FOXO3 e longevidade

O gene FOXO3 está fortemente associado à longevidade em humanos e outros organismos. Ele codifica um fator de transcrição da família FOXO, que regula a expressão de genes envolvidos em resistência ao estresse oxidativo, reparo do DNA, autofagia, metabolismo energético e apoptose. A ativação desse gene pode ajudar a proteger contra doenças relacionadas à idade, como câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.

Formas de Ativação do FOXO3

A atividade do FOXO3 pode ser regulada por várias vias de sinalização e fatores ambientais:

1. Restrições Alimentares e Dieta

  • Restrição calórica: A redução da ingestão de calorias, sem desnutrição, ativa o FOXO3 por meio da via da sirtuína (SIRT1) e do AMPK, promovendo resistência ao estresse oxidativo e aumento da longevidade.

  • Dieta cetogênica e jejum intermitente: A produção de corpos cetônicos pode ativar o FOXO3, melhorando a autofagia e o metabolismo energético.

2. Exercício Físico

  • O exercício físico moderado-intenso ativa a via AMPK/FOXO3, promovendo a biogênese mitocondrial, reduzindo a inflamação e aumentando a resistência ao estresse celular.

3. Fitonutrientes e Compostos Naturais

  • Resveratrol (presente no vinho tinto e uvas): Estimula SIRT1, que ativa FOXO3.

  • Curcumina (da cúrcuma): Aumenta a atividade do FOXO3 por inibição da via AKT.

  • Quercetina (presente em maçãs, cebolas, chá-verde): Induz a ativação de FOXO3.

  • Epigalocatequina (EGCG) (do chá-verde): Melhora a autofagia e protege contra o envelhecimento celular.

4. Sinalização Celular e Ativação Farmacológica

  • Metformina: Usada no tratamento do diabetes tipo 2, ativa a AMPK, que por sua vez ativa FOXO3.

  • Rapamicina: Inibe mTOR, ativando a autofagia e potencialmente FOXO3.

  • NAD+ e ativadores de SIRT1: Compostos que aumentam os níveis de NAD+, como nicotinamida ribosídeo (NR) e nicotinamida mononucleotídeo (NMN), podem ativar FOXO3.

5. Redução do Estresse Oxidativo

  • Jejum e cetose aumentam a resistência ao estresse oxidativo, que ativa FOXO3.

  • Antioxidantes naturais como sulforafano (do brócolis) e astaxantina (presente em algas e frutos do mar) podem auxiliar na regulação positiva do FOXO3.

Precisa de ajuda?

A ativação do FOXO3 pode ser alcançada por meio de estratégias como restrição calórica, jejum, exercício físico, compostos naturais. Quer ajuda para aumentar sua resistência celular ao estresse e para uma vida mais longa e saudável? Marque aqui sua consulta de nutrição online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Por que pessoas inflamadas sentem mais dor pela manhã?

Pacientes com doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, espondilite anquilosante ou outras condições reumáticas, frequentemente sentem mais dor ao acordar devido a alguns fatores principais:

  1. Acúmulo de mediadores inflamatórios: Durante a noite, o corpo continua produzindo citocinas pró-inflamatórias (como TNF-alfa, IL-6 e IL-1), mas a movimentação reduzida durante o sono pode diminuir a circulação e a drenagem desses mediadores, levando a maior inflamação e rigidez matinal.

  2. Imobilidade prolongada: Durante o sono, as articulações e os tecidos ficam parados por um longo período, o que pode levar ao acúmulo de líquido sinovial e ao aumento da rigidez articular. Em doenças como a artrite reumatoide, essa falta de movimento agrava a inflamação.

  3. Ciclo circadiano da inflamação: O sistema imunológico tem um ritmo circadiano, e algumas citocinas inflamatórias atingem picos durante a madrugada ou no início da manhã, aumentando os sintomas logo ao acordar.

  4. Menor liberação de cortisol: O cortisol tem propriedades anti-inflamatórias naturais. Durante a noite, seus níveis caem, permitindo que a inflamação aumente, o que pode levar a mais dor e rigidez pela manhã. Conforme o cortisol ao longo da manhã aumenta a dor diminui.

Essa dor matinal tende a melhorar com o movimento ao longo do dia, pois a circulação aumenta, o líquido sinovial é redistribuído e os músculos começam a se aquecer. Mas dá para ajudar este paciente a sentir menos desconforto com estratégias nutricionais:

  • Ômega-3, duas vezes ao dia

  • Curcumina, duas vezes ao dia

  • Coenzima Q10, duas vezes ao dia

  • Vitamina D ajustada para manter níveis plasmáticos acima de 60

  • Magnésio, colágeno e probióticos também podem ser empregados

  • NAC ou glutationa à noite

Alimentação anti-inflamatória

  • Aumentar ômega-3 (salmão, sardinha, chia, linhaça, nozes): reduz a produção de citocinas inflamatórias. Suplementação com óleo de peixe também pode ajudar.

  • Evitar gorduras trans e óleos refinados (frituras, margarina, fast food): aumentam a inflamação crônica.

  • Consumir mais antioxidantes (frutas vermelhas, cúrcuma, gengibre, chá verde): combatem o estresse oxidativo e reduzem a inflamação.

