Passo a passo para um cérebro saudável e menos ansioso

Uma vida ativa e vibrante depende de uma boa saúde mental. Vejamos o passo a passo para um cérebro saudável e menos ansioso:

1 - Durma bem

O sono é uma dos fatores mais críticos para manter o cérebro desinflamado e com uma ótima performance. O sistema linfático é o sistema de eliminação de resíduos que nosso cérebro usa para limpar toxinas. Durante o sono, o sistema linfático se torna 10 vezes mais ativo do que durante a vigília. Simultaneamente, as células do seu cérebro encolhem cerca de 60%, permitindo maior eficiência na remoção de resíduos. Durante o sono, o cérebro limpa os resíduos, incluindo o excesso de proteína amilóide, que contribui para a doença de Alzheimer.

Para dormir bem adote algumas estratégias:

• Melhore a produção de melatonina pela glândula pineal dormindo em um quarto completamente escuro. Use cortinas opacas.

• Se tiver insônia suplemente melatonina, zinco e selênio. Converse com um nutricionista ou médico.

• Reduza a exposição a campos eletromagnéticos. Não traga seu telefone, tablete ou computador para o quarto.

2 - Exercite-se

Uma das melhores maneiras de manter o cérebro saudável é levando mais sangue e oxigênio a ele. Para tanto, exercite-se e controle os níveis de gordura no sangue. O exercício estimula o sistema nervoso a liberar o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), uma molécula essencial para reparar células cerebrais e criar conexões entre elas. Pessoas fisicamente mais ativas possuem BDNF mais alto e menor risco de desenvolvimento de demência.

3 - Adote uma alimentação saudável

A dieta antiinflamatória é boa para o coração e para o cérebro. Legumes, frutas, castanhas, sementes, chás, ervas e condimentos mantém o cérebro mais saudável e ativo.

Uma dieta mais natural, menos processada contém menos toxinas, menos metais pesados. Alimentos embalados podem conter alumínio, chumbo, mercúrio, ftalatos, que contribuem para a neuroinflamação e neurodegeneração.

4 - Gerencie o estresse

Pessoas ansiosas, deprimidas ou esgotadas tendem a ter uma pontuação baixa nos testes de função cognitiva. O estresse estimula a liberação do hormônio cortisol, que é útil em pequenas quantidades. Contudo, níveis altos de cortisol a longo prazo levam ao excesso de placa nos vasos sanguíneos, à diminuição de oxigênio e a danos cerebrais. Meditação e yoga são ótimas estratégias de gerenciamento de estresse e aumento de performance cognitiva. A vitamina C ajuda também na redução do cortisol. Não pule refeições pois a hipoglicemia também aumenta o nervosismo e a ansiedade em muitas pessoas.

5 - Pare de fumar

O tabagismo aumenta o risco de doenças dos vasos sanguíneos e danos cerebrais, entre outros malefícios à saúde. O tabaco é rico em uma substância chamada nicotina, que estimula a produção de dopamina, neurotransmissor que atua nos centros de prazer do cérebro. Sem a nicotina, o cérebro do dependente recebe menos dopamina. Para compensar, o organismo produz mais noradrenalina. Por isso, quando alguém pára de fumar, fica nervoso ou irritado.... Para aumentar a dopamina consuma mais salmão, ovos, banana, aveia, grão de bico, cacau e abacaxi. Saiba mais sobre a produção de neurotransmissores aqui.

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6 - Aprenda

Crie uma reserva cognitiva aprendendo algo novo, como um idioma, um passo de dança, um instrumento ou uma receita. O exercício mental é tão crítico quanto o exercício físico para manter seu cérebro em forma e saudável. Exercícios mentais podem melhorar o funcionamento do seu cérebro e promover o crescimento de novas células cerebrais, diminuindo a probabilidade de desenvolver demência. Como seus músculos, você tem que usar seu cérebro ou perde-o. Leia, aprenda, ensine, use sua capacidade cerebral e mantenha sua memória ativa.

7 - Controle sua pressão sanguínea e os níveis de açúcar no sangue

A pressão alta na meia-idade aumenta o risco de declínio cognitivo na velhice. Para controlar a pressão mantenha-se magro, faça exercícios regularmente, limite seu álcool a duas bebidas por dia, reduza o estresse e evite alimentos ultraprocessados, assim como o excesso de sal. Diabetes é um importante fator de risco para demência. Você pode ajudar a prevenir a doença adotando uma dieta antiinflamatório, reduzindo o consumo de carboidratos simples, exercitando-se regularmente e mantendo-se magro.

8 - Cuide do intestino

O eixo intestino-cérebro também é muito importante, uma vez que uma grande quantidade (cerca de 95%) dos receptores de serotonina (hormônio do bem-estar) encontra-se no revestimento do intestino. Consuma alimentos ricos em probióticos, bactérias boas que mantém o intestino funcionando bem. Iogurte, picles, chucrute, kefir de leite, kefir de água e kombucha tratam a disbiose, melhoram humor e ajudam a reduzir a ansiedade.

9 - Suplemente

Sentindo-se cansado, desmotivado, com baixa capacidade de concentração e redução da memória. Converse com seu nutricionista e avalie seu estado nutricional de nutrientes como coenzima Q10, zinco, selênio, magnésio, ferro e ômega-3. Estes nutrientes são importantes para o cérebro.

10 - Socialize

Socializar também tem importantes benefícios cerebrais. Aprendemos com os outros e o apoio emocional reduz o risco de demência e acidente vascular cerebral. Passar tempo com outras pessoas, envolver-se em conversas estimulantes e permanecer em contato e conectado com a família e amigos é bom para a saúde do cérebro. Estudos mostraram que aqueles com a maior interação social em sua comunidade sofrem a menor taxa de declínio da memória.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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