Flexibilidade metabólica é chave para a saúde

A flexibilidade metabólica é a capacidade que as células possuem para usar (oxidar) substratos (nutrientes) para produção de energia com base na disponibilidade do organismo. Quem tem flexibilidade metabólica consegue manter um equilíbrio dinâmico entre as fontes de combustível, durante a alternância do jejum para o estado alimentado, independentemente da composição da refeição, da prática dede atividade física ou das modificações do ambiente. Pessoas com flexibilidade metabólica conseguem utilizar carboidratos, proteínas e lipídios como fonte energética. E isto é muito importante! Você não pode desmaiar porque o alimento que prefere não está disponível. Não deveria passar mal porque a reunião se estendeu e não foi capaz de almoçar no horário habitual. Você tem estoques e se tiver flexibilidade metabólica conseguirá mobilizá-los para uso.

Quem só encontra arroz para comer, tem que conseguir utilizar arroz. Quem só encontra sardinha, tem que conseguir utilizar sardinha. Quando tiver um pão precisa conseguir oxidar a glicose sem que isso gere aumento da adiposidade corporal ou do risco de diabetes e síndrome metabólica. A flexibilidade metabólica é chave para a saúde.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

SUPLEMENTAÇÃO NO TDAH

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e/ou impulsividade (TDAHI) é uma condição comum. Suas características marcantes são a falta de foco, a hiperatividade e impulsividade, principalmente entre crianças e adolescentes. Estima-se que entre 5 e 11% das pessoas nos Estados Unidos tenha TDAH mas há imprecisão nas pesquisas.

Variações em habilidades essenciais conhecidas como funções executivas podem gerar desafios em muitas áreas da vida. Isto porque pode existir dificuldade em organização, seguimento de instruções e controle de emoções. Na maioria das vezes, a hiperatividade e a impulsividade diminuem ou mesmo desaparecem na adolescência ou na fase adulta. Contudo, a falta de foco pode persistir.

Tratamento tradicional do TDAH

Um estudo de metanálise, realizado na Inglaterra e publicado na revista The Lancet, constatou que os fármacos mais eficazes para o controle desses transtornos são o metilfenidato (em crianças e adolescentes) e as anfetaminas (nos adultos). De qualquer forma, a escolha do tratamento vai envolver o impacto do transtorno na pessoa e em sua vida familiar (Cortese et al., 2018), podendo envolver:

  1. Terapia comportamental

  2. Medicação

  3. Medicação + psicoterapia

A dopamina é um neurotransmissor chave em uma ampla gama de processos cerebrais, incluindo o controle do movimento, a cognição, a recompensa e as respostas emocionais e motivacionais. Este neurotransmissor  é sintetizado a partir do aminoácido tirosina, que é primeiro convertido em L-dihidroxifenilalanina e, em seguida, em dopamina pela enzima dihidroxifenilalanina descarboxilase. 

Os neurônios dopaminérgicos estão agrupados em várias regiões cerebrais médias que se projetam para partes substanciais do cérebro. A dopamina é liberada na fenda sináptica de onde se dispersa e se liga aos receptores pós-sinápticos. A dopamina exerce seus efeitos ligando-se a receptores D1 e D2. 

Quando o neurônio solta dopamina na fenda sináptica podem produzir DAT1 demais, recaptando a dopamina para dentro do neurônio. Se falta dopamina na fenda a atenção queda. As principais medicações inativam as proteínas que trazem a dopamina para dentro do neurônio, melhorando a atenção. 

Dor de cabeça, inapetência, insônia são alguns dos efeitos colaterais da medicação para TDAH. Contudo, estes efeitos tendem a ser temporários. A orientação técnica é que medicações só podem ser usadas a partir dos 6 anos. Antes dessa idade, apenas em casos muito graves. Por isso, outras estratégias são super importantes.

Os especialistas em TDAH recomendam comer frutas, vegetais, carboidratos complexos e proteínas magras. Ou seja uma dieta saudável, com características antiinflamatórias, isenta de alimentos ultraprocessados e alergênicos. São indicados testes nutrigenéticos para avaliação da individualidade bioquímica.

Dependendo da dieta, da aceitação, do estilo de vida e dos polimorfismos genéticos presentes, podem ser necessários suplementos.

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6 suplementos para TDAH

1. Ômega-3: os ácidos graxos encontrados em peixes de água fria, como sardinha e salmão e em sementes, como chia e linhaça, parecem contribuir para a melhoria do comportamento, foco e habilidades cognitivas. Estudos sugerem que as doses otimizadas para TDAH são cerca de 40% tão eficazes quanto os medicamentos estimulantes.

2. Zinco: ajuda a reduzir a hiperatividade e impulsividade. Os baixos níveis de zinco também se correlacionam com a desatenção. Contudo, níveis elevados de zinco podem ser perigosos, por isso marque uma consulta antes de tomar.

