Microbiota intestinal e menopausa

A microbiota intestinal sofre alterações significativas durante a menopausa, impactando diretamente a saúde da mulher. Essas mudanças estão relacionadas à queda nos níveis de estrogênio e progesterona, que afetam não só o trato reprodutivo, mas também o intestino.

Principais alterações da microbiota na menopausa:

  1. Redução da diversidade microbiana:

    A diversidade de bactérias benéficas, como Lactobacillus e Bifidobacterium, pode diminuir, especialmente nas mulheres que não fazem a reposição de estrogênio. Isso enfraquece a barreira intestinal e favorece inflamações.

  2. Aumento de bactérias inflamatórias:

    Espécies como Proteobacteria e Firmicutes patogênicas podem aumentar, favorecendo um estado de inflamação crônica de baixo grau (inflamação sistêmica leve).

  3. Impacto na saúde metabólica:

    A disbiose (desequilíbrio da microbiota) pode contribuir para ganho de peso, resistência à insulina e síndrome metabólica, condições comuns na pós-menopausa.

  4. Estroboloma e metabolismo do estrogênio:

    O estroboloma é o conjunto de bactérias intestinais que produzem substâncias capazes de metabolizar o estrogênio. Fazer reposição nutricional não é suficiente. Muitas mulheres repõem e continuam com sintomas devido às alterações microbianas. Corrigir a microbiota reduz sintomas da menopausa, como ondas de calor, ressecamento vaginal e osteopenia.

  5. Eixo intestino-cérebro e sintomas psicológicos:

    Alterações na microbiota também influenciam a produção de neurotransmissores como serotonina. Isso pode afetar o humor, contribuindo para ansiedade, depressão e alterações cognitivas durante a menopausa.

O que pode ajudar a manter a microbiota saudável na menopausa?

  • Dieta rica em fibras (vegetais, frutas, grãos integrais)

  • Probióticos e prebióticos (como kefir, iogurte, kombucha, e alimentos com inulina)

  • Exercício físico regular

  • Evitar uso desnecessário de antibióticos

  • Terapia hormonal (quando indicada) pode indiretamente beneficiar a microbiota

  • Suplementos como ômega-3, magnésio e vitamina B6.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Transtorno alimentar disfarçado de estilo de vida saudável

Atendi este ano muitas pessoas jovens (antes dos 40 anos) indicadas por médicos após observação de queda de massa óssea e depressão. Olhando-se de fora, vemos pessoas na casa dos 30 anos, bonitas, magras. Por dentro é que a coisa vai mal.

Muitas pessoas têm medo de comer, de engordar. Restringem todo tipo de alimento, sentem muita culpa ou ansiedade ao comer. Dedicam muito tempo ao controle da alimentação, deixam de socializar com pessoas queridas. Muitas, usam hormônios como testosterona desnecessariamente, desequilibrando os demais hormônios importantes para manutenção da massa óssea (como estrogênio).

Alguns transtornos mentais são associados ao controle alimentar, como:

  1. Transtorno de alimentação restritiva/evitativa (TARE): restrição alimentar sem preocupação com peso, mas com “qualidade” ou “sensações”.

  2. Ortorexia nervosa: obsessão patológica por comer “limpo” ou “puro”.

  3. Vigorexia: obsessão por corpo musculoso e alimentação hipercontrolada.

A máscara de saudável dificulta o reconhecimento do problema e do sofrimento. Mas lembre que prejuízos mentais, sociais e físicos podem ocorrer. Um estilo de vida saudável é diferente de um estilo de vida paranóico. Lembre do caso da influencer Zhanna que morreu em 2023, em decorrência de uma dieta extremamente restritiva. É possível sermos saudáveis com vários tipos de dieta (vegetariana, vegana, onívora…), mas devemos buscar o equilíbrio.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Menopausa aumenta o risco de obesidade

A prevalência de sobrepeso após a entrada na menopausa é de aproximadamente 67%. Mesmo mulheres anteriormente magras têm um risco entre 2 a 4 vezes maior de ganho de peso excessivo nesta fase. O aumento percentual médio de peso na transição menopausal é de 15%. Isto significa que quanto mais saudável a mulher estiver entre os 40 e 50 anos melhor.

A maioria das mulheres chega à menopausa entre os 52 e 55 anos. Nesta fase é comum observarem maior acúmulo de gordura na região abdominal, o que aumenta o risco de doenças metabólicas, como resistência insulínica, diabetes, hipertensão, doença arterial coronariana e esteatose hepática. Entre os 50 e 60 anos, as mulheres ganham, em média, 6,8 kg, independentemente do tamanho corporal inicial ou raça.

A queda do estradiol aumenta a resistência insulínica. Por isso, dietas com menos carboidratos e atividade física são fundamentais. Além disso, recomenda-se a reposição hormonal para mulheres sem fatores de risco.

A resistência insulina aumenta a fome e a circunferência da cintura. Para mulheres com resistência insulínica a metformina pode ser uma opção. Mulheres fazendo uso da medicação devem repor a vitamina B12 para redução do risco de depressão, que também é mais comum nesta fase. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição online.

A musculação é importante pois a queda de estrogênio leva a uma redução da massa magra. O ganho de músculo aumenta a taxa metabólica basal e reduz o ganho de peso.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/