Benefícios e contra-indicações da suplementação de colina

A colina é um nutriente solúvel em água. Foi descoberta em 1862 e faz parte do grupo de vitaminas do complexo B. Desempenha um papel importante na produção de energia, no funcionamento cerebral, na saúde do fígado, na função muscular e no desenvolvimento de nervos. Homens, mulheres na pós-menopausa, lactantes (mulheres amamentando), pessoas com síndrome de Down e indivíduos com alto consumo de álcool podem ter necessidades aumentadas do nutriente. É importante notar que a deficiência de folato (outra vitamina do complexo B) pode exacerbar os sintomas da deficiência de colina.

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Boas fontes de colina incluem a gema dos ovos, germe de trigo, carne vermelha, peixes, aves, ervilhas e grão de bico. Uma única gema fornece cerca de 33% das necessidades de colina do adulto. Mesmo assim, poucos adultos atingem a recomendação deste nutriente diariamente.

A colina recebe um grupo acetil. Em sua forma acetilada é usada nos terminais dos neurônios colinérgicos e também está presente em alguns tecidos não nervosos, como a placenta. A deficiência de colina resulta em disfunção hepática, com infiltração gordurosa do fígado, mesmo em pessoas desnutridas. Também pode aumentar o risco de necrosse renal, ansiedade, perda de massa magra, contribuir para a elevação da homocisteína plasmática e o aumento do risco cardíaco.

Pessoas com polimorfismos genéticos podem precisar de mais colina. Por exemplo, polimorfismos do gene MTHFR limitam a disponibilidade do metiltetrahidrofolato e aumentam, consequentemente, o uso de colina como um doador metil.

Quando a suplementação de colina é eficaz?

  • Asma: tomar colina parece diminuir os sintomas e o número de dias de ataques de asma. Parece também reduzir a necessidade medicamentos broncodilatadores.

  • Defeitos na formação do tubo neural. Algumas pesquisas indicam que as mulheres que consomem mais colina antes de engravidar e durante o primeiro mês de gestação têm menor risco de ter bebês com defeitos do tubo neural, como a espinha bífida.

Quando a suplementação de colina é ineficaz

Estudos não conseguiram comprovar a eficácia da colina para o tratamento do Alzheimer e outros tipos de demência, na esquizofrenia, para melhoria da performance esportiva, na redução dos sintomas da ataxia cerebelar, no transtorno bipolar, nas convulsões, na síndrome de Tourette. Mais estudos nestas áreas ainda fazem-se necessários.

O excesso de colina na forma de suplementos pode aumentar suores, salivação, fazer o corpo ficar com odor de peixe (por aumento da trimetilamina, um produto de decomposição da colina), diarreia, náuseas e vômitos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/