As 3 fases de maior risco de depressão entre mulheres

O risco de depressão em mulheres pode variar ao longo da vida, influenciado por fatores hormonais, psicológicos e sociais. Três fases particularmente sensíveis são:

1. Adolescência

  • Causas principais: mudanças hormonais da puberdade, questões de imagem corporal, pressão social e escolar.

  • Sintomas comuns: irritabilidade, isolamento, baixa autoestima, mudanças no sono e apetite.

  • Risco aumentado: início precoce de transtornos depressivos, especialmente em meninas com histórico familiar ou experiências traumáticas.

2. Período perinatal (gravidez e pós-parto)

  • Causas principais: flutuações hormonais, ansiedade em relação à maternidade, falta de apoio, privação de sono.

  • Formas de manifestação: depressão perinatal (durante a gestação) e depressão pós-parto (após o nascimento do bebê).

  • Risco aumentado: histórico de depressão, gestações não planejadas ou complicações no parto.

3. Climatério e menopausa

  • Causas principais: queda nos níveis de estrogênio, alterações no sono, sintomas vasomotores (como ondas de calor), sensação de envelhecimento.

  • Sintomas comuns: tristeza persistente, irritabilidade, perda de interesse em atividades, fadiga.

  • Risco aumentado: histórico de depressão, dificuldades no relacionamento ou mudanças significativas na vida.

Essas fases requerem atenção especial de profissionais de saúde para prevenção e tratamento precoce. Aprenda mais no curso Psiconutrição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Medicação psiquiátrica e síndrome serotoninérgica

Atendi uma criança com autismo, hipermedicada, irrequieta, agitada (anda o dia todo de um lado para outro), chorosa, dormindo mal, com diarreia. A mãe buscou atendimento para conversar sobre suplementos. Mas, em virtude do sofrimento da criança encaminhei primeiramente de volta para o psiquiatra para avaliação da síndrome serotoninérgica e revisão da medicação.

A síndrome serotoninérgica é uma condição potencialmente grave causada pelo excesso de serotonina no sistema nervoso central. Geralmente ocorre como efeito colateral do uso de medicamentos e suplementos que aumentam os níveis de serotonina.

Sintomas da Síndrome Serotoninérgica

Muitos suplementos podem aumentar o risco ou piorar a síndrome serotoninérgica, como erva de São João (Hypericum perforatum), 5-HTP (5-hidroxitriptofano), L-triptofano, Ginseng, Taurina (mais raro), Mucuna pruriens (rica em L-DOPA). É muito importante tomar medicamentos e suplementos com prescrição. Após a prescrição os efeitos devem ser avaliados. É muito possível que as doses iniciais precisem ser modificadas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Neurogênese no adulto

O artigo de 2017 intitulado "Nutritional Factors Affecting Adult Neurogenesis and Cognitive Function", publicado na revista Advances in Nutrition, oferece uma revisão abrangente sobre como fatores nutricionais influenciam a neurogênese adulta e a função cognitiva, com ênfase especial na região do hipocampo, essencial para a memória e o aprendizado.

Neurogênese Adulta: Importância e Influências

A neurogênese adulta refere-se à geração contínua de novos neurônios a partir de células estaminais neurais (NSCs), principalmente no giro dentado do hipocampo. Este processo é vital para a plasticidade neuronal, manutenção da homeostase cerebral e recuperação de lesões. No entanto, diversos fatores podem modulá-lo:

  • Fatores Intrínsecos Negativos: O envelhecimento, a neuroinflamação, o estresse oxidativo e lesões cerebrais podem reduzir a neurogênese.

  • Fatores Extrínsecos Negativos: Estilos de vida pouco saudáveis, como dietas ricas em gorduras saturadas e açúcares, além do consumo excessivo de álcool e opioides, estão associados à diminuição da neurogénese.

Nutrientes e Compostos que Estimulam a Neurogênese

O artigo destaca vários componentes dietéticos que demonstraram promover a neurogénese e melhorar a função cognitiva:

  • Polifenóis: Compostos como curcumina (encontrada no açafrão), resveratrol (presente na pele de uvas vermelhas), polifenóis de mirtilo e ácido salviônico possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Estes compostos modulam vias moleculares como SIRT1, Wnt, NF-κB e Nrf2, que estão envolvidas na regulação da neurogênese.

  • Ácidos Gordos Poli-insaturados (PUFAs): Ácidos como o DHA e o EPA, encontrados em peixes gordos e algumas sementes, são essenciais para a estrutura e função das membranas neuronais. Eles desempenham um papel crucial na plasticidade sináptica, fundamental para o aprendizado e a memória.

  • Restrição Calórica: Estudos em roedores indicam que a restrição calórica pode aumentar a proliferação de NSCs e a diferenciação neuronal no giro dentado, possivelmente mediada por fatores neurotróficos como o BDNF.

  • Vitaminas do complexo B: Vitaminas como o folato e a cobalamina (vitamina B12) desempenham papéis cruciais na metilação do DNA e na síntese de neurotransmissores. Deficiências dessas vitaminas podem reduzir a neurogénese e afetar negativamente a função cognitiva.

Nutrientes e Compostos que Prejudicam a Neurogênese

1. Gorduras e Açúcares

Dietas ricas em gorduras saturadas e açúcares refinados têm sido associadas à diminuição da neurogênese adulta. Esses alimentos podem induzir inflamação e estresse oxidativo, prejudicando a função das células-tronco neurais e a plasticidade sináptica.

2. Descuido durante a gravidez

Dietas maternas ricas em gorduras ou açúcares podem prejudicar a neurogénese no hipocampo dos filhotes, afetando negativamente a memória e o aprendizado. Esses efeitos podem ser mediadores por alterações epigenéticas que influenciam a expressão de genes relacionados à neurogênese (Melgar-Locatelli et al., 2023).

Mecanismos Moleculares Subjacentes

A influência dos nutrientes na neurogênese envolve várias vias moleculares:

  • BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro): Nutrientes como PUFAs, zinco e polifenóis podem aumentar os níveis de BDNF, promovendo a sobrevivência e diferenciação neuronal.

  • IGF-1 (Fator de Crescimento Semelhante à Insulina 1): A suplementação com certos nutrientes (DHA, polifenois) pode elevar os níveis de IGF-1 no hipocampo, melhorando a neurogênese e a função cognitiva. Exercícios aeróbicos também aumentam os níveis de IGF-1 circulante.

  • CREB (Proteína de Ligação ao Elemento de Resposta ao AMP cíclico): Compostos como o resveratrol podem ativar o CREB, promovendo a síntese de BDNF e, consequentemente, a neurogênese.

Implicações para o Envelhecimento e Doenças Neurodegenerativas

A diminuição da neurogênese está associada ao declínio cognitivo relacionado à idade e a doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e risco de depressão e ansiedade (Anaker, & Hen, 2017; Moreno-Jiménez et al., 2019). Estratégias nutricionais que promovem a neurogênese podem, portanto, oferecer abordagens terapêuticas promissoras para preservar a função cognitiva durante o envelhecimento.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/