A hipolactasia é a diminuição ou ausência da capacidade de produzir a lactase, enzima presente nas microvilosidades intestinais, responsável pela quebra do açúcar do leite (lactose) em galactose e glicose. A intolerância à lactose pode ser resultado de vários fatores, como prematuridade, doença de Crohn ou do processo natural de envelhecimento. A intolerância também pode ser congênita, por um polimorfismo genético que dificulta ou impede a produção da lactase.
Quando uma pessoa não produz lactase em quantidade suficiente surgem sintomas como diarreia, náuseas ou vômitos, inchaço abdominal e gases. Além da avaliação de fatores de risco, sinais e sintomas, podem ser feitos testes de tolerância oral à lactose, teste de hidrogênio expirado como screening para diagnóstico.
Para análise de risco de hipolactasia podem ser solicitados também exames genéticos, como o LCT (Enattah et al., 2002) e o MCM6. Em relação ao gene LCT, o genótipo CC determina sintomas de intolerância à lactose, enquanto o genótipo CT gera uma tolerância parcial e o genótipo TT relaciona-se à tolerância completa. Em pessoas com genótipo CT a intolerância é geralmente desencadeada na presença de estresse, disbiose ou infecção intestinal.
Outros testes para avaliação da intolerância à lactose
Exame de fezes: mede a acidez das fezes após consumo de lactose
Teste do ar expirado: mede a presença anormal de hidrogênio no ar expirado após a ingestão de lactose diluída em água.
Exame de sangue: mede a quantidade de glicose no sangue após a ingestão de lactose.
Biópsia do intestino: útil para pacientes com suspeita de doenças inflamatórias intestinais
Tratamento da intolerância à lactose
A exclusão da lactose da dieta (total ou parcial) é uma opção. Contudo, é importante ressaltar que nem todos os indivíduos com predisposição genética à intolerância desenvolvem o problema. Isto porque uma quantidade de lactase 50% menor do que a usual ainda pode ser suficiente para a digestão do açúcar do leite.
Assim, o tratamento da intolerância à lactose envolve como possibilidades: restrição alimentar de laticínios e/ou terapia enzimática, com a enzima lactase. Restrições desnecessárias não são recomendadas, uma vez que laticínios podem ser as principais fontes de proteína e cálcio para algumas pessoas. A individualização é necessária. Em caso de dúvidas consulte um nutricionista.
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