VEGETAIS NA DIETA CETOGÊNICA

A dieta cetogênica caracteriza-se por um baixo teor de carboidratos (em geral 20g), médio teor de proteína e alto teor de gordura. É uma dieta utilizada no tratamento de diversas condições como epilepsias de difícil controle, diabetes, obesidade, depressão, transtorno bipolar.

Os 20g a 50g de carboidratos da dieta cetogênica são principalmente provenientes de vegetais de baixo índice glicêmico. Existem alguns tipos de dietas cetogênicas, mas, em geral, as proporções são:

  • 55% a 90% da energia proveniente da gordura (60-70% na dieta Atkins modificada)

  • 6% a 30% da energia proveniente de proteínas (20-30% de proteína na dieta Atkins modificada)

  • 4% a 10% da energia proveniente de carboidratos (20-50 g/dia em uma dieta de 2.000 kcal por dia)

Alimentos na dieta cetogênica

No cardápio da dieta cetôgênica podem existir fontes de gorduras saturadas, monoinsaturadas (MUFAs) e poliinsaturadas (PUFAs). Quem possui polimorfismo do gene PPARalfa ou PLIN1 deve consumir menos gorduras saturadas para maior proteção cardiovascular.

Sem aumento de gordura na dieta, é difícil entrar em cetose. O fígado ainda tem dificuldade em digerir todas as gorduras e ainda pode ter reserva de carboidratos na forma de glicogênio. O fígado também pode não estar tão eficiente para a queima de gordura, pode estar sobrecarregado com má alimentação, álcool, medicamentos, poluição, predominância de estrogênio, etc. Para facilitar a cetose e a adaptação, é útil comer vegetais com certas qualidades desintoxicantes:

  • Crucíferos: família das couves, brócolis, couve-flor, rabanete, couve de bruxelas, repolho.

  • Aspargos e alcachofras: Contêm fibras prebióticas que são particularmente benéficas para as bactérias do intestino e para melhoria do funcionamento hepático.

  • Alho, cebola e alho poró: plantas bulbosas ricas em enxofre e selênio ajudam o fígado a livrar-se de toxinas. Também estimulam o sistema imunológico.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta cetogênica melhora a microbiota de pacientes com excesso de peso e diabetes

Muitos medicamentos têm sido utilizado, ao longo das últimas décadas, para o tratamento da obesidade e diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Topiramato, fentermina, naltrexona, liraglutida são exemplos de medicamentos, em diferentes doses e combinações, testados. Infelizmente, a maior parte dos pacientes não consegue aderir aos protocolos, seja pelo custo, pelos efeitos colaterais, contra indicações ou insucesso terapêutico.

Uma opção para estes pacientes é a dieta cetogênica, que traz melhorias em termos de composição corporal e saúde metabólica. Como a dieta cetogênica é restrita em carboidratos, uma preocupação é a redução das fibras e piora da microbiota. Estudo publicado em 2023 comparou os efeitos da dieta cetogênica (KETO) e mediterrânea (MEDI), ambas com baixas calorias, na microbiota de pacientes com excesso de peso.

Mudanças de abundância relativa nos táxons da microbiota intestinal entre pontos de tempo para cada dieta. Apenas táxons significativamente enriquecidos ou esgotados durante a intervenção nutricional são mostrados (ao nível do género para KETO e ao nível do filo para MEDI). Os gêneros no gráfico KETO são: vermelho: Verrucomicrobia; azul: Firmicutes; verde: Bacteroidota) (Kaur, Allahbadia, & Singh, 2023).

A dieta mediterrânea é capaz de manter boa composição da microbiota, após 2 meses de dita. Contudo, a dieta cetogênica foi ainda mais vantajosa para os pacientes. Além de ter gerado maior redução de peso, IMC, % de massa gorda e circunferência da cintura, também foi correlacionado a maior aumento de biomarcadores de saúde intestinal, com aumento de Verrucomicrobiotaphylum (Verrucomicrobiae, Verrucomicrobiales, Akkermansiaceae e Akkermansia), bem como em táxons microbianos vantajosos associado a um fenótipo magro e metabolismo de glicose saudável (Kaur, Allahbadia, & Singh, 2023).

APARELHOS PARA MONITORAÇÃO DE GLICOSE E CORPOS CETÔNICOS:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Paciente com câncer pode fazer jejum?

Fala-se muito do jejum e seus benefícios. Contudo, no câncer, um benefício só ocorreria com períodos prolongados de jejum. Não desejamos que o paciente com câncer desnutra, nem perca muita massa magra. Curtos períodos de jejum parecem não trazer benefícios em termos de qualidade de vida (Drexler et al., 2022). Na entrevista abaixo, um dos maiores especialistas em cancro, Dr. Thomas Seyfried fala dos benefícios de jejum de 20 dias. Isto torna-se inviável, claro. Discute também as alternativas disponíveis (dietéticas, suplementos e medicação) para matar as células cancerígenas, sem comprometer a imunidade e o tratamento.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/