Muitas pessoas acham que o autismo é uma doença, mas não. A pessoa no espectro do autismo (TEA) pode ficar doente, como acontece comigo e com você. As crianças com autismo podem ter catapora (que é uma doença) ou não. Podem ter sarampo ou não. Durante a vida podem desenvolver diabetes ou não, obesidade ou não, depressão ou não. Como qualquer pessoa. Autismo também não é doença mental. É uma alteração no neurodesenvolvimento que modifica a forma de compreender o mundo. Por isso, muitas pessoas no TEA possuem dificuldades de interação social e comunicação.
Classificação do autismo
Atualmente, o autismo é classificado em graus:
Nível 1. É a pessoa que tem pouco necessidade de suporte. Pode, por exemplo, apresentar mais dificuldade para iniciar ou manter interações sociais.
Nível 2. Aqui estão aqueles que precisam de mais suporte devido aos déficits mais graves na linguagem verbal e não verbal, pela limitação em iniciar ou responder a interações, pelos comportamentos ou interesses restritos/repetitivos ou pelas dificuldades em lidar com mudanças.
Nível 3. Neste grupo estão os indivíduos com TEA que apresentam muita necessidade de suporte. Podem ter déficits graves nas habilidades de comunicação verbal e não verbal, o que gera prejuízos graves de funcionamento e interação social. A dificuldade em lidar com mudanças pode ser extrema, gerando grande sofrimento mesmo perante situações corriqueiras.
Muitas pessoas pensam também que a medicação sempre será necessária quando o diagnóstico de TEA é feito. Mas isto não é verdade. Em primeiro lugar, não há um medicamento específico para o autismo e sim para questões específicos. A medicação no TEA é necessária em quatro casos, principalmente:
(a) Comportamento violento em relação aos outros. Conheço mães que ficam todas arranhadas, roxas, doloridas, mas não tem coragem de medicar os filhos. Converse com um excelente neurologista pois o comportamento violento exige tratamento, até para a saúde de todos que estão ao redor da criança.
(b) Comportamento autoflagelatório, ou seja criança que se agride, se machuca. Mesmo caso. Medicamentos como resperidona e epiprazol têm sido os mais indicados.
(c) Agitação psicomotora muito intensa a ponto de atrapalhar o desenvolvimento ou a adesão às terapias. (d) Comorbidades psiquiátricas conjuntas como TEA como esquizofrenia, depressão maior, transtorno bipolar, ansiedade generalizada, fobias, TOC, TOD, TDAH etc.
Tratamento complementar no autismo
Além do uso da medicação (nos casos acima) a terapêutica também envolve terapias como ABA, terapia cognitivo-comportamental e integração sensorial. Dentro de uma perspectiva holística aspectos metabólicos também serão estudados. Alergias, intolerâncias alimentares, disfunção mitocondrial, problemas de metilação, quando identificados devem ser tratados e o papel do nutricionista na equipe também é muito importante.
O programa a ser traçado para cada criança é totalmente individual pois cada criança é um mundo. O diagnóstico é muito importante para que as intervenções sejam as mais precoces possíveis. Contudo, ninguém resume-se a um diagnóstico. As crianças precisam de espaço para serem, para se desenvolver e tornarem-se adultos saudáveis.
Terapia nutricional no autismo
Diferentes abordagens dietéticas, como dietas sem glúten e caseína, ou o uso de probióticos e prebióticos têm sido sugeridas em transtornos do espectro autista, a fim de reduzir os distúrbios gastrointestinais (GI). . Contudo, primeiramente devemos tratar a seletividade (com terapia de integração sensorial, falta por terapeuta ocupacional). Não dá para excluir comida de quem já não come nada ou come muito pouco.