Vitamina B9 e autismo

Uma meta-análise envolvendo 4.459 casos de TEA e 1.225.835 controles descobriu que a suplementação materna de folato durante a gravidez reduziu significativamente o risco de TEA na prole, particularmente em populações ocidentais (OR=0,817, IC de 95%: 0,671-0,996, P=0,045) [1].

Outra meta-análise de 10 estudos com 23 subestudos (9.795 casos de TEA) relatou que a suplementação de ácido fólico durante o início da gravidez foi associada a um menor risco de TEA na prole (OR 0,57, IC de 95% 0,41-0,78) [2].

Um Ensaios clínicos aleatorizado controlado avaliou a eficácia da suplementação oral de ácido folínico em crianças com TEA. Ele encontrou melhorias significativas nos sintomas do autismo, particularmente em crianças com altos títulos de autoanticorpos do receptor de folato [3].

Já o Japan Environment and Children's Study, um estudo prospectivo de coorte de nascimentos em todo o país, não encontrou associação significativa entre suplementação pré-natal de ácido fólico e TEA em filhos de 3 anos de idade [4].

Um estudo sobre subtipos de folato no sangue do cordão umbilical indicou que concentrações mais altas de ácido fólico não metabolizado (UMFA) no sangue do cordão umbilical estavam associadas a um risco maior de TEA em crianças negras (aORquartil4: 9,85; IC de 95%: 2,53, 38,31) [5].

O estudo CHARGE descobriu que a ingestão materna de ácido fólico durante o primeiro mês de gravidez estava associada à redução do risco de TEA (OR ajustado: 0,62; IC de 95%: 0,42, 0,92) [6].

Outro estudo descobriu que o uso materno de vitaminas pré-natais durante o segundo trimestre estava associado a menores chances de pontuações clinicamente elevadas na Escala de Responsividade Social em crianças [7].

Mecanismos e fatores genéticos

Autoanticorpos do receptor de folato:

Alta prevalência de autoanticorpos do receptor de folato sérico foi observada em crianças com TEA, sugerindo potenciais defeitos na absorção de ácido fólico [8].

Influências genéticas:

Polimorfismos do gene MTHFR influenciaram significativamente o risco de TEA, indicando que diferenças genéticas no metabolismo do folato poderiam explicar algumas inconsistências nas descobertas [9].

Resumo

A suplementação materna de folato durante a gravidez parece ter um papel protetor contra TEA na prole, particularmente quando tomada no início da gravidez e em doses adequadas.

Apesar de alguns estudos não mostrarem associação, outros destacam a importância do momento, dosagem e fatores genéticos no metabolismo do folato.

A presença de autoanticorpos do receptor de folato e polimorfismos genéticos pode modular a relação entre a suplementação de folato e o risco de TEA.

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Referências

1) XF Yu et al. [Association between maternal folate supplementation during pregnancy and the risk of autism spectrum disorder in the offspring: a Meta analysis]. Zhongguo dang dai er ke za zhi = Chinese journal of contemporary pediatrics (2017). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28302198/

2) X Liu et al. Prenatal Folic Acid Supplements and Offspring's Autism Spectrum Disorder: A Meta-analysis and Meta-regression. Journal of autism and developmental disorders (2021). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33743119/

3) PK Panda et al. Efficacy of oral folinic acid supplementation in children with autism spectrum disorder: a randomized double-blind, placebo-controlled trial. European journal of pediatrics (2024). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39243316/

4) H Nishigori et al. Prenatal folic acid supplementation and autism spectrum disorder in 3-year-old offspring: the Japan environment and children's study. The journal of maternal-fetal & neonatal medicine : the official journal of the European Association of Perinatal Medicine, the Federation of Asia and Oceania Perinatal Societies, the International Society of Perinatal Obstetricians (2021). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34856862/

5) R Raghavan et al. A prospective birth cohort study on cord blood folate subtypes and risk of autism spectrum disorder. The American journal of clinical nutrition (2020). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32844208/

6) RJ Schmidt et al. Maternal periconceptional folic acid intake and risk of autism spectrum disorders and developmental delay in the CHARGE (CHildhood Autism Risks from Genetics and Environment) case-control study. The American journal of clinical nutrition (2012). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22648721/

7) JM Braun et al. Brief report: are autistic-behaviors in children related to prenatal vitamin use and maternal whole blood folate concentrations?. Journal of autism and developmental disorders (2014). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24710813/

8) J Zhou et al. High prevalence of serum folate receptor autoantibodies in children with autism spectrum disorders. Biomarkers : biochemical indicators of exposure, response, and susceptibility to chemicals (2018). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29578363/

9) B Hoxha et al. Folic Acid and Autism: A Systematic Review of the Current State of Knowledge. Cells (2021). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34440744/

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Menopausa e risco cardíaco

A transição menopausal está associada a um aumento do risco cardiovascular, principalmente devido à queda do estrogênio, hormônio essencial para a proteção vascular (Khoudary et al., 2020).

Alterações metabólicas e vasculares, como aumento da gordura visceral, piora do perfil lipídico e maior rigidez arterial, contribuem para a progressão da aterosclerose.

