Ômega-3 e TOD

O impacto dos ácidos graxos ômega-3 no transtorno desafiador-opositivo (TOD) em crianças ainda está sob investigação, mas alguns estudos sugerem benefícios potenciais:

Os ácidos graxos ômega-3, particularmente o ácido eicosapentaenoico (EPA), foram estudados por seus efeitos em problemas comportamentais, incluindo o TDO. Um estudo indicou que a suplementação de EPA melhorou o comportamento avaliado pelo professor e os sintomas de oposição em crianças com TDAH, que frequentemente se sobrepõem aos sintomas de TDO. Especificamente, 48% das crianças que receberam EPA mostraram uma melhora significativa nos comportamentos de oposição em comparação com apenas 9% no grupo placebo [1].

Os ácidos graxos ômega-3 podem desempenhar um papel no desenvolvimento e na função do cérebro, afetando potencialmente os comportamentos associados ao TDO. Acredita-se que eles influenciam as membranas neuronais e os sistemas neurotransmissores, o que pode ser relevante para o gerenciamento de distúrbios comportamentais [2].

Apesar de algumas descobertas positivas, a evidência geral para o uso de ácidos graxos ômega-3 como tratamento para TDO ainda não é robusta o suficiente para recomendá-los como tratamento padrão. Alguns ensaios clínicos randomizados (RCTs) mostraram resultados mistos, com alguns não demonstrando melhorias significativas nos sintomas de TDAH, o que complica seu uso para TDO [3].

Em resumo, embora haja alguma evidência sugerindo que os ácidos graxos ômega-3 podem ajudar a melhorar os sintomas relacionados ao TDO, mais pesquisas são necessárias para estabelecer sua eficácia e entender os mecanismos subjacentes.

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Referências

1) PA Gustafsson et al. EPA supplementation improves teacher-rated behaviour and oppositional symptoms in children with ADHD. Acta paediatrica (Oslo, Norway : 1992) (2010). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20491709/

2) T Matsudaira et al. Attention deficit disorders--drugs or nutrition?. Nutrition and health (2008). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18309764/

3) A Aben et al. [Omega-3 and omega-6 fatty acids in the treatment of children and adolescents with ADHD]. Tijdschrift voor psychiatrie (2010). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20146180/

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Deficiência de zinco no TOD

A relação entre suplementação de zinco e transtorno desafiador-opositivo (TOD) em crianças é destacada em vários estudos:

Um estudo comparando níveis plasmáticos de zinco em meninos com TOD e controles saudáveis ​​descobriu que meninos com TOD tinham níveis plasmáticos de zinco significativamente mais baixos (p < 0,05), embora esses níveis ainda estivessem dentro da faixa normal para a população. Nenhuma diferença significativa nos níveis plasmáticos de cobre foi observada entre os dois grupos [1].

Outro estudo focado em crianças turcas de baixa renda do ensino fundamental demonstrou que a suplementação de zinco (15 mg/dia) resultou em uma diminuição significativa em problemas de comportamento relacionados ao déficit de atenção, hiperatividade e comportamento de oposição, particularmente em crianças de mães com baixa escolaridade [2]. Isso sugere que o zinco pode desempenhar um papel na melhoria dos resultados comportamentais em crianças com TOD.

Um estudo mais recente indicou que os níveis basais de zinco podem moderar os efeitos da retirada do tratamento em crianças com TDAH e TOD. Níveis basais mais altos de zinco foram associados a um aumento maior em erros em tarefas de memória de trabalho após a descontinuação do metilfenidato, sugerindo que o zinco pode ser um biomarcador potencial para a eficácia do tratamento [3].

A pesquisa também indica que deficiências em bioelementos, incluindo zinco, são mais comuns entre crianças com TDAH e transtornos relacionados, incluindo TOD. A suplementação de zinco, juntamente com outros bioelementos, mostrou-se promissora na redução da hiperatividade e na melhoria do comportamento [4].

Em resumo, a suplementação de zinco parece ter uma relação benéfica com problemas comportamentais associados ao TOD, particularmente em populações com níveis basais mais baixos de zinco. Mais pesquisas são necessárias para esclarecer os mecanismos e a eficácia do zinco no gerenciamento dos sintomas do TOD.

