Genética da intolerância ao glúten

Glúten é o nome dado a um conjunto de proteínas presentes em alguns cerais. As principais proteínas que recebem o nome de glúten são:

  • Gliadina do trigo

  • Secalina da cevada

  • Hordeína do centeio

A digestão destas proteínas gera peptídos que podem ativar o sistema imune de pessoas com susceptibilidade genética. Esta ativação ocorre quando o glúten atravessa a barreira intestinal. Na lâmina própria do intestino, os peptídeos formados após a semi-digestão do glúten entram em contato com a enzima transglutaminase. Como resultado o peptídeo ganha uma carga negativa que favorece o reconhecimento pelo sistema imune.

Em indivíduos com a doença celíca, há ativação de linfócitos T citotóxicos e linfócitos B, que produzem os anticorpos antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase. Estes anticopros agridem as células do intestino e geram sintomas como dor abdominal, prisão de ventre ou diarreia, flatulência, intolerância à lactose, náuseas, vômitos. Ao longo do tempo, outros sintomas vão aparecendo como dores de cabeça, falta de apetite, desnutrição, redução do crescimento de crianças, ansiedade, fadiga, infertilidade, anemia, osteoporose.

Combinações de genes comuns que aumentam o risco de doença celíaca são os haplótipos DQ2 e DQ8. Cerca de 20% com alterações nestes haplótipos desenvolvem a doença celíaca.

Nos indivíduos não celíacos que apresentam sensibilidade ao glúten, além dos HLAs DQ2 e DQ8 pode estar envolvido o haplótipo DQ4, IL12A e SH2B3.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Polimorfismos no gene COMT e tolerância a diferentes tipos de B12

O gene COMT (catecol-O-metiltransferase) desempenha um papel crucial na degradação de catecolaminas, incluindo dopamina, epinefrina e norepinefrina. Polimorfismos no gene COMT, especialmente a variante Val158Met (rs4680), podem influenciar a atividade da enzima e, consequentemente, afetar vários processos fisiológicos, incluindo o metabolismo de certos suplementos e nutrientes, como a vitamina B12.

Influência dos Polimorfismos do Gene COMT na Tolerância à B12

1. Variações na Atividade Enzimática:

- Genótipo Val/Val: Indivíduos com este genótipo possuem maior atividade da enzima COMT, levando a uma degradação mais rápida das catecolaminas.

- Genótipo Met/Met: Estes indivíduos têm menor atividade da enzima COMT, resultando em uma degradação mais lenta das catecolaminas.

- Genótipo Val/Met: Este genótipo resulta em atividade enzimática intermediária.

2. Impacto nos Níveis de Neurotransmissores:

- O nível de atividade da COMT afeta a concentração de neurotransmissores como a dopamina. Alta atividade da COMT (Val/Val) leva a níveis mais baixos de dopamina, enquanto baixa atividade da COMT (Met/Met) leva a níveis mais altos de dopamina.

3. Interação com a B12:

- A vitamina B12 é crucial para o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso e está envolvida na síntese de neurotransmissores.

- Variações na atividade da COMT podem influenciar como os indivíduos metabolizam a B12 e respondem aos suplementos de B12.

Mecanismos de Influência

1. Equilíbrio de Neurotransmissores:

- Como a COMT está envolvida na degradação da dopamina, diferentes níveis de atividade da COMT podem alterar o equilíbrio dos neurotransmissores. Isso pode influenciar o ambiente neural geral e como ele responde a nutrientes e suplementos adicionais, como a B12.

- Altos níveis de dopamina (como visto em indivíduos Met/Met) podem potencialmente aumentar os efeitos neurológicos da B12, enquanto níveis mais baixos de dopamina (em indivíduos Val/Val) podem não ver efeitos tão pronunciados.

2. Processos de Metilação:

- A COMT está envolvida na metilação, um processo essencial para a reparação do DNA, regulação de neurotransmissores e desintoxicação. A B12 desempenha um papel crucial no ciclo de metilação.

- Diferenças na atividade da COMT podem afetar a eficiência da metilação. Por exemplo, indivíduos Met/Met com baixa atividade da COMT podem ter processos de metilação mais eficientes, potencialmente levando a uma melhor utilização da B12.

