Alimentos fermentados melhoram a composição da microbiota intestinal

Fermentados são produzidos pela adição de microorganismos, como bactérias ou leveduras a um alimento. Por exemplo, quando você adiciona fermento ao chá adoçado, ele fermenta e vira a kombucha. Da mesma forma, as bactérias reagem com o leite para criar o iogurte.

Muitos alimentos fermentados – como kefir, kombucha e vegetais fermentados – contêm probióticos (micróbios vivos), que podem chegar ao intestino, trazendo benefícios à saúde.

Os alimentos fermentados podem beneficiar a saúde de várias maneiras, como melhorar a digestão e diminuir o risco de certas doenças, como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Fazem isso pela melhoria da qualidade do microbioma intestinal mais saudável.

O microbioma intestinal de cada pessoa é único. Existem testes que fornecem uma análise das bactérias que vivem no intestino, bem como recomendações personalizadas sobre como melhorar a saúde intestinal.

Exemplos de alimentos fermentados para a saúde intestinal

1. Kefir: bebida fermentada. O kefir de leite contém muito mais bactérias probióticas do que o kefir de água. Esta bebida azeda e levemente gaseificada é feita adicionando grãos de kefir ao leite em temperatura ambiente e deixando-o fermentar por 10 a 24 horas.

Embora a pesquisa em humanos seja limitada, há algumas evidências de que o kefir pode ajudar no controle das taxas de açúcar no sangue, na saúde intestinal, na perda de peso, na redução da inflamação. O kefir de leite também é fonte de vitaminas B, C, A e K, bem como magnésio, cálcio e fósforo.

2. Iogurte: alimento comum em muitas cozinhas ao redor do mundo. Existem diferentes tipos de iogurte disponíveis, mas aqueles sem adição de açúcar são os melhores. Adicione frutas, ervas, aveia em flocos ou um fiozinho de mel para dar sabor.

Uma análise de mais de 100 estudos descobriu que o iogurte pode estar associado a muitos benefícios à saúde, incluindo melhor saúde intestinal, óssea, cardíaca e metabólica em geral.

O Lactobacillus acidophilus é o probiótico mais comum no iogurte. O iogurte também é uma boa fonte de proteínas, cálcio, fósforo e vitaminas B.

3. Kimchi: uma mistura fermentada de especiarias e vegetais como repolho, rabanete, alho-poró, pepino ou batata doce. Originária da Coreia há quase 1.000 anos, esta comida tradicional coreana é agora popular em todo o Leste Asiático e em todo o mundo.

Embora seja tipicamente uma mistura salgada e azeda, o kimchi vem em uma variedade de sabores, dependendo dos temperos, temperos e vegetais adicionados. O Kimchi é consumido como acompanhamento da refeição principal ou adicionado à receitas como bolinhos ou ensopados.

O consumo de kimchi pode ajudar a reduzir o colesterol e melhorar os níveis de açúcar no sangue. Também ajudam a melhorar a saúde intestinal e aliviar certos problemas digestivos, como dor abdominal, distensão abdominal e evacuações irregulares. Outros benefícios potenciais para a saúde relatados incluem a prevenção de certos tipos de câncer e o apoio à saúde do cérebro e da pele.

Os vegetais comumente usados no kimchi são boas fontes de vitaminas A e C, bem como cálcio, magnésio, potássio e fibras prebióticas. Os prebióticos são os alimentos para as bactérias boas (probióticas). Prebióticos podem ser fibras ou polifenóis. de alimento para os micróbios bons que vivem em seu intestino.

4. Chucrute: repolho fermentado. Apesar de ser muito popular na Alemanha, acredita-se que o alimento tenha vindo da China há quase 2.000 anos. Esse condimento crocante pode ser uma boa opção para quem não conhece alimentos fermentados. Você pode comê-lo em sanduíches, com carne ou sozinho.

Em vários estudos envolvendo pessoas com síndrome do intestino irritável, comer chucrute foi associado à redução dos sintomas após apenas 6 semanas. O chucrute também é rico em outros nutrientes benéficos à saúde, como fibras, vitaminas C e B6 e ferro.

5. Kombucha: chá doce fermentado, originado no nordeste da China há mais de 2.000 anos. Para a fermentação usa-se um SCOBY, uma cultura simbiótica de bactérias e leveduras. As pessoas costumam adicionar frutas ou ervas para criar uma variedade de sabores.

É importante estar atento ao teor de açúcar do kombuchá. As versões produzidas industrialmente podem conter alto teor de açúcar, adoçantes e outros aditivos..

6. Missô: alimento originado na China antes de chegar ao Japão em algum momento do século VII. É feito misturando soja, arroz fermentado e sal, antes de fermentar por vários meses. Tem sabor rico e saboroso e pode ser usado em sopas, molhos e molhos para salada, entre outros pratos.

O consumo regular de missô parece regular as taxas de açúcar no sangue, reduzir o risco de certos tipos de câncer e doenças cardíacas, além de promover melhor saúde intestinal.

7. Alguns queijos: Cheddar envelhecido, parmesão, queijos suíços e alguns queijos cottage contêm probióticos. O queijo também é uma boa fonte de cálcio, mas pode ser rico em sódio e gordura saturada. É melhor comê-lo com moderação e como parte de uma dieta saudável em geral.

8. Pão de fermentação lenta: embora a massa fermentada contenham probióticos, eles são eliminados pelo calor do processo de cozimento. No entanto, o pão cozido pode conter fibras prebióticas. Semelhante a outros alimentos fermentados, o pão de massa fermentada tem um sabor levemente azedo e salgado. Apesar da fermentação, não é seguro para pessoas com doença celíaca.