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Referências:

1) O Yorbik et al. [Plasma zinc and copper levels in boys with oppositional defiant disorder]. Turk psikiyatri dergisi = Turkish journal of psychiatry (2004). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15622507/

2) Y Uçkardeş et al. Effects of zinc supplementation on parent and teacher behaviour rating scores in low socioeconomic level Turkish primary school children. Acta paediatrica (Oslo, Norway : 1992) (2009). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19133873/

3) PT Rosenau et al. Withdrawing methylphenidate in relation to serum levels of ferritin and zinc in children and adolescents with attention-deficit/hyperactivity disorder. Journal of psychiatric research (2022). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35714551/

4) B Starobrat-Hermelin et al. [The effect of deficiency of selected bioelements on hyperactivity in children with certain specified mental disorders]. Annales Academiae Medicae Stetinensis (1998). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/9857546/

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Melatonina e Transtorno Opositor Desafiador

O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é um padrão de comportamento caracterizado por atitudes desafiadoras, hostis, irritáveis e desobedientes, principalmente em relação a figuras de autoridade, como pais, professores e outros adultos. É mais comum em crianças e adolescentes, mas pode continuar na vida adulta, embora seja menos frequentemente diagnosticado na fase adulta.

Os principais sintomas do TOD incluem:

  • Comportamento desafiador: A criança frequentemente desafia regras e ordens.

  • Irritabilidade: A criança pode se sentir facilmente frustrada ou irritada.

  • Raiva: Pode haver atitudes de hostilidade ou vingança.

  • Agressão verbal: Respostas desrespeitosas ou discussões constantes.

  • Recusa em assumir responsabilidades: Evitar tarefas ou responsabilidades, frequentemente colocando a culpa em outros.

Embora o TOD seja frequentemente associado a dificuldades emocionais e comportamentais, sua causa pode envolver uma combinação de fatores genéticos, ambientais e psicológicos. O tratamento pode envolver psicoterapia (como a Terapia Cognitivo-Comportamental), treinamento de habilidades sociais e, em alguns casos, medicação para lidar com sintomas relacionados, como ansiedade ou depressão.

É importante buscar ajuda profissional para um diagnóstico adequado e para discutir opções de tratamento comportamental se você suspeitar que alguém possa ter esse transtorno.

O impacto da melatonina no transtorno desafiador-opositivo (TOD)

Um relato de caso envolvendo uma menina de quatro anos com síndrome de deleção 1p36, que apresentava TOD, indicou que a melatonina foi usada efetivamente para controlar a insônia associada à sua condição. Os resultados do acompanhamento mostraram boa eficácia da melatonina sem efeitos adversos, sugerindo que pode ser benéfica no tratamento de problemas de sono que podem exacerbar problemas comportamentais em crianças com TOD [1].

Embora os estudos específicos sobre os efeitos diretos da melatonina no TDO sejam limitados, observa-se que crianças com TDO frequentemente apresentam condições coexistentes, como transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). A terapia estimulante, que pode incluir medicamentos como metilfenidato, é comumente usada para tratar sintomas de TDAH e também pode reduzir os sintomas do TOD quando ambos os transtornos coexistem [2].

Intervenções psicológicas, incluindo treinamento dos pais e resolução colaborativa de problemas, são recomendadas para o gerenciamento do TOD. Essas estratégias se concentram em melhorar a dinâmica familiar e as habilidades de enfrentamento da criança, o que pode beneficiar indiretamente crianças que usam melatonina para problemas de sono [3] [4].

Concluindo, embora a melatonina possa ajudar a controlar distúrbios do sono em crianças com TOD, mais pesquisas são necessárias para estabelecer seu impacto direto no transtorno em si.

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Referências

1) W Briegel et al. Psychiatric Comorbidities in 1p36 Deletion Syndrome and Their Treatment-A Case Report. International journal of environmental research and public health (2021). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34831818/

2) SS Hamilton et al. Oppositional defiant disorder. American family physician (2008). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18841736/

3) A Fraser et al. Oppositional defiant disorder. Australian family physician (2008). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18523691/

4) DJ Hawes et al. Oppositional defiant disorder. Nature reviews. Disease primers (2023). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37349322/

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/