A depressão é uma doença grave. Pacientes muito desmotivados, que não querem sair da cama ou que apresentam tendências suicidas precisam ser acompanhados de perto por psiquiatra e psicólogo. O tratamento envolve uso de medicação, psicoterapia e monitoramento.
Além disso, a dieta precisa ser ajustada uma vez que a produção de neurotransmissores (como serotonina e endorfinas) é dependente de nutrientes. Pesquisas mostram que uma dieta antiinflamatória está associada a risco reduzido de depressão, ansiedade e transtorno bipolar.
A dieta saudável é rica em polifenóis (fitoquímicos), vitaminas, minerais e fibras com efeitos protetores. Já a dieta de padrão ocidental é pobre nestes nutrientes e rica em gordura saturada e gordura trans, carboidratos simples e calorias, o que associa-se a maior inflamação, estresse oxidativo, disfunção mitocondrial, alterações negativas na microbiota e maior risco de depressão.
Inflamação e cérebro
Pelo menos 25% dos pacientes com condições neuropsiquiátricas, incluindo transtornos do humor e esquizofrenia, apresentam níveis aumentados de inflamação. A hiperativação do sistema imunológico é induzida por diversos fatores, incluindo estresse, dieta ruim, sedentarismo e tabagismo.
Fitoquímicos como os polifenóis, presentes no mirtilo, cacau e açafrão, entre outros, possuem fortes propriedades antiinflamatórias que podem ser benéficas para uma variedade de distúrbios neuropsiquiátricos. Os ácidos graxos ômega-3, encontrados em altas concentrações em produtos alimentícios marinhos, como salmão, têm propriedades antiinflamatórias e podem melhorar os resultados clínicos e reduzir a depressão induzida por citocinas inflamatórias.
O estresse oxidativo persistente tem também sido implicado na depressão e outros transtornos de saúde mental. Por isso, a dieta precisa ser rica em antioxidantes e reduzida em açúcares e gorduras ruins. Vitaminas como ácido ascórbico (vitamina C) e alfa tocoferol (vitamina E) e nutrientes como selênio, zinco e cisteína precisam ser ajustados na dieta.
O consumo adequado de fibra é fundamental para modular a microbiota intestinal, regular a imunidade, reduzir a inflamação e estimular a neurogênese. A suplementação prebiótica (fruto e galacto-oligossacarídeo) ajuda a reverter alterações crônicas induzidas por estresse na microbiota intestinal, evitando a redução de micróbios benéficos, como Bifidobacterium ou Lactobacillus e controlando a inflamação.
Alimentos alergênicos desencadeiam inflamação
Pessoas com alergias alimentares não tratadas também parecem ter mais sintomas depressivos. A sensibilização de mastócitos por IgE na mucosa gastrointestinal é desencadeada pelo alérgeno alimentar, resultando em uma cascata de mediadores inflamatórios que podem prejudicar a permeabilidade intestinal. O aumento da permeabilidade intestinal foi associado a uma maior translocação de enterobactérias gram-negativas e ativação imune que pode contribuir para a inflamação sistêmica, incluindo neuroinflamação. Testes nutrigenéticos nos ajudam a compreender melhor o metabolismo guiando o tratamento.
Minimize o estresse
Mais de 60% das pessoas com depressão apresentam produção excessiva de cortisol ou outros distúrbios do sistema hipolámamo-hipófise-adrenal (HPA), como resposta alterada ao teste de supressão de dexametasona e níveis de hormônio adrenocorticotrópico. Dormir bem e consumir mais vitamina C ajuda na modulação do sistema HPA e redução dos níveis de cortisol. Praticar yoga, meditar e fazer atividade física também. Também é importante dormir cedo e bem, desligar-se das redes sociais e dizer não a atividades em excesso.