Zinco carnosina para o reparo da mucosa intestinal

Zinco carnosina (ZnC) é um suplemento produzido artificialmente, onde o zinco e a carnosina são ligados numa proporção de um para um para fornecer uma estrutura polimérica. Esta combinação parece proporcionar benefícios adicionais em relação à simples suplementação de zinco, uma vez que a carnosina é um dipeptídeo (compreendendo β-alanina e l-histidina) que está naturalmente presente em células longevas, como as do músculo e nervos, onde, entre outras ações, atua provavelmente tem um papel como antioxidante.

Também estimula vários aspectos da integridade da mucosa intestinal. Estimula a migração e proliferação celular in vitro e reduz a quantidade de lesões gástricas e do intestino delgado em ratos e camundongos. Em humanos, previne o aumento da permeabilidade intestinal causada por medicamentos como antiinflamatórios não esteroidais (AINEs).

O pH gástrico não é afetado pela administração de ZnC, que pode ser descrito como um “agente citoprotetor”. Apenas 5 dias de tratamento com indometacina (antiinflamatório não esteroidal) causa um aumento de três vezes na permeabilidade intestinal. Por outro lado, quando os pacientes também receberam ZnC, o intestino mantém-se saudável.

A indometacina causa danos ao trato gastrointestinal por vários mecanismos, incluindo redução dos níveis de prostaglandinas na mucosa, redução do fluxo sanguíneo na mucosa, estimulação da ativação de neutrófilos e possivelmente também estimulação da apoptose.

O ZnC regula negativamente a expressão de citocinas pró-inflamatórias em células epiteliais gástricas expostas ao Helicobacter pylori, além de atuar como um antioxidante. Como mostramos que o ZnC estabilizou a permeabilidade do intestino delgado, também seria de interesse examinar se influenciou a expressão de moléculas que afetam a função das junções estreitas intercelulares, como a proteína zonulina.

Estudos sugerem que 10-30% dos pacientes que tomam AINEs têm ulceração péptica, que muitas vezes pode ser assintomática. Além disso, até 70% dos pacientes que tomam AINEs têm algum grau de enteropatia com pequena perda de sangue e proteínas, embora só tenha importância clínica numa percentagem muito menor de pacientes.

Os inibidores da bomba de prótons proporcionam uma poderosa supressão ácida e são eficazes na redução do risco de úlceras gástricas e duodenais, mas não de lesões no intestino delgado. Os análogos da prostaglandina fornecem alguma proteção ao intestino delgado, mas estão associados a efeitos colaterais como diarréia. A dose padrão recomendada de ZnC é de cerca de 37,5 mg uma ou duas vezes ao dia.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

6 a 30% dos pacientes com autismo podem cursar com epilepsia

A epilepsia é uma disfunção do sistema nervoso, caracterizada por uma predisposição duradoura para a pessoa apresentar crises convulsivas recorrentes, súbitas e imprevisíveis (crises epiléticas).

A epilepsia pode ter origem em um traumatismo craniano ou em alterações genéticas, como mutações do gen e SCN1A ou na síndrome de Dravet. Além disso, pessoas com transtorno do espectro do autismo também apresentam mais crises convulsivas do que indivíduos neurotípicos.

Entre os sintomas da crise convulsiva estão espasmos involuntários, formigamento, tontura, perda de consciência, crises de ausência, tremores. Conheça mais sobre o tema neste artigo anterior.

Um dos tratamentos para a epilepsia é a dieta cetogênica. Esta dieta caracteriza-se por um alto teor de gordura, promovendo a geração de corpos cetônicos, substâncias com efeito antioxidante e antiinflamatório cerebral.

Os cientistas acreditam que a epilepsia e o autismo estão relacionados pela existência de genes que tornam o cérebro hiperativo e afetam simultaneamente as duas condições. Existem estudos mostrando que, por conta disso, a dieta cetogênica seria benéfica também para indivíduos no espectro autista.

Atendi uma criança com epilepsia e a família pediu a recomendação de um livro bom sobre dieta cetogênica, com receitas fáceis e variadas. Aqui vai para todo mundo que tiver a mesma dúvida: https://amzn.to/46r8lSO.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Disfunção mitocondrial no autismo

Ano passado atendi um homem lindo, 35 anos, chegou ao consultório após o diagnóstico de câncer que já tinha se espalhado para vários órgãos. Muito triste, faleceu no mesmo ano. Beleza não basta.

Este ano atendi famoso e rico após uma internação por tentativa suicídio. Status , dinheiro e fama não bastam. Sem um metabolismo saudável, sem mitocôndrias funcionando a todo vapor. não conseguimos fazer reparo celular, não há saúde metabólica, nem mental.

A disfunção mitocondrial está envolvida no envelhecimento e em muitas doenças crônicas. Estudos de Richard Frye mostraram o papel das mitocôndrias em sintomas relacionados ao TEA. A acidose lática foi demonstrada em um subgrupo de crianças em 1985, particularmente naquelas com autismo do tipo regressivo. A disfunção mitocondrial associa-se não só a sintomas comportamentais, mas também à fadiga, distúrbios gastrointestinais, convulsões e atraso motor.

Alguns nutrientes e compostos bioativos, como Q10, BioPQQ, complexo B, ácido alfa lipoico, vitamina E, quercetina, resveratrol, EGCG, carnitina, TCM favorecem mitocôndrias funcionais. Estudos mostram que a dieta cetogênica é outra alternativa e falarei mais e mais sobre estas questões na plataforma https://t21.video.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/