Alimentação consciente no tratamento da compulsão alimentar

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Na compulsão alimentar existem desregulações nos mecanismos de fome e saciedade, desregulações emocionais, que contribuem para os comportamentos compulsivos.

Estudos mostram que as técnicas de alimentação consciente são eficazes no tratamento da compulsão alimentar.

Quando entendemos o que nos leva a comer, por que escolhemos o que escolhemos, por que comemos na quantidade de comemos. Quando respeitamos mais o corpo, quando evitamos restrições desnecessárias o controle da compulsão é facilitado.

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Processos cognitivos influenciam o comportamento alimentar

Higgs et al., 2017

dlPFC: córtex pré-frontal dorsolateral; COF: córtex orbitofrontal; vmPFC: córtex pré-frontal ventromedial.

O círculo externo na imagem acima (em laranja) fornece uma visão geral dos processos que operam antes de uma refeição: a expectativa de comer, a visão do alimento a ser consumido, e a interação entre quaisquer objetivos (como ter mais saúde), memória do sabor e o prazer da comida, a atenção aos sinais alimentares (fome) determinarão se os indivíduos começarão a comer e que tipo de comida escolherão.

O círculo do meio (em verde) representa os processos dentro da refeição que influenciam a quantidade consumida. As sensações de prazer e recompensa tendem a ir diminuir conforme nos alimentamos (a primeira garfada é mais gostosa que a última) e levam ao término da refeição. A saciedade compreende componentes hormonais, metabólicos, cognitivos e também de memória. A atenção ao processo de alimentação e o controle cognitivo também influenciarão no término da refeição.

O círculo interno (em vermelho) representa os processos que operam entre as refeições, por exemplo, a memória episódica de uma refeição influenciará as decisões sobre quando iniciar a próxima refeição. Registramos as refeições na “memória episódica” nas áreas do hipocampo e no córtex pré-frontal. Esses registros nos guiam inconscientemente nas decisões do quanto comer nas refeições seguintes.

Porém, imagina não dar atenção adequada a refeição, vendo televisão ou usando o celular. O cérebro não percebe com a mesma eficiência se já comeu, se não comeu, se foi bom, se não foi, se foi suficiente… E se não lembrar que comeu vai querer comer mais. Prestar atenção às refeições é uma forma de reduzir em até 40% o consumo calórico durante as refeições.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

7o dia do ano - como estão seus níveis de energia e motivação? Estratégias científicas para não deixar a peteca cair.

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Estudos recentes mostram que mesmo tendo mais informações sobre saúde, as pessoas constinuam adotando comportamentos arriscados, como fumar, beber, permanecer inativo fisicamente.

A questão parece ser evolutiva: queremos facilidade, prazeres e gastar pouca energia. A conservação de energia sempre foi importante para a sobrevivência das espécies, permitindo mais eficiência para a busca de comida e abrigo, na competição por parceiros sexuais e fuga dos predadores.

Para chegar a esta conclusão em relação aos seres humanos, Cheval e colaboradores (2018) recrutaram jovens adultos. Após visualizarem imagens tinham como tarefa mover um bonequinho em direção às fotos em que pessoas apareciam fazendo atividade física.

A medição da atividade cerebral dos voluntários por encefalograma mostrou que fazer isso exigia mais esforço mental do que mover o bonequinho em direção à imagens de inatividade. Ou seja, para mantermos um estilo de vida saudável, mesmo com todas as tentações que temos ao redor (doces, bebidas, sofá, netflix) precisamos mesmo nos esforçar, nos comprometer com nosso bem estar a longo prazo.

Precisamos trabalhar para transformar o que não está bom. A motivação pode vir de vários lugares. Eu a busco em amigos, em livros, na família. Existem também estratégias comprovadas pela ciência que nos ajudam a não deixarmos a peteca cair. Discuto isso neste vídeo:

Como você mantém-se motivado? Outra forma é por meio de cursos. Eu amo ir a congressos na minha área. Grandes palestrantes sempre motivam-me a avançar profissionalmente. E tento fazer o mesmo por meus alunos, na faculdade e na internet.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Ômega-3 - o efeito depende da genética e também da presença ou não de determinadas doenças

Chia e linhaça são sementes com propriedades antiinflamatórias. Um motivo é a presença de lignanas. Outro motivo é a presença de ômega-3. Contudo, nem todo mundo consegue ser eficiente na transformação do ácido linolênico (ômega-3 das sementes) em ácido eicosapentaenóico (ômega-3 com atividade antiinflamatória).

Resultado de exame nutrigenético de paciente - para fazer o seu agende uma consulta

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Explico mais sobre os diferentes tipos de ômega-3 neste vídeo e sobre o exame nutrigenético neste vídeo. Um ponto a considerar então é se a pessoa geneticamente teria uma maior dificuldade de uso do ômega-3 dos alimentos, o que indicaria a suplementação.

Outro ponto é discutirmos a quantidade de ômega-3 a suplementar.

Estudos clínicos demonstraram que a administração de óleo de peixe é terapêutica mas não para todo mundo. Em pacientes com colite ulcerativa desencadeia respostas antiinflamatórias benéficas. Contudo, na doença de Crohn o mesmo efeito não é necessariamente observado. Por isso, é muito importante trabalhar com um nutricionista experiente na área clínica. Há uma epidemia que está agravando o coronavírus, que é a comida de má qualidade que ingerimos.

Nos últimos anos, comemos alimentos com tanto açúcar e tantos óleos vegetais que não são realmente alimentos. Isso nos deixou doentes. Para indivíduos altamente inflamados, cardíacos ou com doenças autoimunes a quantidade de ômega-3 na maioria das cápsulas (200 a 500 mg) seria muito pequena. Doses eficazes podem chegar a 2g/dia. Raramente ultrapassa-se 4g na soma de EPA + DHA para não prejudicar a coagulação. O excesso de ômega-3 também pode aumentar LDL-c e risco cardiovascular.

Tudo tem dose certa. e isto também varia de acordo com o tipo de doença.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/