Ômega-3 minimiza efeitos da poluição do ar

A poluição do ar aumenta o risco de doenças como asma e aumento da pressão arterial e também mortalidade por inflamação sistêmica, disfunção endotelial, estresse oxidativo, hipertensão e disfunção metabólica. Evidências sugerem que a suplementação de ômega-3 ajuda a proteger o coração e o cérebro dos efeitos deletérios da poluição do ar.

Em um estudo, os participantes que viviam em uma área de alto teor de partículas (um componente da poluição do ar) foram divididos em dois grupos. O grupo 1 recebeu um suplemento de óleo de peixe rico em EPA e DHA de 2,5 gramas e o grupo 2 um placebo, diariamente durante quatro meses.

Os perfis de biomarcadores entre os participantes que tomaram o óleo de peixe foram cardioprotetores. Em particular, os participantes exibiram níveis mais altos de glutationa peroxidase, uma enzima que protege contra o estresse oxidativo. No entanto, os biomarcadores entre os participantes que tomaram o placebo foram associados a inflamação e doenças cardiovasculares (Lin et al., 2019).

Ômega-3 e proteção cerebral

Em outro estudo observacional envolvendo mais de 1.300 mulheres com idades entre 65 e 80 anos sem demência no momento da inscrição, os pesquisadores mediram as concentrações de ácidos graxos ômega-3 nos glóbulos vermelhos das mulheres e os volumes de substância branca no cérebro das mulheres. Os estudos de imagem revelaram que a exposição ao material particulado do ar poluído estava associada à perda de substância branca cerebral, e redução do volume do hipocampo (principal sede da memória). Essas perdas foram particularmente perceptíveis entre as mulheres com os níveis mais baixos de ômega-3 em seus glóbulos vermelhos (Chen et al., 2020).

Um estudo randomizado controlado por placebo investigou os efeitos do ômega-3 em vários distúrbios respiratórios, incluindo asma. O estudo envolveu 736 mulheres grávidas que receberam 2 gramas de EPA e DHA por dia ou um placebo, começando na 24ª semana de gestação e continuando até uma semana após o parto.

Os filhos das mulheres foram monitorados nos primeiros três anos de vida e avaliados quanto a sinais de asma e sibilos persistentes. O estudo revelou que o EPA e o DHA reduziram pela metade o risco de asma ou sibilos persistentes nas crianças, principalmente entre as mulheres com baixo status de EPA e DHA no início do estudo (Bisgaard et al., 2016).

Um estudo observacional descobriu que a ingestão dietética de ácidos graxos ômega-3 entre crianças que carregam uma variante comum no gene da dessaturase de ácidos graxos reduz o risco de desenvolver asma. Deficiências na expressão e na atividade desse gene conduzem a muitas condições patológicas, incluindo asma. Estudos mostram que entre as crianças portadoras da variante, a alta ingestão de ácidos graxos ômega-3 de peixes reduziu o risco de desenvolver asma em 24 a 51 por cento (Papamichael et al., 2018; Talaei et al., 2021).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Acidose severa em paciente em dieta vegana cetogênica

A acidose metabólica é uma condição potencialmente fatal que deve ser avaliada de forma sistemática e oportuna. As causas incluem:

  • redução do pH do sangue, por geração de ácido, diminuição da secreção de ácido pelos rins e/ou perda de bicarbonato;

  • incapacidade de manter a homeostase corporal por trauma físico, ataque cardíaco, doenças como pancreatite, infecções, uso de drogas (como cocaína) ou de medicamentos como corticosteroides ou alguns diuréticos.

Em 2023 foi publicado o caso de um homem de 58 anos com história de hiperlipidemia e infecção por hepatite B. Chegou ao pronto-socorro com fadiga progressiva há dois meses, acompanhada de náuseas, vômitos, falta de ar e tonturas nos últimos dias. Os sinais vitais iniciais estavam dentro dos limites normais, exceto uma frequência cardíaca aumentada de 120 batimentos por minuto. O exame físico revelou mucosas secas e icterícia escleral.

O índice de massa corporal na admissão era de 22,1 kg/m2 (eutrofia). Os resultados do painel metabólico básico sugeriram uma acidose e a gasometria venosa inicial registrou um pH de 7.17. A gasometria arterial sequencial mostrou acidose metabólica primária com sintomas respiratórios compensatórios.

pH abaixo de 7,4 caracteriza a acidose

O paciente não tinha diabetes e nem era usuário de inibidores de SGLT2. A causa da acidose metabólica foi descrita como adesão à dieta cetogênica vegana. Na falta de hidratos de carbono o organismo começa a usar gordura e a produzir corpos cetônicos.

Os corpos cetônicos, principalmente acetoacetato e beta-hidroxibutirato serão utilizados como fonte energética pelo coração, cérebro e músculo esquelético.

Existem muitas populações que podem se beneficiar da dieta cetogênica, como indivíduos obesos, diabéticos, pacientes com doença de Alzheimer, epilepsia resistente a medicamentos e pessoas em tratamento de certos tipos de câncer (Ward, Ramsay, & Vu, 2023)..

A dieta cetogênica caracteriza-se pela redução de carboidratos a cerca de 20g ao dia, alto consumo de gordura e moderação no consumo proteico. Com isso, corpos cetônicos aumentam para 1 a 4 mmol/L. A cetoacidose é rara e geralmente associa-se a elevação de corpos cetônicos a 10 a 20 mmol/L.

A acidificação do meio pode levar a danos nos rins, edema pulmonar, edema cerebral, perda de potássio (hipocalemia) com fraqueza muscular. Se a fraqueza é intensa o coração pode parar de bater, levando ao óbito do paciente. Apesar da cetoacidose ser uma condição rara, o acompanhamento nutricional e o monitoramento adequado das quantidades de glicose e corpos cetônicos na dieta cetogênica é fundamental. Marque aqui sua consulta, caso necessite de ajuda com sua dieta cetogênica.

APARELHOS PARA MONITORAÇÃO DE GLICOSE E CORPOS CETÔNICOS:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Zinco na prevenção e tratamento da mucosite em pacientes com câncer

A mucosite oral (OM) é uma complicação debilitante da terapia contra o câncer. Gera dor, dificuldade de alimentação, atrasos ou interrupção no tratamento. A mucosite está presente em 40% dos pacientes que fazem quimio e 90% dos pacientes que fazem quimio + radio (Rodríguez-Caballero et al., 2012).

Muitos agentes ajudam a promover a cicatrização de feridas e a reduzir a dor. Um destes agentes é o zinco oral, especialmente o zinco carnosina (polaprezinc ou PepZin GI™), que promove a cicatrização de mucosa e não gera problemas gástricos (Yarom et al., 2019).

A dosagem de zinco quelado com carnosina usada em estudos para tratamento da mucosite e cicatrização oral e intestinal é de 50mg, 3 vezes ao dia (Mahmood et al., 2007). No Brasil pode ser manipulado por nutricionista ou médico e recebe o nome comercial de Stomazinc.

Em crianças, fazendo tratamento para câncer, o zinco L-carnosina pode ser usado como enxaguante bucal. O ideal é fazer bochecho por 2 minutos, 4 vezes ao dia (Funato et al., 2018). O suplemento pode ser prescrito pelo oncologista ou dermatologista, para manipulação.

O zinco carnosina é encontrado pronto em cápsulas em lojas virtuais

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/