Libido sob a ótica das práticas integrativas em saúde

Muitas mulheres perguntam: estou com a libido baixa, seria bom usar um creme com testosterona? A individualização sempre é caso a caso. Existem muitas causas para o Transtorno do desejo sexual hipoativo feminino (TDSH).

Causas para redução da libido

  • Período do mês - é normal que mulheres em idade fértil tenham mais desejo sexual na época da ovulação. Neste momento os hormônios estão em alta. Quando caem é comum que a libido diminua.

  • Uso de medicamentos - várias drogas incluindo antidepressivos, antialérgicos, anticonvulsivantes e anticoncepcionais podem interferir na produção hormonal e consequentemente no desejo sexual.

  • Distúrbios da tireóide. A queda na produção de hormônios tireoidianos reduz a lubrificação vaginal, a produção de energia, aumenta o estresse e diminui a sensação de bem-estar geral.

  • Inflamação crônica - interfere na síntese e na atividade do estrogênio e da progesterona, reduzindo seu efeito potencialmente estimulador sobre o desejo e a excitação sexual feminina.

  • Queda hormonal - como acontece na menopausa. Nesta fase os níveis de estrogênio despencam atrapalhando a motivação sexual.

  • Estresse ou cansaço - esta é uma das principais causas de queda da libido, mesmo em pessoas que amam sexo.

Mas lembre: uma mulher que está com uma relação conjugal ruim, tem dieta ruim, intestino que não funciona, depressão, não dorme bem, consome muito álcool e açúcar e é sedentária não vai encontrar solução em um pote de testosterona ou outro hormônio. Reavaliar a vida é um passo importantíssimo.

Nosso corpo possui uma inteligência inata e se ele não está bem, por que iria querer se reproduzir? Quando sentimos dor, isto significa algo. Quando estamos com o intestino sem funcionar, isso significa algo (e a solução não é o comprimido laxante). Se não nos cuidamos, o que era um problema pontual vira um problemão.

Como melhorar a libido?

A adoção de um estilo de vida saudável, com horário para dormir, horário para comer, horário para relaxar, horário para escovar os dentes, horário para mover o corpo, para cuidar de si e do outro é fundamental para que a libido seja restaurada. Descubra as causas mais internas para seus problemas, vá ao ponto chave da questão. Não tenha medo, nosso corpo foi projetado para se curar. Mais do que um creme de testosterona você precisará de:

  • Exercício - a prática ajuda a manter o corpo, veias e artérias saudáveis, ajuda na manutenção de um peso adequado e melhora a autoestima.

  • Yoga - estudos mostram que a adoção rotineira do yoga alivia a ansiedade, reduz os níveis de cortisol, previne doenças da tireóide e também a síndrome metabólica. Um estudo mostrou que 3 meses de yoga melhorou a vida sexual de 75% das mulheres praticantes (Dhikav et al., 2009).

  • Alimentação saudável - nossa produção hormonal depende de nutrientes adequados. Vitamina B9, zinco, vitamina B6, vitamina K, magnésio, vitamina D são alguns dos nutrientes indispensáveis para a adequada produção hormonal. Adote uma dieta variada e antiinflamatória. Pessoas que consomem mais alimentos industrializados e açucarados sofrem mais com a libido. Já os indivíduos que adotam uma dieta mais natural, rica em frutas, verduras, castanhas, azeite, frutos do mar apresentam uma melhor performance sexual (Cassidy, Franz, & Rimm, 2016).

  • Fitoterapia:

  • Alimentos afrodisíacos para corpo e mente

Suplementação e desejo sexual

O desejo sexual feminino é complexo. Depende de estímulos, apreciação (admiração pelo parceiro e sentir-se admirada), produção de hormônios, neurotransmissores, circulação sanguínea adequada. Atividade física e alimentação adequada melhoram a saúde e a libido. Para mulheres na menopausa, o suplemento cistanche, extraído de algas, ajuda a regular hormônios e aumentar o desejo. Já nos homens, o cistanche aumenta a contagem de espermatozóides, a motilidade dos espermatozóides e reduz a contagem de espermatozóides anormais. E tudo, sem queda de cabelo! Contudo, o cistanche é contra-indicado para quem tem pressão baixa ou enxaqueca.

Saffrin (crocus sativus): contribui para o aumento da dopamina, o neurotransmissor envolvido no prazer e motivação. É um aliado na regulação do humor e diminuição da busca emocional por comida. A dopamina também está envolvida na libido feminina, por isso é um bom suplementos para quem tem queixa nesta área (pode ser associado ao damilib - planta Turnera diffusa).

AYURVEDA E A LIBIDO

O ayurveda entende que a diminuição da libido pode resultar de fatores psicológicos e emocionais, de doença física, de problemas reprodutivos, da má circulação e também de problemas digestivos. Cuidar dos níveis de estresse, relaxar, dormir bem, manter-se saudável, respeitar os ritmos da natureza, sua idade, seu momento. Por fim, para o ayurveda, o melhor afrodisíaco do mundo é ter um parceiro sexual que você de fato ame e com quem sinta-se seguro. É o que diz o clássico da medicina ayurvédica Charaka Samhita.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Importância do ômega-3 nos ciclos de vida da mulher

Os ácidos graxos poliinsaturados do tipo ômega-3 de cadeia longa de ocorrência natural, nomeadamente ácido eicosapentaenóico (EPA; 20: 5 ω-3) e ácido docosahexaenóico (DHA; 22: 6 ω-3) exercem múltiplos efeitos biológicos. Regulam a expressão do gene PPARα (Rudkowska et al., 2009) reduzindo complicações metabólicas. Liga-se ao receptor PPARα facilitando a queima de gordura (Liu et al., 2014).

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Existem fortes evidências de que níveis plasmáticos mais baixos de ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa em mulheres grávidas correm maior risco de terem bebês prematuros. O nascimento prematuro é uma grande preocupação de saúde pública pois aumenta o número de mortes neonatais. Os ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 também parecem melhorar os perfis de lipídios plasmáticos em homens e mulheres adultos e idosos (Sparkes et al., 2018).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Métodos de introdução da alimentação do bebê

Muitos pais perguntam se podem iniciar a alimentação do bebê antes dos 6 meses de vida para que possam voltar ao trabalho. Na verdade, tudo dependerá do grau de maturidade da criança. São sinais de maturidade para receber a alimentação complementar:

  • ao tocar a língua do bebê com a colher ele recolhe a língua;

  • há interesse por novos alimentos (quer tocar, abre a boca);

  • mantém a sustentação da cabeça.

Antes dos 6 meses de vida a maior parte dos bebês ainda não apresenta maturidade orgânica para receber novos alimentos. Quando os marcos acima são alcançados a introdução torna-se mais segura. Alguns bebês também ainda não produzem enzimas para a digestão de novos alimentos e podem apresentar distensão abdominal, diarreia, cólicas ou prisão de ventre.

A introdução alimentar é complexa e cada criança reage de uma forma. O ministério da saúde possui um guia maravilhoso sobre a criança do nascimento até os 2 anos. Faça o download gratuito aqui. Existem dois métodos principais para a introdução e cada família deverá escolher o que melhor lhe atende.

Método Tradicional

Aos 6 meses a criança iniciará as frutinhas e a refeição salgada. Tudo com muita calma, paciência, amor. Se o beber chorar, ficar irritado, está tudo bem. Às vezes, damos um passo à frente e dois atrás. Continue oferecendo a comida sistematicamente, amassadinha com um garfo. Não liquidifique nem passe na peneira. Nos intervalos continue ofertando leite materno em livre demanda. Bebês recebendo fórmula ou leite de vaca também podem continuar consumindo estes alimentos nos horários alternados à nova alimentação (Saiba mais no guia alimentar - download gratuito aqui).

Baby Led Weaning (BLW) ou desmame liderado pelo bebê

Nesta técnica o alimento é oferecido em pedaços e o bebê alimenta-se sozinho, pegando as porções e levando-as à boca. Esta técnica exige mais maturidade e interesse por parte do bebê. Os pais não podem ter pressa, precisam incentivar a curiosidade e não podem se preocupar com a sujeira.

O exemplo também é muito importante. O bebê aprende copiando e fazendo. Esta técnica também é ideal para os bebês que não gostam da consistência de papinha. O método BLW exige que o bebê já consiga sentar, coordenar movimento mão-boca, fazer o movimento de mastigação e também o movimento de pinça com os dedos. Ou seja, depende muito da maturidade da criança em vários aspectos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/