  • Incluir fibras (aveia, quinoa, vegetais, leguminosas): ajudam na saúde intestinal, regulando o sistema imunológico e reduzindo processos inflamatórios.

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Estratégias para aliviar a dor matinal mais rapidamente

  • Hidratação ao acordar: Beber água com limão ou chá anti-inflamatório (gengibre, cúrcuma) pode ajudar na circulação e na redução da rigidez.

  • Pequeno alongamento antes de levantar: Movimentar-se suavemente na cama pode ativar a circulação e reduzir a dor.

  • Evitar picos de glicose à noite: Alimentos ultraprocessados e muito açúcar antes de dormir aumentam a inflamação e pioram a rigidez matinal.

Se o objetivo for um alívio mais rápido e eficaz, um plano alimentar individualizado e o acompanhamento com um profissional de saúde são essenciais. Você já segue alguma estratégia específica para melhorar essa dor? Se precisar de ajuda na sua modulação imunológica marque aqui sua consulta de nutrição online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Marcadores inflamatórios em pacientes com doença autoimune

Os marcadores inflamatórios no exame de sangue são usados para identificar inflamação aguda ou crônica no organismo. Os principais incluem:

1. Proteína C Reativa (PCR)

  • Normal: < 0,5 mg/dL

  • Inflamação leve: 0,5 - 3 mg/dL

  • Inflamação moderada a grave: > 3 mg/dL

  • Infecção grave ou doença inflamatória ativa: > 10 mg/dL

2. Velocidade de Hemossedimentação (VHS)

  • Homens: < 15-20 mm/h

  • Mulheres: < 20-30 mm/h

  • Inflamação moderada: 30-50 mm/h

  • Inflamação grave: > 50 mm/h

3. Fibrinogênio

  • Normal: 200 - 400 mg/dL

  • Aumento em inflamações: > 400 mg/dL

4. Ferritina (pode estar elevada na inflamação, além da deficiência ou sobrecarga de ferro)

  • Homens: 30 - 300 ng/mL

  • Mulheres: 15 - 200 ng/mL

  • Inflamação sistêmica: > 500 ng/mL

5. Interleucina-6 (IL-6)

  • Normal: < 7 pg/mL

  • Inflamação moderada a grave: > 10 pg/mL

6. Alfa-1 Glicoproteína Ácida

  • Normal: 0,5 - 1,2 g/L

  • Aumento em inflamação: > 1,2 g/L

Os pontos de corte podem variar entre laboratórios. De todo modo, nas doenças autoimunes não é incomum encontrarmos pacientes com PCR de 100, VHS de 200, ferritina na estratosfera!

Reduzir os marcadores inflamatórios em doenças autoimunes envolve uma abordagem multidisciplinar, combinando tratamento médico, alimentação anti-inflamatória, controle do estresse e hábitos saudáveis. Aqui estão as principais estratégias:

1. Tratamento Medicamentoso

Uso de medicamentos imunossupressores ou imunomoduladores:

  • Corticosteroides (prednisona) para crises

  • Imunossupressores (metotrexato, azatioprina, micofenolato)

  • Biológicos (inibidores de TNF, IL-6, IL-17, etc.)

Uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) em casos leves:

  • Ibuprofeno, naproxeno (com cautela, pois podem irritar o estômago)

2. Alimentação Anti-inflamatória

🥗 Alimentos recomendados:

  • Peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha, atum)

  • Frutas vermelhas (morango, mirtilo, framboesa)

  • Vegetais de folhas verdes (espinafre, couve)

  • Cúrcuma com pimenta-do-reino (potente anti-inflamatório)

  • Chá verde (antioxidante)

  • Nozes, amêndoas e azeite de oliva extra virgem

🚫 Alimentos a evitar:

  • Açúcar refinado e ultraprocessados

  • Frituras e gorduras trans

  • Farinha branca e carboidratos refinados

  • Álcool em excesso

3. Controle do Estresse e Sono

😌 Gerenciamento do estresse:

  • Meditação, mindfulness, respiração profunda

  • Terapia e grupos de apoio

  • Atividades relaxantes (yoga, leitura, música)

💤 Sono reparador:

  • 7-9 horas por noite

  • Ambiente escuro e sem telas antes de dormir

4. Atividade Física Moderada

🏋️‍♂️ Exercícios recomendados:

  • Caminhadas, natação, pilates, ioga

  • Exercícios de resistência com baixa intensidade

  • Evitar sobrecarga para não piorar inflamação

5. Suplementação (com orientação médica)

💊 Suplementos úteis:

  • Vitamina D (níveis baixos estão ligados à inflamação)

  • Ômega-3 (reduz IL-6 e PCR)

  • Magnésio (ajuda na regulação do sistema imunológico)

  • Probióticos (melhora a microbiota intestinal, reduzindo inflamação sistêmica)

6. Saúde Intestinal

🦠 A disbiose intestinal está ligada a doenças autoimunes!

  • Aumentar fibras e prebióticos (banana, alho, cebola, aveia)

  • Evitar alimentos inflamatórios

  • Probióticos podem ajudar na regulação da resposta imunológica

É importante o monitoramento regular dos marcadores inflamatórios

  • PCR, VHS, ferritina, IL-6, IL-1, TNF-alfa

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