Depressão na menopausa

Uma redução significativa nos níveis de estrogênio coloca mulheres na menopausa em alto risco de depressão grave. Com a descoberta de inflamação anormalmente elevada em mulheres deprimidas na menopausa, o desequilíbrio imunológico se tornou um novo foco no estudo da depressão na menopausa.

A deficiência de estrogênio interrompe a homeostase imunológica, especialmente os níveis de citocinas inflamatórias através das vias de sinalização NLRP3/NF-κB associadas a ERα/ERβ/GPER. Gera ainda disfunção da barreira hematoencefálica, na produção de neurotransmissores, bloqueia a síntese de BDNF e atenua a neuroplasticidade causada pela atividade de citocinas inflamatórias,.

Mecanismos que Ligam o Declínio do Estrogênio à Depressão na Menopausa

  1. Neuroinflamação:

    • A perda dos efeitos anti-inflamatórios do estrogênio durante a menopausa pode ativar a micróglia, levando ao aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias.

    • A neuroinflamação crônica interrompe a sinalização neuronal e contribui para a depressão.

  2. Desregulação do Eixo HHA:

    • O estrogênio regula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). Seu declínio pode resultar na hiperativação do eixo, levando a níveis elevados de cortisol.

    • O cortisol contribui para a atrofia do hipocampo e a desregulação emocional observadas na depressão.

  3. Desregulação Serotonérgica:

    • A deficiência de estrogênio reduz a disponibilidade de serotonina e a sensibilidade dos receptores, enfraquecendo o papel do sistema serotonérgico na estabilização do humor.

  4. Disfunção Mitocondrial:

    • O estrogênio apoia a função mitocondrial e a produção de energia. Sua perda compromete a eficiência mitocondrial, aumentando o estresse oxidativo e promovendo estados depressivos.

Implicações Clínicas

Compreender o papel da estrogeno-imuno-neuromodulação na depressão menopáusica tem importantes implicações terapêuticas:

  1. Terapia de Reposição Hormonal (TRH):

    • A reposição de estrogênio demonstrou melhorar os sintomas de humor em mulheres na menopausa, restaurando seus efeitos neuromoduladores e anti-inflamatórios.

    • O momento é crítico: a iniciação durante o período perimenopáusico ou no início da menopausa parece ser mais eficaz (a "hipótese da janela crítica").

  2. Terapias Anti-inflamatórias:

    • Alvo na componente imunológica da depressão menopáusica com agentes anti-inflamatórios (como AINEs e ácidos graxos ômega-3) pode complementar a TRH ou os antidepressivos.

  3. Estratégias Neuroprotetoras:

    • Intervenções como exercício físico, treino cognitivo e antioxidantes alimentares podem melhorar a neurogênese e combater o estresse oxidativo.

  4. Medicina Personalizada:

    • Variações genéticas nos receptores de estrogênio (ERα e ERβ) e em genes de citocinas inflamatórias podem influenciar a suscetibilidade individual à depressão menopáusica e a resposta ao tratamento.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/