9. Vinagre de maçã: na Grécia antiga, Hipócrates costumava prescrever vinagre de maçã para muitas doenças. O vinagre de maçã é feito adicionando fermento ao suco de maçã e deixando-o fermentar. Pode ser usado em molhos para salada, assados, conservas, sopas ou qualquer outro prato que necessite de um pouco de acidez.

O vinagre de maçã cru ou não filtrado contém bactérias vivas, algumas das quais podem ser probióticas. Os possíveis benefícios à saúde incluem melhor controle do açúcar no sangue e dos níveis de colesterol. Compre sempre marcas orgânicas e em garrafa de vidro.

Tim Spector, professor de saúde pública na Inglaterra, recomenda consumir pequenas quantidades de uma variedade de alimentos fermentados todos os dias. Comece devagar e aumente gradualmente para evitar o inchaço.

Os alimentos fermentados são apenas uma parte de uma dieta geral equilibrada, juntamente com frutas, vegetais, gorduras saudáveis e boas fontes proteicas, sejam de origem vegetal ou animal.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Convulsões no período pré-menstrual

Aproximadamente metade das mulheres com epilepsia relatam um aumento nas convulsões todo mês na época do período menstrual. As convulsões que ocorrem durante o ciclo menstrual são chamadas de epilepsia catamenial. Estudos mostram que as alterações nas convulsões ocorrem com mais frequência no meio do ciclo, próximo à ovulação e cerca de uma semana antes do sangramento menstrual.

As alterações hormonais durante o ciclo menstrual são a causa mais provável das alterações na frequência das convulsões. O cérebro contém muitas células nervosas que são diretamente afetadas pelo estrogênio e pela progesterona, os principais hormônios sexuais nas mulheres.

Estudos em animais demonstraram que altas doses de estrogênio podem causar ou piorar convulsões. No entanto, a progesterona pode proteger contra convulsões. Pensa-se que as convulsões podem ocorrer em mulheres com epilepsia porque não têm progesterona suficiente em determinados momentos do ciclo ou porque há um desequilíbrio entre estrogénio e progesterona.

Como reduzir as convulsões associadas ao ciclo menstrual?

1) Conversar com o neuro sobre o ajuste da dose do anticonvulsivante no período pré-menstrual ou adicionar uma segunda medicação neste período. Se não funcionar a recomendação é de dieta cetogênica.

2) Reduzir a retenção hídrica que ocorre no período pré-menstrual. A melhor forma de fazer isto é com a dieta cetogênica. Quanto mais carboidrato é ingerido mais líquido é retido. A dieta cetogênica caracteriza-se pelo baixíssimo teor em carboidrato. Se precisar de ajuda marque sua consulta de nutrição online aqui.

3) Usar agentes hormonais, como progesterona ou pílulas anticoncepcionais para mulheres com epilepsia catamenial, pode ajudar. Embora pequenos estudos tenham mostrado benefícios para algumas mulheres que usam progesterona para ajudar a controlar as convulsões, a verdade é que a pílula não melhora a situação em todas as mulheres. Neste caso, retornar à dieta cetogênica é a melhor opção.

4) Monitorar a data prevista da menstruação e observar outros possíveis gatilhos nesse momento. Falta de sono, sedentarismo, alto consumo de carboidratos e doces, estresse, consumo de álcool, esquecimento no uso da medicação, infecções são outros dos gatilhos para as crises convulsivas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Resveratrol e melhoria do metabolismo cerebral e memória

A figura abaixo, publicada neste artigo de 2023, traz uma representação dos vários genes associados com eventos neuropatológicos da doença de Alzheimer. Os quatro genes clássicos estão na caixa em azul (APP, PSEN1, PSEN2 e apoE). Contudo, muitos outros genes afetam o funcionamento to das mitocôndrias, a estrutura dos dendritos, a função sináptica, o metabolismo das membranas lipídios e a assim por diante.

Não podemos modificar nossa genética mas podemos atuar nos fatores modificáveis. Mais de 40% do que acontece no nosso cérebro é função de:

  • Hipertensão Arterial

  • Resistência insulínica e diabetes

  • Excesso de gordura corporal

  • Baixo nível educacional (esteja a aprender sempre)

  • Disbiose intestinal

  • Dieta inflamatória

  • Carências nutricionais (complexo B, vitamina D, ômega-3 etc)

RESVERATROL NA DOENÇA DE ALZHEIMER

Entre os eventos principais na doença de Alzheimer destacam-se o estresse oxidativo (excesso de radicais livres), a disfunção mitocondrial, a toxicidade e neuroinflamação, a agregação de proteínas β-amilóide e tau hiperfosforilada, o dano e morte dos neurônios, gerando perda de memória e declínio cognitivo.

O combate ao estresse oxidativo e neuroinflamação passa pelo consumo de alimentos contendo fitoquímicos, como o resveratrol das uvas roxas (Atlante et al., 2020)

O resveratrol é uma fitoalexina que ocorre principalmente em espécies de videira (Vitis sp.), mas também em outras frutas, como mirtilos, cranberries, amoras e morangos. Outros alimentos contêm pequenas quantidades de resveratrol, como amendoim e cacau.

Dentre os efeitos benéficos do resveratrol destacam-se a redução do estresse oxidativo e da neuroinflamação, através da modulação de proteínas que estão intimamente relacionadas com distúrbios neurológicos, ou seja, AMPK, via da sirtuína-1 (SIRT1) e coativador do receptor gama 1α (PGC-1α).

A SIRT1 regula a atividade de vários substratos, incluindo p53 e o PGC-1α ativado por proliferador de peroxissoma, um substrato capaz de melhorar a função mitocondrial.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/