Efeito de fitoquímicos na função tireoidiana

Flavonóides podem ter efeitos positivos ou negativos na tireóide. Podem causar hipotireoidismo quando há baixa ingestão de iodo e selênio. Por isso, fitoterápicos e suplementos não devem ser usados indiscriminadamente.

O risco de câncer de tireóide aumenta com maior consumo de suplementos contendo flavanonas, como hesperidina e naringenina extraídos da casca das frutas cítricas. As que consomem mais DIM das brássicas, anatabina e flavan-3-ols possuem menor risco. Anatabina é o alcalóide das solanáceas, que está presente em tomate, berinjela e batata inglesa. Flavan-3-ols são o principal grupo de flavonóides das alimentaçao como catequinas do chá verde, teaflavina (dos chás) e proantocianidinas dos alimentos pretos e roxos (cacau, uvas roxas, uvas pretas, morangos, mirtilos, amoras, repolho roxo, açaí).

Genisteína reduz TSH. Alimentos de soja aumentam TSH. Novamente, o maior problema é naqueles que consomem suplementos a base de plantas associados a baixa concentração de iodo e selênio nas fezes.

Genisteína aumenta T3 e T4. Isoflavonas mistas e proteína de soja podem reduzir T3 e T4, mas isso não é visto na maioria dos estudos, como mostrado na figura abaixo. Vou repetir, o estrago acontece quando há deficiência de iodo e selênio.

Já para quem já tem hipotireoidismo subclínico ou diabetes tipo 2 o consumo de soja precisa ser baixo. Mesmo assim, estudos mostram elevação de TSH apenas com soja de forma crônica. Varie a alimentação, não coma o mesmo alimento todos os dias. O maior cuidado deve ser com os glicosídeos cianogênicos presentes em mandioca, milho, damasco, brotos de bambu, cereja, amêndoas, pêssego, batata doce, linhaça e feijão fava (Bolarinwa et al., 2016). Glicosinolatos presentes nas brássicas (brócolis, couve-flor, couve, rabanete) são convertidos em tiocianatos.

Fermentação dos alimentos reduz muito a quantidade de alimentos bociogênicos nos alimentos. Assim, tofu, tempeh e natto vão ter muito menos substâncias bociogênicas do que o grão da soja. O cozimento das brássicas reduz bastante o conteúdo de bociogênicos (isotiocianatos), assim como a fermentação. Por exemplo, chucrute terá menos bociogênicos do que repolho fresco. Couve refogada terá menos bociogênicos do que a couve crua usada no suco verde. De novo, principal problema é nos indivíduos com deficiência de iodo e selênio!

Não são a favor da exclusão total destes alimentos na dieta já que isotiocianatas aumenta eliminação de substâncias cancerígenas. Além disso, brássicas, possuem um efeito antiinflamatório no cérebro. A avaliação nutricional deve ser completa, hoje temos exames nutrigenéticos que nos ajudam a entender a individualidade de cada um, para melhor tomada de decisões.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Álcool e a saúde física e mental

Para o budismo, existem algumas razões para a abstenção de álcool. A primeira é que o álcool gera uma desinibição. Isto torna a mente menos atenta ao que pensamos, falamos e como nos comportamos. A propensão à mentira, fofoca, xingamentos aumenta. Os reflexos pioram e o risco de nos machucarmos ou machucarmos os demais (por exemplo, dirigindo embriagados) também aumenta.

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O segundo motivo é que o álcool atrapalha a capacidade de pensamento lógico, interferindo na tomada de decisões acertadas. A instabilidade mental agrava-se. Por isso, outras substâncias com o mesmo efeito também são desaconselhadas.

E o que as pesquisas mostram em termos de malefícios do álcool?

a) Contém 7 kcal/g. Assim, o consumo excessivo aumenta o acúmulo de gordura, principalmente na região abdominal.

b) Eleva os níveis de cortisol, hormônio do estresse.

c) Deprime o sistema nervoso e agrava os sintomas da depressão.

d) Reduz os níveis de testosterona.

e) Desorganiza a estrutura cerebral, causa problemas de memória de curto e longo prazo, aumenta o risco de demência.

f) Prejudica o fígado, aumentando as chances de desenvolvimento de esteatose hepática e cirrose.

g) Danifica o pâncreas, aumenta o risco de resistência à insulina, diabetes e pancreatite alcoólica.

h) Aumenta o risco de derrames.

i) Dificulta a atividade de células cardíacas.

j) Prejudica a imunidade.

k) Aumenta o risco de câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, estômgao, fígado, intestino e mama.

Sugestões para quem está reduzindo o consumo de álcool:

  • não tenha bebidas em casa;

  • pratique atividade física no horário que consumiria álcool;

  • evite ambientes regados à álcool;

  • reduza o contato com pessoas que sempre estão consumindo álcool;

  • se precisar, procure ajuda. Trabalhe com um dia por vez, tirando o álcool de um dia da semana. No dia seguinte faça de novo e assim por diante.

  • tome chás.

Muitas pessoas vão apoiar-se em pesquisas que mostram que pequenas quantidades de álcool podem ter efeitos benéficos no corpo. Por exemplo, o álcool reduziria a tendência do sangue de formar coágulos, o que pode reduzir o risco de derrame. Mas lembre dos outros efeitos do álcool. Além disso, você não precisa consumir álcool para manter seu coração saudável. Alimentos como gengibre, alho e peixes oleosos têm o mesmo ou melhor efeito de afinamento do sangue do que o álcool. E você pode obter todos os antioxidantes e polifenóis benéficos que você obteria do vinho tinto bebendo uma dose de suco de uva ou romã. Mude seu estilo de vida como um todo e beba raramente.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta com alta quantidade de carne aumenta o risco de problemas na tireóide

Diferentes dietas são usadas para perda de peso. Algumas pessoas têm optado por dietas com maiores teores de carne, chamadas carnívoras, carnistas e também a paleolítiica. Estas dietas, podem ter efeitos metabólicos positivos em um grupo. Contudo, a exclusão de laticínios e do sal iodado gera uma deficiência de iodo que atrapalha o funcionamento da tireóide, cujos hormônios possuem na molécula o iodo.

Um estudo prospectivo aleatorizado, os investigadores acompanharam por 2 anos mulheres saudáveis ​​pós-menopáusicas com sobrepeso ou obesidade. As mesmas foram divididas em dois grupos, sendo que o grupo que adotou a dieta paleolítica apresentou mais deficiência de iodo (Manousou et al., 2018).

A dieta rica em carnes também muda a microbiota intestinal de forma negativa, o que aumenta o risco de várias doenças, incluindo doenças autoimunes da tireóide. A dieta mais amigável para a microbiota intestinal saudável é a plant based, rica em frutas, verduras, legumes, leguminosas, sementes, oleaginosas, cogumelos. Pode incluir alimentos de origem animal, mas em pequena quantidade e temperada com ervas e condimentos antiinflamatórios e antioxidantes.

O sal deve ser iodado e, se houver dúvida em relação à quantidade de iodo (se devemos suplementar ou não) deve-se antes fazer o teste de excreção urinária de iodo. Sem este mineral, a produção de hormônios da tireóide é comprometida, afetando o funcionamento do cérebro, coração, músculos, fígado, tecido esquelético e metabolismo energético.

FUNÇÕES DO IODO  - SAPONARO et al., 2020

FUNÇÕES DO IODO - SAPONARO et al., 2020

O principal exame para avaliação da tireóide é o T3 livre.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/