Uma redução significativa nos níveis de estrogênio coloca mulheres na menopausa em alto risco de depressão grave. Com a descoberta de inflamação anormalmente elevada em mulheres deprimidas na menopausa, o desequilíbrio imunológico se tornou um novo foco no estudo da depressão na menopausa.
A deficiência de estrogênio interrompe a homeostase imunológica, especialmente os níveis de citocinas inflamatórias através das vias de sinalização NLRP3/NF-κB associadas a ERα/ERβ/GPER. Gera ainda disfunção da barreira hematoencefálica, na produção de neurotransmissores, bloqueia a síntese de BDNF e atenua a neuroplasticidade causada pela atividade de citocinas inflamatórias,.
Mecanismos que Ligam o Declínio do Estrogênio à Depressão na Menopausa
Neuroinflamação:
A perda dos efeitos anti-inflamatórios do estrogênio durante a menopausa pode ativar a micróglia, levando ao aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias.
A neuroinflamação crônica interrompe a sinalização neuronal e contribui para a depressão.
Desregulação do Eixo HHA:
O estrogênio regula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). Seu declínio pode resultar na hiperativação do eixo, levando a níveis elevados de cortisol.
O cortisol contribui para a atrofia do hipocampo e a desregulação emocional observadas na depressão.
Desregulação Serotonérgica:
A deficiência de estrogênio reduz a disponibilidade de serotonina e a sensibilidade dos receptores, enfraquecendo o papel do sistema serotonérgico na estabilização do humor.
Disfunção Mitocondrial:
O estrogênio apoia a função mitocondrial e a produção de energia. Sua perda compromete a eficiência mitocondrial, aumentando o estresse oxidativo e promovendo estados depressivos.
Implicações Clínicas
Compreender o papel da estrogeno-imuno-neuromodulação na depressão menopáusica tem importantes implicações terapêuticas:
Terapia de Reposição Hormonal (TRH):
A reposição de estrogênio demonstrou melhorar os sintomas de humor em mulheres na menopausa, restaurando seus efeitos neuromoduladores e anti-inflamatórios.
O momento é crítico: a iniciação durante o período perimenopáusico ou no início da menopausa parece ser mais eficaz (a "hipótese da janela crítica").
Terapias Anti-inflamatórias:
Alvo na componente imunológica da depressão menopáusica com agentes anti-inflamatórios (como AINEs e ácidos graxos ômega-3) pode complementar a TRH ou os antidepressivos.
Estratégias Neuroprotetoras:
Intervenções como exercício físico, treino cognitivo e antioxidantes alimentares podem melhorar a neurogênese e combater o estresse oxidativo.
Medicina Personalizada:
Variações genéticas nos receptores de estrogênio (ERα e ERβ) e em genes de citocinas inflamatórias podem influenciar a suscetibilidade individual à depressão menopáusica e a resposta ao tratamento.
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