Fui a Cuba semana passada e em todo lugar onde parava para comer perguntava: "o que tem de salada?", ao que me respondiam: "Salada da época". Na ilha tudo é assim, comemos o que há. No momento a manga está na estação então em todo canto te oferecem suco de manga, manga na sobremesa, doce de manga. Na salada era a vez do repolho e do pepino. Parece enjoativo? Sim, é. Um Cubano me disse que todo ano, quando não aguenta mais, aparece outra coisa na estação e é uma alegria só.
No Brasil temos muito mais variedade pois nosso território é grande e com clima diversificado. Mesmo assim, importamos muitas coisas de outros países: maçãs da Argentina, mirtilos do Chile, pêssego da Espanha, Kiwi da Nova Zelândia...
E qual é o problema disso? Ao importarmos um monte de comida aumentamos nossa pegada ecológica, ou seja, a quantidade de recursos do planeta que usamos. Poluímos mais o ambiente pois o alimento perecível precisa ser transportado rapidamente, em geral por avião, que emite uma quantidade enorme de gás carbono. Por isso, o ideal é dar preferência às frutas e verduras produzidas mais próximas a você.
Segundo dados do relatório “Ecological Footprint 2010”, o Brasil. está em 56ª posição no ranking dos que têm a maior pegada ecológica. Um dos problemas é que o brasileiro consome carne bovina demais (o dobro da média mundial). A pecuária utiliza uma área extensa, maior que a da agricultura. Os abatedouros geram ainda uma grande quantidade de resíduos orgânicos. Por isso, frear o consumo de carne vermelha é uma forma de ajudar o ambiente e também a saúde.
Outra causa do aumento da poluição é o alto consumo de alimentos industrializados. A indústria de alimentos também gera resíduos e aumenta inclusive a temperatura ambiental. E nós, ao comprarmos um monte de alimentos industrializados geramos lixo também pois os mesmos vem embalados em caixas, plásticos ou isopor. Aliás, estimulada por minha filha me inscrevi no desafio Julho livre de plásticos. Será que consigo? Conto depois...
Enquanto isso, você pode entender mais sobre o impacto da alimentação no meio ambiente assistindo o vídeo. Gravei em 2013 mas ainda está bem atual: