RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE PARA A PREVENÇÃO DO DECLÍNIO COGNITIVO

Fala-se muito do tratamento do Alzheimer, mas temos sempre que lembrar que a doença começa 30 anos antes do seu diagnóstico. Por isso, a prevenção do declínio cognitivo em adultos e idosos saudáveis ​​merece atenção especial. O comprometimento cognitivo leve afeta de 10% a 25% das pessoas com mais de 70 anos. A demência é definida como declínio cognitivo em um dos vários domínios cognitivos, juntamente com dificuldade nas habilidades funcionais. A taxa anual de conversão de comprometimento cognitivo leve para demência é de cerca de 10% e em percentuais maiores em indivíduos com síndrome de Down.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 50 milhões de pessoas no mundo com demência (transtornos neurocognitivos). Existem vários tipos de transtornos neurocognitivos (TNC), que são diagnosticados pelo neurologista:

  • TNC devido à doença de Alzheimer

  • TNC com corpos de Lewy

  • TNC por doença de Parkinson

  • TNC frontotemporal

  • TNC devido a lesão cerebral traumática

  • TNC devido a infecção por HIV

  • TNC induzido por drogas ou medicamentos

  • TNC associado à doença de Huntington

  • TNC devido à doença do príon

  • TNC relacionado a outras condições médicas (cardiovasculares, renais, hepáticas etc)

  • TNC devido a múltiplas etiologias

  • TNC não especificado.

O Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS (GDG) considera fundamental que todos nós adotemos as seguintes estratégias, para mantermos um cérebro saudável durante toda a vida:

1. Atividade física

Movimentar o corpo reduz o risco de declínio cognitivo, doença de Alzheimer e outras demências como a vascular. A atividade física inclui esportes e exercícios planejados, bem como caminhadas, ciclismo, yoga e tarefas domésticas. O importante é incluir algum movimento diário em sua vida.

2. Parar de fumar

O tabagismo está associado a diversos riscos à saúde, incluindo muitos tipos de câncer, doenças cardiovasculares, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica. Estudos observacionais têm mostrado que pessoas que fumam também têm um risco maior de desenvolver todos os tipos de demência e um risco aumentado de até 79% para a doença de Alzheimer, especificamente. Fumantes passivos também estão em risco. Por isso, parar de fumar é uma estratégia que beneficia todos que estão à sua volta.

3. Alimentação

A dieta saudável é fundamental para a manutenção da saúde geral e também a do cérebro. Estudos observacionais associam a dieta antiinflamatória a maiores volumes cerebrais e melhor desempenho cognitivo. Apresento em vários vídeos estratégias antiinflamatórias na plataforma t21.video.

4. Redução do consumo de álcool

O consumo excessivo de álcool é um fator de risco significativo para demência e declínio cognitivo. Quem está com dificuldade nesta área deve buscar ajuda. Existem hoje tratamentos eficazes que incluem terapias comportamentais / psicológicas, uso de medicamentos para reduzir sintomas de abstinência e evitar recaídas e grupos de ajuda.

5. Intervenções cognitivas

A aprendizagem ao longo da vida está associada à saúde cognitiva, e níveis mais elevados de atividade cognitiva na vida adulta e na idade mais avançada retardam os comprometimentos no sistema nervoso. A estimulação cognitiva consiste em uma gama de atividades destinadas a melhorar as funções cognitivas e sociais, e o treinamento cognitivo se refere à prática de tarefas destinadas a melhorar funções cognitivas específica.

6. Atividade social

O isolamento social é um fator de risco não apenas para demência, mas também para hipertensão, doença coronariana e depressão. Baixa participação social, menos contatos sociais e mais solidão têm sido associados ao aumento do risco de demência. Em tempos de quarentena vamos socializar mais online! Resgate amizades, voluntarie-se para ensinar algo do seu domínio, ajude sua comunidade e mantenha seu cérebro ativo.

7. Controle do peso

Indivíduos com alto percentual de gordura corporal têm um risco aumentado de demência em comparação com aquelas com peso corporal saudável. O sobrepeso ou obesidade também está relacionado a várias condições médicas, incluindo diabetes tipo 2, câncer e doenças cardiovasculares que também podem afetar as funções cognitivas, como atenção, memória e linguagem. Na plataforma t21.video discutiremos estratégias para a manutenção de um peso saudável.

Estas são as estratégias da OMS mas outros pesquisadores ainda acrescentam:

8. Dormir bem

O sono de boa qualidade melhora a saúde geral e ajuda a prevenir o declínio cognitivo. O momento de repouso noturno é fundamental para o reparo de células e para a eliminação de toxinas. Estudos têm demonstrado que pessoas que dormem pouco ou mal obtêm resultados mais baixos em testes de função cognitiva, já que o aprendizado e as memórias são consolidados durante o sono. A investigação da apneia do sono também é importante, principalmente em grupos de risco. Por exemplo, pessoas com síndrome de Down são mais suscetíveis à apneia obstrutiva do sono do que o restante da população. Enquanto na população típica a frequência de apneia é de 2%, na síndrome de Down pode atingir entre 50% e 80% das pessoas.

9. Corrigir seu metabolismo

Exames nutrigenéticos nos informam nossa capacidade de lidar com a inflamação, com os carboidratos, a capacidade de metilação do corpo, o funcionamento mitocondrial, a facilidade de eliminação de toxinas, dentre outros aspectos importantes para um cérebro saudável. Alterações genéticas podem comprometer reações bioquímicas, mas várias delas podem ser corrigidas com a suplementação adequada. Faça uma consulta e marque seu exame nutrigenético.

O estudo FINGER, realizado na Finlândia, mostrou que é a combinação de estratégias que irá proteger nosso cérebro. Ou seja, não adianta muito exercício e pouco sono e dieta ruim. Ou dieta ótima, mas sedentarismo e pouco estímulo cerebral (pouco aprendizado).

Na plataforma t21.video você encontrará estratégias diversificadas para manter o cérebro de todos saudáveis. Além disso, aprenderá muito, o que por si só já estimulará seu cérebro, criando novas conexões entre neurônios. Se você acha difícil fazer mudanças saudáveis ou se está tendo dificuldade em ajudar seus familiares ou pacientes acesse t21.video.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Formas mais e menos disponíveis de vitamina B5

Já ouviu falar de ácido pantotênico? Esta vitamina hidrossolúvel não é tão conhecida pelos leigos, mas é essencial à saúde. Por exemplo, controla a resposta do corpo ao estresse, atua na formação de anticorpos e hormônios. É encontrada em alimentos como cogumelos, milho e abacate. Nos suplementos a biodisponibilidade é variável.

O termo biodisponibilidade refere-se à proporção de um nutriente consumido que é absorvida, ficando disponível para a utilização pelo organismo. A biodisponibilidade dos nutrientes provenientes da dieta e de suplementos alimentares é influenciada por vários fatores, incluindo o estado nutricional, saúde e estágio de vida do indivíduo. Os fatores relacionados à dieta que afetam a biodisponibilidade dos nutrientes incluem a sua forma química, as interações entre os nutrientes e outros componentes dos alimentos e o processamento do alimento.

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Esta vitamina solúvel em água é essencial para a síntese da coenzima A, fundamental para o metabolismo das gorduras.

A carência desta vitamina está associada a alterações genéticos, baixo consumo, desnutrição. A deficiência é acompanhada de sintomas como fraqueza, náuseas, vômitos, diarreia, queda de cabelo, dor abdominal, dor de cabeça, insônia, irritabilidade, sensação de queimação nas extremidades.

A tabela mostra a necessidade média da população, a recomendação (RDA) e a dosagem máxima em caso de suplementação (UL).

Então, em relação à forma química da vitamina B5, temos suplementos com:

O excesso de vitamina B5 pode interferir na eficácia de antibióticos e medicamentos utilizados no tratamento da doença de Alzheimer. Por isso, cuidado com a suplementação sem orientação.

A vitamina B5 pode ser suplementada isoladamente ou junto com outras vitaminas ou minerais. Dependendo das combinações a biodisponibilidade dos nutrientes pode ser alterada.

Marque uma consulta para estudarmos suas necessidades.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Alfa-GPC no tratamento da doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é a principal causa de demência em idosos e em indivíduos com síndrome de Down. Suas características são a piora progressiva da memória, déficits de linguagem, pira da função executiva, das habilidades visuoespaciais e do funcionamento geral.

Apesar de alguns aspectos da função cognitiva declinarem com a idade, a doença não é uma ocorrência normal do envelhecimento, como muitos pensam. O envelhecimento saudável preserva a função cognitiva. Para tanto é importante que ao longo da vida estratégias preventivas sejam adotadas. Dieta saudável, atividade física e técnicas para controle do estresse e inflamação são fundamentais.

Na gestão da doença de Alzheimer é indicada uma abordagem multimodal, que inclui o uso de medicamentos, suplementos, dieta antiinflamatória, exercícios cognitivos, atividade física, meditação e yoga. Entre os suplementos indicados estão ômega-3, curcumina, vitamina D, alfa GPC, fosfatidilserina, coenzima Q10, probióticos e colina.

Alfa GPC, também conhecido como L-alfa Glicerilfosforilcolina atua como precursor de acetilcolina e tem se mostrado um suplemento promissor em melhorar os sintomas cognitivos relacionados à doença de Alzheimer, e à demência vascular. O alfa GPC aumenta a colina plasmática em maior extensão que o uso de colina ou citicolina.

Ensaios clínicos mostraram a melhoria dos sintomas de Alzheimer com o uso do alfa GPC (Moreno, 2003; Amenta et al., 2014). Como efeitos colaterais são relatados queimação, náuseas, irritabilidade e dores de cabeça. Para o tratamento da doença de Alzheimer é indicado o uso de 400 mg, 3x/dia, por 6 a 12 meses. Após este período o suplemento é suspenso e rodiziado com outros.

Exemplos de suplementos prontos

Colina e Alfa-GPC

Suplementos de coenzima Q10:

Suplementos de ômega-3:

Suplementos de cúrcuma:

Suplementos contendo probióticos:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/