A riboflavina (vitamina B2) foi isolada da proteína do leite em 1879, recebendo o nome de lactocromo ou lactoflavina. É uma vitamina hidrossolúvel que atua como um intermediário na transferência de elétrons em numerosas reações essenciais de redução de oxidação (perda de elétrons) no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas.
A B2 uma das vitaminas com mais ampla distribuição, atuando em conjunto com outras vitaminas do complexo B, principalmente em reações de produção de energia. Todas as células de plantas e animais contém-na, mas há muito poucas fontes ricas. A levedura e o fígado têm as concentrações mais elevadas, mas as fontes de dieta mais comuns são o leite e os seus derivados, a carne, os ovos e os vegetais de folhas verdes.
O termo biodisponibilidade refere-se à proporção de um nutriente consumido que é absorvida, ficando disponível para a utilização pelo organismo. A biodisponibilidade dos nutrientes provenientes da dieta e de suplementos alimentares é influenciada por vários fatores, incluindo o estado nutricional, saúde e estágio de vida do indivíduo. Os fatores relacionados à dieta que afetam a biodisponibilidade dos nutrientes incluem a sua forma química, as interações entre os nutrientes e outros componentes dos alimentos e o processamento do alimento.
A riboflavina é estável ao calor e por isso não é facilmente destruída no processo normal de cozimento, exceto se os alimentos estiverem expostos à luz, porque nesse caso podem ser perdidos até 50%.
Devido à sua sensibilidade à luz, a riboflavina desaparece rapidamente do leite guardado em garrafas de vidro expostas ao sol ou a luz natural directa (85% em duas horas).
Os sintomas clínicos claros da deficiência em riboflavina são vistos raramente nos países desenvolvidos. No entanto, é comum o estágio sub-clínico de deficiência, caracterizado por uma mudança nos índices bioquímicos. Nas crianças isto pode levar num crescimento inferior ao normal.
A deficiência de riboflavina pode ocorrer como resultado de um trauma, incluindo queimaduras e cirurgia e tem sido observada em pacientes com doenças crônicas como febre reumática, tuberculose, endocardite bacteriana subaguda, diabetes, hipertiroidismo e cirrose hepática. Idosos e as mulheres que tomam anticoncepcionais, dietas restritivas ou pessoas com doenças cardíacas crónica ou problemas absortivos intestinais também podem apresentar deficiência.
Pode ser depletada quando há uso de medicamentos, incluindo anticoncepcionais, antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, imipramina, nortriptilina, doxepina e outros). Dietas com muito pouca caloria, problemas de má absorção intestinal, diarreia frequente, doença celíaca, alcoolismo também afetam a absorção da vitamina B2. Também é mais comum em veganos e nos idosos.
A baixa concentração de riboflavina na dieta piora a disbiose intestinal e aumenta a hiperpermeabilidade. A deficiência de B2 também afeta o metabolismo de outros nutrientes. As coenzimas dependentes de riboflavina são essenciais para a conversão da piridoxina (vitamina B6) e do ácido fólico nas suas formas ativas e para a transformação do triptofano em niacina. A absorção de ferro também é prejudicada pela falta de riboflavina.
A tabela mostra a necessidade média da população (EAR) e a recomendação (RDA). Marque uma consulta para estudarmos suas necessidades e melhor forma de suplementação.Consulte um nutricionista em relação às dosagens recomendadas para seu caso. A suplementação reduz a gravidade da enxaqueca (principalmente quando associada com Q10) mas neste caso as doses de tratamento podem ser bem maiores que as indicadas na tabela. Não existe limite máximo de tolerância (UL) definida para a riboflavina já que não é conhecida toxicidade por excesso.
Quando há alguma reação esta se dá por contaminação do produto, intolerância a outros componentes da fórmula ou mesmo corantes presentes em cápsulas ou outras formas farmacêuticas.
O melhor livro sobre biodisponibilidade de nutrientes em língua portuguesa é o da Dra. Silvia Cozzolino, disponível aqui.