3. Ferro: a deficiência de ferro pode contribuir para os sintomas de TDAH. Mas suplemente apenas se ferritina estiver baixa. Níveis altos de ferro aumentam estresse oxidativo.

4. Magnésio: níveis saudáveis ​​de magnésio no sangue podem ajudar a relaxar os indivíduos com TDAH e acalmar o cérebro ocupado. Cuidado com as carências.

5. Vitamina C: importante na modulação do neurotransmissor dopamina nas sinapses cerebrais. Contudo, não deve ser tomada no mesmo horário da medicação para TDAH.

6. Melatonina: hormônio promotor do sono. Ajudar a acalmar cérebros ansiosos. Pessoas que possuem polimorfismos da CYP1A2 (metabolizadores rápidos) podem precisar de quantiddaes maiores de melatonina para que ela faça efeito.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Anticoncepcionais reduzem níveis de testosterona nas mulheres

Contraceptivos orais combinados (COCs) reduzem os níveis de androgênio. Em particular, os níveis sanguíneos de T, o andrógeno circulante mais potente nas mulheres, diminuem em até 50%. Três possíveis mecanismos podem ser responsabilizados por esse efeito:

  • supressão da síntese de andrógenos ovarianos;

  • aumento dos níveis de SHBG e

  • supressão da síntese de androgênio adrenal.

Cerca de 65-70% da testosterona (T) circulante é ligada e inativada pela globulina de ligação a hormônios sexuais (SHBG). A maioria dos 30% a 35% restantes está vinculada à albumina e apenas 0,5% a 3% representa a forma livre (T livre). Como a ligação de T à albumina é bastante fraca, os laboratórios consideram biodisponível tanto a T livre, quanto aquela ligada à albumina.

As concentrações muito baixas de T livre no sangue feminino (35-700 pmol/L ou 15 a 70 ng/L) são uma dificuldade adicional na obtenção de medições precisas. Portanto, o T livre é frequentemente calculado com base nas concentrações totais de T, SHBG e albumina.

Por que a testosterona baixa nas mulheres em uso de anticoncepcionais?

1o mecanismo

Para exercer seu efeito contraceptivo, os contraceptivos orais suprimem as gonadotrofinas. Baixos níveis de LH resultam em uma inibição da síntese de T dependente de LH pelas células da teca ovariana. Como a supressão de T já ocorre antes da queda dos níveis de LH, sugere-se que os esteroides contraceptivos possam ter um efeito inibitório direto na síntese de andrógenos ovarianos.

2o mecanismo

SHBG é uma proteína transportadora sintetizada pelo fígado. Sua síntese é estimulada por estrógenos e inibida por andrógenos. O componente estrogênico dos anticoncepcionais induz a produção hepática de SHBG de maneira dependente da dose, resultando em níveis sanguíneos circulantes elevados de SHBG. Consequentemente, mais T é ligado e inativado, resultando em níveis mais baixos de T livre e no índice de androgênio livre (que é uma medida de T biodisponível, ou seja, T livre e ligado à albumina). Este aumento de SHBG pode ser neutralizado pelo componente progestina do anticoncepcional. Assim, os contraceptivos orais que contêm progestina com atividade androgênica (como levonorgestrel) induzirão um aumento menos pronunciado da SHBG, enquanto que as progestinas com atividade anti-androgênica concomitante (como acetato de ciproterona) levarão a níveis mais altos de SHBG.

3o mecanismo

O terceiro mecanismo de ação que causa níveis mais baixos de andrógenos é o efeito inibitório dos anticoncepcionais na síntese de andrógenos adrenais. O mecanismo subjacente ainda não está estabelecido, mas foi sugerido que uma liberação reduzida do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e níveis aumentados de cortisol durante o uso do medicamento pode ser responsável pela redução das concentrações de androgênios suprarrenais.

Consequências da queda da testosterona em mulheres

A deficiência de T reduz o bem-estar e a qualidade de vida, gera alterações de humor (depressão, irritação, mau humor), perda de energia, distúrbios cognitivos, interferência no funcionamento sexual ideal, declínio da massa e força muscular e diminuição da densidade óssea (Zimmerman et al., 2014).

Piora do estado nutricional

O uso de anticoncepcionais orais aumenta o estresse oxidativo, reduz enzimas antioxidantes (GPx e GPr), eleva a inflamação (avaliada pela proteína C reativa ultra sensível e MDA) e depleta vários nutrientes como zinco, ácido fólico, selênio, magnésio, vitamina C, vitamina E, coenzima Q10 e vitamina B6. Vários desses micronutrientes são importantes para a produção de neurotransmissores, controlando emoções e compulsão alimentar.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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