dos 60 anos têm cerca de duas vezes mais chances de desenvolver Alzheimer durante o resto de suas vidas do que desenvolver câncer de mama. Só que os cuidados devem começar o quanto antes pois o cérebro não é um órgão simples.
Parte da diferença do cérebro entre os gêneros pode ser encontrada na glândula pituitária, um pequeno órgão endócrino que controla as funções do corpo envolvidas na produção e na secreção de hormônios.
Vários hormônios mantêm nosso cérebro energizado e jovem, nossos ossos fortes, nosso intestino ativo e nossa vida sexual a todo vapor. Embora todos os hormônios sejam importantes nesse processo de meia-idade, há um – o estrogênio – que é considerado o principal impulsionador da saúde cerebral das mulheres. À medida que a mulher aproxima-se da meia-idade e da menopausa, aparecem alterações hormonais que desencadeiam ondas de calor, suores noturnos, insônia e prejuízo da memória.
O estrogênio mantém as células cerebrais ativas e saudáveis e é responsável pela atividade cerebral nas regiões que regulam a memória, a atenção e o planejamento. Também é “neuroprotetor”. Conhecer seus níveis hormonais e sua genética é um primeiro passo, mas muito mais pode ser feito por sua saúde.
Um dos protocolos de cuidados do cérebro é o Recode, desenvolvido pelo Dr. Dale Bredesen. Este protocolo parte do princípio de que o que é bom para o corpo é bom para o cérebro. Foca em 7 pontos:
1. Nutrição: o Protocolo de Bredsen recomenda uma abordagem “Keto-FLEX 12/3” que consiste em uma dieta rica em plantas levemente cetogênica, altamente nutritiva combinada com jejum noturno de no mínimo 12 horas com pelo menos 3 horas antes de dormir. A dieta visa reduzir a inflamação, os níveis de insulina para restaurar ou apoiar a cognição saudável. Por exemplo, a pesquisa mostrou que o consumo de frutas mistas resulta na manutenção ou melhoria do desempenho cognitivo e desempenha um papel importante em ajudar as células a responder à inflamação. O chocolate também tem um efeito significativo na elevação do nosso humor, e os polifenóis e flavonóis da planta do cacau ajudam a proteger o cérebro e o sistema cardiovascular.
2. Exercício: o movimento é uma parte essencial do Protocolo de Bredesen para reverter o declínio cognitivo. Nossos corpos amam o movimento – e nossa longevidade depende disso! Encontre a atividade física que lhe dá maior felicidade e mantenha uma rotina. Recomenda-se pelo menos 150 minutos por semana de movimento moderado, dividido em 3-5 sessões de atividade. Saiba mais sobre os benefícios da atividade física para o cérebro aqui.
3. Sono: o protocolo recomenda entre 7 a 8 horas de sono restaurador de qualidade todas as noites — sem barulho, luzes ou Wi-Fi. Para apoiar o seu sono, é importante cortar estimulantes como a cafeína no início do dia; evitar alimentos doces e álcool, principalmente após o jantar; certifique-se de dormir em um quarto escuro e fresco, sem distrações; e invista em um bom colchão confortável, desconectando os eletrônicos pelo menos 2 horas antes de dormir.
4. Estresse: reduzir o estresse crônico, não resolvido ou grave, para diminuir os níveis de cortisol e adrenalina. Esses altos níveis de estresse afetam nosso sistema imunológico enviando sinais para responder com alarme, resultando em inflamação. Quando os níveis de cortisol são muito altos, muito baixos ou flutuam de maneira não saudável, você pode se sentir ansioso, nervoso, exausto, nebuloso e sem foco. Algo que você pode tentar hoje é aproveitar o poder da sua respiração para reduzir o estresse.
5. Estimulação cerebral: treine seu cérebro para permanecer mentalmente ativo com estímulos sociais e mentais. Aprender um novo idioma ou um instrumento musical, ou jogar um jogo interativo de estimulação cerebral ajuda a expandir as habilidades cognitivas e manter seu cérebro estimulado.
6. Desintoxicação: faça testes laboratoriais detalhados para examinar até que ponto seu corpo está armazenando toxinas que podem contribuir para o declínio cerebral. Certifique-se de que o ar que você respira, a água que você bebe, a casa em que mora, a comida que você come e os produtos de higiene pessoal, cosméticos e produtos de limpeza que você usa são tão livres de toxinas quanto possível.
7. Suplementos: análises laboratoriais detalhadas dos níveis nutricionais de vitaminas e minerais são importantes para entender como podemos otimizar a saúde.