3. Tolerância aos Suplementos de B12:

- Indivíduos com diferentes genótipos de COMT podem experimentar níveis variados de tolerância aos suplementos de B12. Por exemplo:

- Indivíduos Val/Val podem precisar de doses mais altas de B12 para alcançar os mesmos efeitos devido à sua degradação mais rápida das catecolaminas. Toleram mais facilmente qualquer tipo de B12, a não ser que também tenham alteração de VDR Taq.

- Indivíduos Met/Met podem experimentar efeitos mais pronunciados da suplementação de B12 devido à degradação mais lenta das catecolaminas e potencialmente maiores níveis basais de neurotransmissores. São mais sensíveis aos efeitos estimulantes de suplementos de metilB12.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Suplemento Morosil para emagrecimento

Sabia que o extrato de laranja moro (Citrus Sinenses (L.) Osbeck) ajuda a reduzir a formação de novas células de gordura? A laranja moro vem da Sicília (Itália) e é rica em antocianinas, flavonoides, ácido ascórbico e ácidos hidroxicinâmicos, que apresentam excelente propriedade antioxidante, auxiliando principalmente na redução da gordura corporal, influenciando na redução do peso e no cuidado de doenças relacionadas.

A adiponectina é um hormônio responsável por modular diversos processos metabólicos e sua liberação é inversamente proporcional ao tamanho dos adipócitos. A redução do conteúdo lipídico nos adipócitos, devido à ação dos bioativos presentes no suco da laranja Moro, leva ao aumento da secreção de adiponectina, que atua regulando os níveis de triglicérides no músculo e fígado, reduzindo a resistência à insulina.

Além disso, os compostos bioativos do extrato da laranja Moro podem contribuir para a redução da esteatose hepática por aumentar a expressão de genes lipolíticos e diminuir a expressão de genes lipogênicos no fígado, como o LXR e a FAS, envolvidos na síntese de triacilgliceróis, além de aumentarem a oxidação de gorduras via mecanismos dependentes de PPAR. O resultado dessa modulação na expressão gênica é uma melhora significativa do acúmulo de gordura no fígado e uma redução nos níveis sanguíneos de triacilgliceróis.

Em um estudo clínico pessoas adultos com sobrepeso receberam o extrato de laranja moro (Morosil) por 12 semanas, na dose de 400mg ao dia. Após este período tiveram redução do peso, da circunferência da cintura e do quadril.

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Atenção: não deve ser consumido por gestantes e mulheres amamentando.

Artigos:

- TSUDA, T et al. Microarray profiling of gene expression in human adipocytes in response to anthocyanins. Biochem Pharmacol. 2006 Apr 14;71(8):1184-97. DOI: 10.1016/j.bcp.2005.12.042.

- GUO, H et al. Cyanidin 3-glucoside protects 3T3-L1 adipocytes against H2O2- or TNF-alpha-induced insulin resistance by inhibiting c-Jun NH2-terminal kinase activation. Biochem Pharmacol. 2008 Mar 15;75(6):1393-401. DOI: 10.1016/j.bcp.2007.11.016.

- SALAMONE, F et al. Moro orange juice prevents fatty liver in mice. World J Gastroenterol, August 7, 2012. DOI: 10.3748/wjg.v18.i29.3862.

- LIMA, L. P. BARBOSA, A. P. A review of the lipolytic effects and the reduction of abdominal fat from bioactive compounds and moro orange extracts. Heliyon 7 (2021) e07695. DOI: 10.1016/j.heliyon.2021.e07695.

- TSUDA, T. Regulation of adipocyte function by anthocyanins; possibility of Preventing the Metabolic Syndrome. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 56:642-646, 2008. DOI: 10.1021/jf073113b.

- Briskey D, Malfa GA, Rao A. Effectiveness of "Moro" Blood Orange Citrus sinensis Osbeck (Rutaceae) Standardized Extract on Weight Loss in Overweight but Otherwise Healthy Men and Women-A Randomized Double-Blind Placebo-Controlled Study. Nutrients. 2022 Jan 18;14(3):427. doi: 10.3390/nu14030427. PMID: 35276783; PMCID: PMC8838101.

- CARDILE, V. GRAZIANO, A. C. VENDITTI, A. Clinical evaluation of Moro (Citrus sinensis (L.) Osbeck) orange juice supplementation for the weight management. Nat Prod Res. 2015;29(23):2256-60. DOI: 10.1080/14786419.2014.1000897.

- TITTA, L et al. Blood orange juice inhibits fat accumulation in mice. Int J Obes (Lond). 2009 Mar;34(3):578-88. DOI: 10.1038/ijo.2009.266.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/