A terapia de reposição hormonal (TRH), quando iniciada precocemente, pode reduzir esse impacto, melhorando o perfil lipídico e preservando a função vascular. Se uma mulher não pode fazer reposição hormonal, há várias alternativas naturais e mudanças no estilo de vida que podem ajudar a aumentar ou equilibrar os níveis de estrogênio. Aqui estão algumas opções:

1. Alimentação Rica em Fitoestrógenos - Os fitoestrógenos são compostos vegetais que imitam o estrogênio no corpo. Alimentos ricos em fitoestrógenos incluem:

  • Soja e derivados (tofu, leite de soja, missô, tempeh)

  • Sementes de linhaça e chia

  • Grãos integrais (aveia, cevada, arroz integral)

  • Frutas (maçã, ameixa, romã, morango)

  • Vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas)

  • Leguminosas (grão-de-bico, lentilha, feijão)

2. Suplementos Naturais

  • Trifolium pratense (Trevo-vermelho) – Rico em isoflavonas, que agem como estrogênio.

  • Cimicifuga racemosa (Black Cohosh) – Auxilia no equilíbrio hormonal e reduz sintomas da menopausa.

  • Maca peruana – Pode ajudar a regular hormônios e melhorar energia e libido.

  • Dong Quai – Usado na medicina chinesa para equilibrar hormônios femininos.

3. Exercícios Físicos

  • Treino de resistência (musculação, pilates) ajuda a equilibrar hormônios.

  • Yoga e meditação podem reduzir o estresse, que impacta os hormônios femininos.

4. Redução do Estresse e Sono de Qualidade: O cortisol elevado pode prejudicar a produção de estrogênio.

Técnicas como meditação, acupuntura, yoga, aromaterapia e uma rotina de sono adequada podem ajudar. Formação de instrutores de yoga em 12 meses (100% online).

5. Evitar Disruptores Endócrinos: Substâncias como BPA (presente em plásticos), pesticidas e toxinas ambientais podem afetar o equilíbrio hormonal. Prefira alimentos orgânicos e evite plásticos com BPA.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Suplementos para aumento da densidade sináptica

A densidade sináptica refere-se ao número de conexões entre os neurônios, e aumentar essa densidade pode ter um impacto positivo na cognição, memória e outros processos cerebrais. Embora a densidade sináptica seja principalmente influenciada por fatores genéticos e ambientais, alguns suplementos podem auxiliar nesse processo, estimulando o crescimento neuronal e a saúde cerebral.

1. Ômega-3 (Ácidos graxos essenciais), especialmente o DHA: fundamentais para a estrutura das membranas celulares no cérebro. Estudos sugerem que o ômega-3 pode promover a neuroplasticidade e aumentar a densidade sináptica.

2. Bacopa Monnieri: planta adaptogênica que pode melhorar a memória e a função cognitiva. Há evidências de que ela pode melhorar a plasticidade sináptica e o aprendizado, ajudando a aumentar a densidade sináptica.

3. Curcumina (da Cúrcuma): propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes e pode ajudar na regeneração neuronal. Alguns estudos indicam que a curcumina pode aumentar a neurogênese (crescimento de novos neurônios) e melhorar a função sináptica.

4. Rhodiola Rosea: planta adaptogênica que pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o desempenho cognitivo. Há evidências que sugerem que ela pode favorecer a saúde neuronal e a plasticidade sináptica.

5. Ginkgo Biloba: melhora a circulação cerebral e, assim, pode ajudar na função cognitiva. Além disso, estudos mostram que ele pode ajudar na formação de novas conexões sinápticas. Outra opção é usar mais fontes de nitratos, como beterraba, espinafre, rúcula, acelga, aipo, nabo...

6. N-Acetilcisteína (NAC): antioxidante poderoso que pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo no cérebro. Há estudos que sugerem que o NAC pode ajudar a melhorar a plasticidade sináptica e a regeneração neuronal.

7. L-Theanine: encontrada no chá verde, a L-Theanine tem propriedades relaxantes e pode melhorar a função cognitiva e o foco. Embora seu impacto direto na densidade sináptica não seja totalmente compreendido, ela pode ajudar na neuroplasticidade ao reduzir o estresse.

8. Vitamina D: fundamental para a saúde cerebral. Deficiências de vitamina D estão associadas a distúrbios neurológicos. Suplementar com vitamina D pode apoiar a função cerebral e aumentar a neuroplasticidade.

9. Fosfatidilserina: fosfolipídeo importante para a função e a estrutura das células cerebrais. Ela pode ajudar a melhorar a função cognitiva e aumentar a plasticidade sináptica.

10. Magnésio: papel crucial na função cerebral e na plasticidade sináptica. Ele regula a excitabilidade neuronal e pode promover o crescimento de novas sinapses.

11. Astaxantina: antioxidante com potencial neuroprotetor. Ele pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo no cérebro e apoiar a neuroplasticidade e a formação de novas sinapses.

12. Ácido Alfa-Lipóico (ALA): antioxidante que pode ajudar a melhorar a saúde do cérebro, aumentar a neurogênese e proteger os neurônios de danos causados por radicais livres.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/