Gene que aumenta e gene que reduz o risco de Alzheimer

Um estudo internacional liderado pela Universidade de Columbia trouxe descobertas importantes sobre a relação entre o haplótipo da APOE ε e o risco de Alzheimer. O trabalho mostra que variantes raras do gene fibronectina 1 (FN1) podem oferecer proteção contra os efeitos nocivos do APOE ε4.

Por que isso é importante?

O gene APOE tem três formas principais: ε2, ε3 e ε4. O APOE ε4 é o fator genético de risco mais forte conhecido para Alzheimer tardio (forma mais comum). Quem tem 1 cópia do APOE ε4 (herdada de um dos pais) tem 2 a 3 vezes mais risco de desenvolver Alzheimer. Quem tem 2 cópias do APOE ε4 (uma de cada pai) tem 8 a 12 vezes mais risco. No entanto, nem todas as pessoas APO ε4 desenvolvem a doença. Muitas permanecem cognitivamente saudáveis por toda a vida.

O que os cientistas descobriram?

Foram analisados dados de mais de 7.000 pessoas com duas cópias de APOE ε4. Uma variante específica do FN1 (rs140926439) reduziu em 71% as chances de desenvolver Alzheimer. Em análises de cérebros pós-morte, observou-se que indivíduos com APOE ε4 e Alzheimer apresentavam maior acúmulo da proteína fibronectina 1 na barreira hematoencefálica. Já os que permaneceram saudáveis mostravam níveis reduzidos dessa proteína.

O que isso significa?

O estudo sugere que variantes do #FN1 que diminuem o excesso de fibronectina na barreira hematoencefálica podem atuar como fator protetor. Essa barreira controla o que entra e sai do cérebro, e seu equilíbrio é crucial para manter a saúde cerebral.

Impacto futuro

Esses achados oferecem novas pistas para entender como fatores genéticos não só aumentam o risco, mas também podem proteger contra o Alzheimer. Além disso, abrem caminho para estratégias terapêuticas inovadoras, focadas em modular a fibronectina 1.

Lembre que também existem fatores de estilo de vida protetores contra o Alzheimer e incluem:

- Atividade física regular 🏃‍♀️
- Alimentação equilibrada 🥗
- Sono de qualidade 😴
- Estimulação cognitiva 📚
- Engajamento social 🤝
- Baixo consumo de álcool 🍷
- Abstenção do tabagismo 🚭
- Gerenciamento do estresse e cuidados com saúde mental 🧘‍♂️

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Bateria social baixa? Pode ser falta de ocitocina

Você fica exausto após encontrar pessoas? Prefere ficar sozinho mesmo gostando de socializar? Muitos transtornos do neurodesenvolvimento andam de mãos dados com esta característica. Além disso, alterações de genes que influenciam a síntese de neuromoduladores, como a oxitocina, também afetam nossa bateria social.

Quem é a oxitocina?

É uma molécula com ação tanto hormonal, quanto de neuromodulação. É produzida no cérebro (hipotálamo). Se ficar no cérebro atua como neuromodulador, modulando circuitos neurais ligados a emoções, recompensa, confiança e vínculo social. Quando cai na corrente sanguínea, atua como um hormônio, que ajuda a mulher na hora do parto e na ejeção do leite para amamentação.

Pessoas com alterações genéticas podem ter dificuldades na síntese de oxitocina (alterações do gene OXT), na ação do receptor de oxitocina (OXTR) ou na liberação/ativação da oxitocina (genes CD38 e PCSK1). Alguns painéis genéticos trazem informações sobre um ou mais destes genes, nos ajudando a entender a causa de algumas pessoas se esgotarem mais rapidamente do que outras após interações sociais. se esgotare

Vale lembrar que o exame genético é probabilístico, mostra propensões, mas não determina quem você é. Quem você é tem influência da genética, mas também do ambiente, da qualidade das suas relações, dos seus afetos, aprendizados, etc. Falo um pouco mais sobre o tema neste vídeo:

Consulta para interpretação de testes genéticos:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Declínio Cognitivo Subjetivo

Você está enfrentando algum desses sintomas?

  • Névoa mental (Brain fog), ou incapacidade de focar

  • Esquecimento de rostos e nomes de pessoas

  • Dificuldade em lembrar a palavra certa ao falar

  • Problemas com cálculos simples

  • Dificuldade de memória

  • Perda de objetos

Se você respondeu sim a algum desses sintomas, isso é um sinal de alerta! Seu cérebro está tentando comunicar que algo não está certo. Reconhecer isso ajuda na tomada de decisões para prevenir o comprometimento cognitivo.

Declínio Cognitivo Subjetivo, Um Problema Crescente

No mundo ocidental 1 em cada 9 adultos lidam com declínio cognitivo subjetivo (DCS). Essa experiência autorrelatada de piora, confusão mais frequente e perda de memória pode levar a problemas à medida que envelhecemos. O assustador é que isto tem começado cedo. Muitas pessoas relatam estas dificuldades aos 30, 40 ou 50 anos. Se nada for feito podem desenvolver perdas cognitivas maiores dentre 7 a 18 anos.

Fatores responsáveis pelo declínio cognitivo subjetivo

Uma árvore precisa de solo, luz, água. Precisa estar forte para resistir ao frio, ao calor, às pragas. Se algo faltar pode perder folhas, parar de crescer ou morrer e entrar em decomposição. Nós também somos assim e o cérebro pode ser afetado por vários fatores:

  • Falta de nutrientes

  • Sono insuficiente

  • Inflamação

  • Dieta ultraprocessada

  • Pressão arterial aumentada

  • Contato com toxinas

  • Resistência insulínica

  • Sedentarismo

  • Isolamento social

  • Falta de estímulos cognitivos

Você precisa então olhar para cada uma dessas áreas com carinho tomando medidas de melhoria constante no seu estilo de vida. Eu estimulo muito meu cérebro, leio todo dia, tenho uma boa dieta, faço atividade física e meus exames estão muito bons. Contudo, falta reduzir o estresse, a ansiedade, socializar mais, sair mais na natureza. Para outras pessoas talvez o importante seja reduzir o consumo de álcool, parar de fumar… Sou nutricionista especializada em cuidados com o cérebro e ficarei feliz em te ajudar. Quanto antes começar seus cuidados mais fácil será reverter o declínio cognitivo subjetivo e prevenir a doença de Alzheimer.

Enquanto não chega a data da sua consulta de análise genética adote algumas medidas que ajudam na memória:

  • Alimentação com características antiinflamatórias

  • Atividade física - aumenta endorfinas que reduzem o estresse, estimula BDNF protegendo a memória, melhora a circulação para todo o corpo e cérebro

  • Treinamento cognitivo - aprender algo novo estimula atenção, concentração, lógica, tomada de decisões…

  • Dormir bem - o sono profunda auxilia no reparo celular e reduz a neuroinflamação

  • Cuidar do intestino - reduz neuroinflamação e o risco de Alzheimer. Adote uma dieta rica em fibras e polifenóis.

  • Leia. Quanto mais você aprende mais aumenta sua reserva cognitiva.

  • Converse, socialize. A socialização é importante para a memória, pois as interações estimulam o cérebro, fortalecendo conexões neurais e promovendo a saúde cognitiva. Já me inscrevi no curso de pintura em grupo. Meu foco é desestressar, socializar, rir… E o seu?

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/