Náuseas e vômitos podem afetar 80% das mulheres grávidas, dificultando a alimentação e aumentando o risco de carências nutricionais.
Suas causas incluem:
Níveis altos de HGC (Gonadatrofina Coriônica Humana);
Aumento dos níveis de estradiol materno e fetal;
Aumento dos níveis de progesterona;
Deficiência de vitamina B6 (piridoxina);
Infecção pela bactéria Helicobacter Pylori;
Fatores psicológicos como gestação indesejada
As náuseas e vômitos também são comuns em gestações gemelares, mulheres grávidas pela primeira vez, gestantes adolescentes, histórico familiar de náuseas e vômitos na gravidez, histórico de enxaqueca.
Cerca de 3% das gestantes evoluem para uma forma mais grave conhecida como hperêmese gravídica, caracterizada pela presença de vômitos intensos, perda de peso, alterações hidroeletrolíticas, cetose, cetonúria, distúrbios neurológicos, hepáticos e renais.
A gestante precisa ser bem acompanhada. O médico solicitará exames (hemograma, ureia, creatinina, glicose, eletrólitos séricos, testes de urina). O nutricionista fará o controle do peso da gestante. Com todos estes dados poderão ser descartadas outras causas de mal estar como apendicinte, colecistite, gastroenterite, cetoacidose diabetica, obstrução intestinal e pancreatite.
Descartando-se as causas médicas para a hiperêmese gravídica a gestante receberá aconselhamento nutricional e emocional.
Quanto à conduta nutricional é preciso avaliar:
suspensão da suplementação de ferro pois esta piora o quadro (acompanhar na vigência de anemia);
aumento do consumo de peixes, brássicas e água. A dieta saudável reduz o risco de hiperêmese gravídica (Haugen et al., 2011);
redução no consumo de carboidratos, açúcares de adição e refrigerantes, pois podem piorar náuseas e vômitos (Chortatos et al., 2013). Não usar carboidratos simples para tentar parar náuseas (Latva-Pukkila, Isolauri, & Laitinen K., 2010);
estudo de deficiências nutricionais, especialmente de B6, B12, zinco, magnésio (Latva-Pukkila, Isolauri, & Laitinen K., 2010);
proposta de cardápio com alimentos mais secos;
Uso do gengibre para controle das náuseas (1g/dia) (Lette e Alué, 2016).
Apenas se estas estratégias não derem certo é que medicamentos deverão ser prescritos.
Extra: no módulo 9 do meu curso de yoga converso mais sobre nutrição na gestação e ensino as técnicas de yoga e meditação apropriadas para a gestante praticar em casa.