Hormônio da tireóide não é tratamento para hipo e hipertireoidismo subclínico

A tireóide controla o metabolismo do corpo inteiro, influencia o desenvolvimento, o crescimento, a aprendizagem, a performance cardíaca, o peso corporal. Sua desregulação aumenta o risco de diabetes, depressão, problemas de memória, problemas de coração e de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Muitos pacientes, mesmo estando com os hormônios normais da tireóide (T3 e T4) encontram-se com TSH (hormônio tireoestimulante) acima ou abaixo da referência.

Diagnóstico

O valor ótimo de TSH fica entre 0,8 a 2,5 mIU/L para adultos. Muitos laboratórios trazem como valor aceitável até 4,0 mIU/L, o que é considerado altíssimo de acordo com os estudos mais recentes na área de endocrinologia.

  • Hipotireoidismo subclínico - T3 e T4 livres dentro da referência e TSH acima da referência.

  • Hipertireoidismo subclínico - T3 e T4 dentro da referência e TSH abaixo da referência

Tratamento

Diariamente atendo pacientes diagnosticados principalmente com hipotireoidismo subclínico e em uso de hormônios tireoidianos, muitas vezes há vários anos. A medicação pode ajudar no controle mas não é tratamento. A tireóide desregula por vários motivos e a correção do problema de base é que trata e corrige a produção hormonal.

Corrigir a autoimunidade, a inflamação crônica de baixo grau, o estresse oxidativo, a disbiose intestinal, gerenciar a ansiedade, tratar carências nutricionais e gerenciar o estresse emocional e a ansiedade sim é o que reverte doenças como a tireoidite de Hashimoto.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Tireóide e doenças neurodegenerativas

Os hormônios tireoidianos (HTs) provocam efeitos significativos em vários processos fisiológicos, como crescimento, desenvolvimento e metabolismo. A falta de hormônios da tireoide não é compatível com uma saúde normal. Existem receptores para HTs espalhados por todo corpo, incluindo cérebro, coração, músculos, ossos e fígado (Saponaro et al., 2020).

No cérebro, os hormônios tireoidianos são fundamentais inclusive para processos de remielinização. No fígado ajudam a controlar níveis de triglicerídeos e colesterol. Pessoas com doença autoimune da tireóide (tireoidite de Hashimoto) desenvolvem mais frequentemente depressão e ansiedade. Sintomas de brain fog, alterações de memória, zumbido nos ouvidos, dores de cabeça e enxaqueca são também comuns. E não para por aí: o risco de Alzheimer e Parkinson também aumenta. A tireóide é fundamental para a regulação de todo o metabolismo e, por isso, exames devem ser acompanhados direitinho. Muitas vezes os valores de T3 e T4 estão até normais mas a relação entre eles está péssima.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Azeite de oliva e modulação de genes

O consumo de azeite de oliva extra virgem (AOEV) tem um efeito benéfico na saúde humana, especialmente na prevenção de doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos. Este alimento essencial da dieta mediterrânea e de países como Espanha, Itália e Grécia, é capaz de reduzir a oxidação de lipídeos e do DNA, melhorar o perfil lipídico e a resistência à insulina, reduzir a disfunção endotelial, ainflamação e a pressão arterial.

Tradicionalmente, as propriedades benéficas do AOEV têm sido atribuídas ao seu alto teor de ácidos graxos monoinsaturados (MUFA), que representam até 80% de sua composição lipídica total. No entanto, evidências cumulativas recentes têm mostrado que os componentes secundários do AOEV, como compostos fenólicos e outros compostos com características antioxidantes, também podem contribuir para as características saudáveis ​​do óleo. Esses componentes representam apenas 1–2% do EVOO, mas estão completamente ausentes em outros tipos de óleos derivados de sementes ou frutas.

Composição do azeite de oliva (Bulotta et al., 2014)

Compostos fenólicos do azeite de oliva

Os azeites de oliva contêm diferentes classes de compostos fenólicos, como álcool fenil etílico (hidroxitirosol e tirosol), ácido cinâmico (ácido cafeico e ácido p-cumárico) e benzóico (ácido vanílico), flavonas (apigenina e luteolina) e secoiridoides (oleuropeína e ligtrósido derivados). O principal polifenol do AOEV, o hidroxitirosol, um eliminador de radicais livres, que reduz o LDL oxidado e as agregações de plaquetas.

Estrutura química dos compostos fenólicos mais conhecidos no azeite (Bulotta et al., 2014)

A oleuropeína do azeite é uma molécula antiinflamatória que promove a produção de óxido nítrico em macrófagos. O oleocanthal exerce propriedades antiinflamatórias semelhantes ao medicamento ibuprofeno. Contudo, a composição química do azeite varia entre as espécies de oliveira e é pelas condições ambientais, práticas agronômicas, manejos de colheita e sistemas de extração. O tipo de procedimento de extração do óleo é o processo que mais influencia a concentração dos compostos fenólicos. O AOEV é obtido pela trituração e processamento manual da azeitona, preservando assim o teor dos componentes secundários que se perdem irreversivelmente no azeite refinado, extraído por processos químicos e físicos. O azeite refinado apresenta efeito menos saudável, devido ao baixo conteúdo fenólico.

Regulação genética pelo consumo de azeite de oliva

Estudos nutrigenômicos mostram que compostos do azeite regulam vários genes que influenciam inflamação, estresse oxidativo e metabolismo lipídico.

Alterações transcriptômicas induzidas por alta ingestão de polifenóis do azeite em populações saudáveis e não saudáveis. Setas vermelhas: genes / miRNAs modulados para cima, setas verdes: genes / miRNAs modulados para baixo. A linha tracejada indica uma sobreposição na modulação de alguns genes e miRNAs entre as vias de inflamação, proliferação e câncer (De Santis et al., 2019)

O azeite de oliva rico em polifenóis atua no transcriptoma e miRNome, promovendo a saúde humana graças às suas propriedades antiinflamatórias, anticâncer e antioxidantes e à sua modulação do metabolismo da glicose / lipídios.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/